quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

CRISE ECONÔMICA E SOCIAL: PETROBRÁS E DÉFICIT FISCAL



ECONOMIA: BANCO DO BRASIL, PETROBRÁS E O DÉFICIT FISCAL
Pedro Simon*
“A economia brasileira claudica e os pessimistas de plantão já apelam para previsões catastróficas sobre a evolução dos indicadores. Acredito que a recuperação de um crescimento mais efetivo é possível, dependendo da determinação do governo. O salário e o emprego continuam registrando bons índices e isso significa que apesar do vendaval que afeta as contas públicas, a população ainda não sente os seus efeitos negativos no dia-a-dia. 
 É nítida, porém, a preocupação que assola corações e mentes  da área econômica. Nesse cenário, é compreensível a ansiedade por recolher dinheiro onde for possível para pagar as contas. Daí, decisões como o leilão de privatização do pré-sal de Libra, que rendeu de imediato R$ 15 bilhões, embora criticado pelos sindicatos e até por um ex-presidente da empresa por não atender aos interesses estratégicos do Brasil. 
Na mesma linha está a ampliação da participação do capital privado estrangeiro no Banco do Brasil, que vem crescendo desde 2006, quando era de 5,6% e foi elevada para 12,5%. Em 2009 passou para 20% e agora sofreu nova elevação chegando a 30%. Tal iniciativa provoca questionamentos, mas também ajuda a oferecer uma face mais amigável ao investidor estrangeiro.
Ao mesmo tempo, chega a R$ 70 bilhões por ano o prejuízo econômico com a corrupção. O problema é agravado ainda quando consideramos a política do BNDES de oferecer empréstimos bilionários com juros subsidiados (do seu, do meu, do nosso dinheiro) a grupos econômicos de grande porte, com retorno nulo ou duvidoso.  De tudo isso, podemos tirar lições sobre  prioridades de governo, desperdício de dinheiro público e voluntarismo na condução da economia.“
*Pedro Simon é senador pelo PMDB/RS Fonte: Jornal do Brasil http://www.jb.com.br (08/11/13)

Mantega vê 'inferno astral' na área fiscal

VALDO CRUZ
NATUZA NERY
DE BRASÍLIA
“Em conversa com interlocutores, o ministro Guido Mantega (Fazenda) reconheceu que o governo está vivendo seu "inferno astral" na área fiscal e que, neste ano, o superavit primário (economia do governo para pagar juros da dívida) "não será o dos nossos sonhos".
A avaliação reservada do ministro difere da difundida publicamente pelo governo por admitir que "este ano está sendo difícil" na área.
O ministro discorda, porém, de avaliações alarmistas sobre o quadro fiscal brasileiro e comentou que, mesmo sendo este um momento ruim, o superavit primário será o "suficiente para manter a estabilidade das contas públicas e da economia".
O setor público registrou deficit primário (arrecadação do governo menos os gastos, exceto juros da dívida) recorde em setembro. Nos nove primeiros meses de 2013, seu superavit foi de apenas R$ 44,9 bilhões (1,28% do PIB), bem abaixo da meta de R$ 111 bilhões (2,3% do PIB). Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado (08/11/13)

Cresce a desconfiança dos números da economia estão sendo manipulados pelo governo, inclusive no que diz respeito aos índices de desemprego, pois estariam incluindo como empregados os que recebem o Bolsa Família.
“Os dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME/IBGE) mostram que a taxa média de desemprego entre maio e julho deste ano foi de 5,8%, contra 5,7% no mesmo período do ano passado. No entanto, essa piora é muito mais aprofundada entre os jovens de 15 a 24 anos.
A taxa média de desemprego para esse grupo foi de praticamente 15% entre maio e julho de 2013, contra 13,7% para o mesmo período de 2012, com um aumento de 1,3 ponto percentual. Os adultos (25-49 anos) apresentaram a mesma taxa média de 4,7% e aqueles acima de 50 anos tiveram um leve aumento de 0,3 ponto percentual (2,4% em 2013 contra 2,1% em 2012). Assim, é possível afirmar que a piora do mercado de trabalho nos últimos meses ocorreu entre os jovens.
Os jovens apresentam uma taxa de rotatividade mais elevada do que os adultos. Isto significa que, em geral, são admitidos e desligados das empresas com maior frequência. Há algumas explicações para esse fenômeno.
Por um lado, os jovens estão no início de suas carreiras e, por isso, buscam novas oportunidades e desafios com maior frequência. Por outro, por serem menos experientes e com menor nível educacional — por estarem ainda se educando — são em geral os primeiros a serem desligados no caso de redução da atividade econômica.
Além disso, com os custos trabalhistas elevados devido à rigidez dos encargos e à alta da renda real do trabalho, as empresas ajustam em cima dos jovens porque são o grupo menos custoso em termos de multa contratual e no qual as relações trabalhistas podem ser mais flexíveis — devido à possibilidade do contrato de menor aprendiz.
Caso a economia não apresente sinais de melhora, dois cenários podem decorrer do aumento já registrado do desemprego entre os jovens. No primeiro, a atual deterioração fica restrita a essa faixa etária, com mais demissões de jovens, ou postergação de contratações. Caso este quadro se confirme, é preciso pensar em políticas de mercado de trabalho que sejam mais eficazes para elevar a estabilidade do jovem no emprego, sem onerar as empresas.
O segundo cenário, ainda mais preocupante, é aquele em que a piora do emprego para os jovens é um indicador antecedente de uma deterioração mais generalizada entre as diversas faixas etárias. Nem sempre o desemprego dos jovens significa um primeiro passo para uma piora mais geral, mas aquela faixa etária sempre sofre um impacto maior no desaquecimento no mercado de trabalho. Os próximos meses devem indicar qual dos dois cenários acima vai prevalecer.”
 Rodrigo Leandro de Moura é pesquisador da FGV/Ibre.



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