quarta-feira, 15 de maio de 2019

JOANA D'ARC, SUSPEITAS NO CURRÍCULO

















JOANA D’ARC, CURRÍCULO INCONSISTENTE  
Conhecida por ter saído da pobreza e chegado à universidade mais conceituada do mundo, Joana D´Arc tem várias inconsistências em seu currículo
Felipe Resk e Renata Cafardo, O Estado de S.Paulo, 14 de maio de 2019  

Cheguei a publicar neste blog o texto; TABATA AMARAL E JOANA D’ARC, EXEMPLOS DE VIDA, mas vejam a reportagem de O ESTADO DE SÃO PAULO que segue:

“Conhecida por uma história de superação que deve virar filme, a professora de ensino técnico Joana D’Arc Félix de Sousa, de 55 anos, declara uma formação na Universidade Harvard que ela não possui e usou um diploma falso na tentativa de confirmar a informação. Joana também repetidamente dizia em entrevistas e palestras que entrou na faculdade aos 14 anos, o que ela agora reconhece não ser verdade.
A professora ganhou notoriedade por ser de família pobre, nascida em um curtume no interior de São Paulo, e chegar a um pós-doutorado em uma das mais conceituadas universidades do mundo. Nos últimos anos, recebeu dezenas de prêmios e, no mês passado, a Globo Filmes divulgou a preparação de um filme sobre a sua biografia, que teria a atriz Taís Araujo como protagonista

O Estado entrevistou Joana pela primeira vez no fim de 2017. Na oportunidade, ela afirmou ter morado por dois anos em Cambridge, onde fica Harvard, e voltou ao Brasil após a morte do pai.
A reportagem pediu documentos que demonstrassem o trabalho que havia sido feito nos Estados Unidos. Ela enviou um diploma, datado de 1999, com o brasão de Harvard, o nome dela e titulação de “Postdoctoral in Organic Chemistry”. O Estado mandou o documento para Harvard que, ao analisá-lo, informou que não emite diploma para pós-doutorado. Também alertou sobre um erro de grafia (estava escrito "oof", em vez de "of"). 

Há, ainda, duas assinaturas no diploma: uma delas é do professor emérito de Química em Harvard Richard Hadley Holm. Procurado, ele respondeu por e-mail: “O certificado é falso. Essa não é a minha assinatura, eu não era o chefe de departamento naquela época. Eu nunca ouvi falar da professora Sousa”.

Ao analisar o documento, Harvard informou que não emite diploma para pós-doutorado
A informação do pós-doutorado em Harvard consta no currículo de Joana na plataforma Lattes, o sistema oficial que reúne informações de pesquisadores de todo o País. O preenchimento é feito pelo próprio profissional. Para realizar a suposta pesquisa nos Estados Unidos, o currículo informa que ela recebeu bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (Capes), órgão do Ministério da Educação (MEC). A Capes, no entanto, afirmou que o nome de Joana não consta em nenhum registro de bolsista.
 
Já em sua ficha cadastral como professora do Centro Paula Souza, autarquia do governo que administra as escolas técnicas, o pós doutoramento não é citado. Joana fez concurso público e trabalha como professora de Química na Escola Técnica Professor Carmelino Corrêa Júnior em Franca, desde 1999. Segundo seu currículo Lattes, ela teria acabado de sair de Harvard (1997-1999).
 
O Estado entrevistou Joana novamente esta semana. Só depois de ser questionada sobre o diploma que enviou à reportagem, ela disse que o documento foi feito para uma “encenação de teatro”. “Mas eu não concluí (o pós-doutorado), eu não tenho certificado”, afirmou. "As meninas mandaram junto quando o jornalista me pediu documentos. Eu pensei: tenho que contar isso para o jornalista, mas não falei mais com ele.”
Ao contrário da primeira entrevista, ela também informou que não trabalhou no laboratório da universidade nem morou na cidade de Cambridge. “Não fiquei o tempo físico lá, conversei com orientador. Participei até de um congresso em Boston”, conta. Segundo ela, a pesquisa foi desenvolvida no Brasil. “Coloquei isso no Lattes, não sei se está certo ou errado.” 

O Estado não conseguiu confirmar qualquer passagem de Joana por Harvard. A pedido da reportagem, dois ex-alunos procuraram o nome dela em um sistema fechado apenas para quem estudou na instituição e não encontraram, mesmo tentando com diferentes grafias. A professora também disse que não lembrava se havia recebido uma bolsa da Capes, como informa seu currículo. 

Segundo cientistas, em um pós-doutorado, o pesquisador é convidado para fazer parte de um programa pré-estabelecido de um profissional que está no topo na carreira em uma universidade, no Brasil ou no exterior. O pós doutorando faz suas pesquisa no ambiente de trabalho desse outro professor, que atua como um supervisor. Ao fim da pesquisa, em geral, é publicado um artigo sobre a pesquisa. Também é obrigatório enviar relatórios periódicos ao órgão financiador da bolsa de pesquisa para prestar contas. A comunicação ou colaboração com pesquisadores de fora, em hipótese alguma, podem ser consideradas um pós-doutorado.
Joana, de fato, cursou graduação, mestrado e doutorado na área de Química na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Suas pesquisas envolvem produção de couro ecológico e a reprodução de pele humana artificial para transplante. A maior parte de prêmios, palestras ou entrevistas, entretanto, focam na história de vida da professora. 

Uma das passagens de destaque, informada em várias ocasiões, é que Joana entrou na universidade aos 14 anos e concluiu a graduação aos 17. Na primeira entrevista ao Estado, ela chegou a relatar dificuldades de entrar na faculdade tão nova. “A mais próxima da minha idade era uma menina de 16 anos. Pra mim, festa era com bolo e guaraná”, disse.
A data de matrícula na Unicamp, porém, contraria a narrativa da professora e mostra que Joana começou a graduação aos 19 anos, em 1983. Novamente questionada, ela admitiu que ingressou aos 18, mas sustenta que foi aprovada no vestibular com 14 anos.
No mês passado, a professora foi escolhida como entrevistada do programa Roda Viva, da TV Cultura, mas a emissora decidiu não veicular o programa por causa das inconsistências no currículo de Joana. “
É uma pena, a história dela já seria bonita suficiente se não tivesse essas coisas”, diz o jornalista e apresentador Ricardo Lessa.

Revista Veja: ‘Eu não menti’, diz Joana D’Arc Félix após revelação sobre diploma

'A gente se empolga e acaba falando demais', afirma a química, que agora conta uma história bastante diferente da que relatou até então

Por Jennifer Ann Thomas access_time 15 maio 2019, 16h03 - Publicado em 15 maio 2019, 10h29 more_horiz
Joana D'Arc Félix de Souza: "O meu legado não será apagado" (FEBRACE/Youtube)
Joana D’Arc Félix de Sousa, química brasileira, ganhou visibilidade na imprensa e em palestras como o TEDX por contar uma história de superação: a menina pobre, filha de empregada doméstica com operário de curtume, que entrou na faculdade aos 14 anos e concluiu um pós-doutorado em Harvard. Recentemente, a professora foi questionada sobre o seu currículo.
Uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revelou que a universidade negou ter emitido certificados que comprovem a formação e alertou para um erro de grafia no papel: estava escrito “oof” em vez de “of”. No suposto diploma, há duas assinaturas. Uma delas é do professor emérito de química em Harvard Richard Hadley Holm, que, procurado por e-mail, teria dito: “O certificado é falso. Essa não é a minha assinatura, eu não era o chefe de departamento naquela época. Eu nunca ouvi falar da professora Sousa”.


BOLSONARO TRABALHA CONTRA SEU PRÓPRIO GOVERNO


BOLSONARO É UM PRESIDENTE INÁBIL
por Theodiano Bastos                                                                         
Lembremos que Jair Bolsonaro se elegeu presidente com 57.797.847 votos (55,13% do total), porém
Fernando Haddad teve 47.040.906 votos (44,87%).


A abstenções foi de 31.371.704 (21,3%), Brancos: 2.486.593 (2,1%) e Nulos: 8.608.105 (7,4%) e ninguém sabe o que pensa todo esse eleitorado...

Mas Bolsonaro deve lembrar-se que chegou ao segundo turno com os votos contra o quando teve 49.276.897 votos (46,03%) dos votos válidos e os 8.520.650 que se somaram no segundo turno para elegê-lo presidente vieram dos que votaram contra o PT.  


Antes de tudo lembremos que o atual governo, que tem quatro meses, não é responsável pela atual situação que o Brasil atravessa.
 
Crise institucional em gestação                                                                                      O
“Estamos assistindo, já há algum tempo, a um embate entre o Congresso e o governo Bolsonaro potencialmente gerador de crise institucional”, diz Merval Pereira.

“O governo vem sofrendo seguidas derrotas parlamentares, e não parece equipado para essa disputa. Há um clima de desconfiança mútua difícil de ser desanuviado”.

Jair Bolsonaro, segundo Ruy Castro, sabe o que está fazendo: “Bolsonaro parece trabalhar contra si próprio, ao deixar que o Congresso derrube seus decretos, o Judiciário lhe faça cara feia e os militares se magoem com os insultos que recebem. Mas só parece. O que ele quer é que todos saiam da sua frente para que, dizendo-se incompreendido, possa governar com os filhos e ‘com o povo’, através das redes sociais.

“Não sou obrigado a ir nas loucuras de um governo que está passando por momento de insanidade”

Fausto Pinato, do PP, disse para a Veja que o governo passa por um momento de insanidade:
“Não sou empregado do governo. Ajudei a eleger esse governo, como muitos aqui da comissão, e temos o dever de corrigir as loucuras e os impropérios e erros do governo. Quem elegeu Bolsonaro não foi só Olavo de Carvalho, não. Muitos aqui, inclusive eu (…).
A estratégia desse governo é desmoralizar esse parlamento?! O ministro da Casa Civil diz que atende deputado. Atende onde? Atende onde? Saiu daqui e não atende deputado. É só a panela. Minha paciência esgotou. Não sou empregado dele e não sou obrigado a ir nas loucuras de um governo que está passando por momento de insanidade”.
 
Em fevereiro, Cláudio Dantas compartilhou no Twitter que, de uma forma nonsense, o governo Bolsonaro fazia oposição a si próprio. Foi a deixa para um seguidor pontuar que surgia ali o conceito de “autocrise”.
Marcelo Ramos, presidente da comissão especial da reforma da Previdência, escreveu há pouco no Twitter o que havia nos dito na segunda-feira..

“Os debates da Reforma vão sendo contaminados por crises criadas pelo próprio governo.”
O polêmico decreto do porte de arma
Como se desejasse tumultuar o Congresso às véspera de votar a reforma da Previdência, lança o decreto do porte de arma deu início a um debate sobre constitucionalidade. Para entender a polêmica:

Quando o governo Bolsonaro o prometeu, o decreto sobre porte de arma parecia algo menor, que atenderia necessidades dos frequentadores de clubes de tiro e caça. Mas também adiantava algum barulho, já que implicaria na quebra do monopólio da Taurus.

Os últimos detalhes foram discutidos no QG do Exército em meio a uma crise institucional envolvendo militares e Olavo de Carvalho. Ao assiná-lo, Jair Bolsonaro dizia ter ido “no limite da lei“.
 
Olavo de Carvalho, ideólogo do clã Bolsonaro, é o artífice da revolução conservadora: palavrões, baixarias e grosserias é o pivô da crise do governo com os militares. “Há coisas que nunca esperei ver, mas estou vendo. A pior delas foi altos oficiais militares, acossados por afirmações minhas que não conseguem contestar, irem buscar proteção escondendo-se por trás de um doente preso a uma cadeira de rodas (se referindo ao ex-comandante do Exército) . Nem Lula seria capaz de tamanha baixaria”, conclui. 

Essa baixaria atinge o ex-comandante do  Exército Brasileiro, o general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, 66, que está numa cadeira de rodas, com dilemas de acessibilidade, precisa de apoio para atividades e pensa todos os dias até quando irá conseguir resistir ao poder da doença degenerativa grave que o acomete

O comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, sofre de esclerose lateral amiotrófica. Em estado avançado, a doença degenerativa o impede de cumprir integralmente sua missão à frente do Exército. É uma doença sem cura e cruel. E o presidente não deu uma palavra defendendo o general Villas Boas.
A continuar assim, Bolsonaro corre o risco de não terminar o mandato.