sábado, 26 de dezembro de 2015

80 ANOS CASAL VIVE JUNTOS



Oitenta anos depois, dona Rosalina ainda ri das piadas do seu Oswaldo. Os dois têm 98 anos e se conheceram em 1935.

Minha mulher, eu e os quatro filhos (dois casais), sete netos (três netas e quatro netos), duas noras e dois genros, ficamos emocionados com a reportagem do Jornal Nacional na Noite de Natal de 2015, porquanto nos conhecemos por apenas cinco meses e estamos casados há 54 anos, cujo relato:"Bodas de Ouro e o Segredo do Casamento" está no blog: theodianobastos.blogspot.com


No Rio de Janeiro, tem um casal que é vencedor. A primeira vez que os olhos azuis brilharam apaixonados, ele não esquece. Foi em 1935.  “Ela estava com uma garrafa de vinho pro pai que foi comprar. Eu passei do lado e disse assim: você vai beber isso tudo? E ela disse: não, é para o meu pai e fui acompanhando e conversando até a porta de casa”, conta Oswaldo Blois, de 98 anos.
“Perguntou o meu nome: ‘como você se chama?’. Eu disse ‘Rosa’. E aí ele disse assim: ‘só falta o cheiro’”, conta Rosalina Blois, de 98 anos.
Jornal Nacional: A senhora gostou da cantada?
Rosalina: Gostei! Gostei que voltei. Fui lá dei o vinho pro papai e voltei.
Eles não sabiam, mas ela voltava para uma vida inteira.
Jornal Nacional: E qual foi a primeira vez que o senhor conseguiu botar a mão na mão dela, pra namorar?
Oswaldo: No dia seguinte.
Rosalina: Ele era muito saliente.
Um ano depois veio o pedido. “Com a cara mais lavada, ele chegou e disse pro meu pai: ‘eu quero me casar com a sua filha’”, lembra Rosalina.
No ano seguinte veio o bebê. Hoje com 79 anos, o Orestes. Seu Orestes teve o Marcelo, e o Marcelo, a Carolina - a bisneta.
Seu Oswaldo e Dona Rosalina estão juntos há 80 natais. As fotos mais antigas já não existem mais. Nas que sobraram, alguns dos muitos natais, quando ela preparava as festas. Hoje isso mudou. “A minha nora sempre prepara tudo e nós chegamos e só comemos”, afirma Oswaldo.
A certidão confirma. O aniversário de casamento é em janeiro. Eles já fizeram bodas de prata, de ouro, de diamante. E agora se preparam para bodas de nogueira. Nogueira é uma madeira forte, mostra que a relação está firme.
Jornal Nacional: Vocês imaginaram que iriam completar 80 anos juntos?
Oswaldo: Nunca, nunca. Essa questão de imaginar é muito difícil, os anos vão passando e você não vai sentindo, quando chega os 80, você diz: ‘puxa! 80 anos!’.
Jornal Nacional: Quando olha pra ele, o que que a senhora pensa?
Oswaldo: Mas como esse cara está feio.
Oitenta anos depois e ela ainda ri das piadas dele. E canta quando ele pede. E juntos eles desejam: “Que muitos outros casais sejam felizes, que procurem ser amigos um do outro. É o que nós somos”, diz Oswaldo.
Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/25/12/2015        

domingo, 20 de dezembro de 2015

BRASIL NUMA ROLETA RUSSA, DIZ DELFIM NETTO



Troca de ministro é irrelevante nesta roleta-russa política, diz Delfim Netto





Folha de São Paulo, ANA ESTELA DE SOUSA PINTO
EDITORA DE "MERCADO" 20/12/2015  
A troca de ministros da Fazenda é irrelevante e não afasta a impressão de que o país está "indo para o buraco", diz o ex-ministro da Fazenda Antonio Delfim Netto.
Um dos economistas mais respeitados do país, Delfim foi ministro na ditadura militar e interlocutor dos governos Lula e Dilma, no início do primeiro mandato.
O afastamento começou no final de 2012, quando a presidente insistia numa política econômica que desequilibrou os preços no país e enfraqueceu o setor industrial.
Embora contrário ao impeachment —"seria preciso haver prova de que Dilma foi desonesta"—, ele diz que a administração política da presidente "desintegrou-se". 

"Estamos numa roleta-russa, não num jogo político."


Folha - A troca de ministros da Fazenda faz diferença?
Antonio Delfim Netto - Não. Os dois [Joaquim Levy e seu substituto, Nelson Barbosa] são muito competentes. O problema não é econômico. É político. Não há possibilidade de terminar um ajuste fiscal sem reconstruir primeiro —ou junto com ele, pelo menos– a expectativa de crescimento.
Como se recupera o crescimento agora?
O crescimento é um estado de espírito. O que existe hoje é um desânimo muito grande, produzido pelas dificuldades da economia, que, por sua vez, desintegraram a administração política.
O Brasil é um país hoje em que a administração política está anulada. Um governo que tem dez partidos com 320 deputados, e nenhum partido tem fidelidade ao governo, nenhum deputado tem fidelidade ao partido.
Estamos numa roleta-russa, não num jogo político.
Sem definição do conflito político, então, não há saída?
É mais que isso. Não é só que a situação presente é difícil. É muito pior, a perspectiva é que estamos caminhando para o buraco. O que precisa eliminar é essa perspectiva, e ela só será eliminada se fizermos as reformas necessárias.
MUDANÇA NA FAZENDA






                                                                                     Quais são?
Enfrentar o problema da Previdência, das vinculações. Vinculação é um ato maluco, é a mesma coisa que estar num avião, ligar o piloto automático e esperar acabar o querosene. Ela tira o poder do Congresso e do Executivo.
Precisamos restabelecer certa flexibilidade no mercado de trabalho, o que não quer dizer reduzir direitos constitucionais do trabalhador, mas harmonizar as relações entre trabalhadores e empresários, sob vigilância dos sindicatos, para que se organizem melhor.
Precisa enfrentar também o problema fiscal. A tributação é muito alta, muito injusta. Não vai resolver tudo de uma vez, mas é preciso que alguém apresente ao Congresso essas reformas. Isso obriga o Congresso a enfrentar os assuntos. Hoje se imagina que o Congresso não vai aprovar e não se manda nada.
Há clima político para aprovar alguma reforma agora?
Não. É preciso organizar a política. Temos um sistema sem credibilidade. A troca de ministros é irrelevante. O que é relevante é o Poder Executivo recuperar o seu protagonismo, apresentar ao Congresso as reformas constitucionais necessárias e ir para a rua —conclamar a sociedade a pôr em xeque o Congresso para aprová-las. 

A presidente Dilma tem condições para isso?
Espero que sim. Ela diz, pelo menos, que é guerreira. Não há solução tranquila para o país a não ser a retomada do protagonismo do Executivo.
A reação de desconfiança do mercado financeiro após o anúncio de Barbosa indica que o custo do ajuste será mais alto?
O mercado sabe muito pouco. Basta ver o que pensava no início deste ano e o que pensa hoje.
E a proposta aventada por Barbosa de colocar bandas na meta fiscal?
Não inventa nada, meu Deus! Todos os países desenvolvidos hoje, por tentativa e erro, chegaram à mesma política. Vamos copiar em vez de inventar.
Qual o principal erro do ministro Levy?
O ministro Levy não cometeu erro nenhum. Ele não teve poder para fazer o que precisava ser feito. Confundiu-se o Levy como um fanático do equilíbrio fiscal, que era só uma ponte para ver aprovadas as reformas constitucionais. O Levy nunca viu seu plano adotado, não tem culpa de nada. Tudo o que se atribui a ele vem das medidas tomadas antes. É o pensamento mágico da esquerda infantil, de achar que o efeito vem antes da causa.


sábado, 19 de dezembro de 2015

IMPEACHMENT: OS RISCOS ADIANTE


          OS RISCOS ADIANTE

                      Por Cristovam Buarque

Torcem contra e a favor do impeachment como se estivessem na arquibancada 

A cada momento de nossa história, o Brasil cai em ilusões de propostas mágicas que serviriam para nortear nosso futuro. Há pouco, muitos acreditavam que o pré-sal salvaria o Brasil. Agora, o Brasil se divide entre os que veem o futuro no impeachment e aqueles que querem a continuidade da presidente Dilma. Não percebem que o futuro adiante será muito difícil, com qualquer destas alternativas. Torcem por um lado ou outro, como em arquibancada de futebol, sem refletir, sabendo que o jogo termina depois do apito final. Mas, a realidade é mais complexa.
Se o impeachment passar, o vice-presidente assumirá com uma herança maldita, tendo de enfrentar o PT de volta à oposição, exigindo reajustes salariais, aumentos de gastos públicos; lembrando boas coisas do seu governo, sem mencionar que eram insustentáveis. Corre-se o risco de que o impeachment de Dilma interrompa o fim do ciclo do PT. Isto ficará ainda mais possível se o encaminhamento do processo tiver falhas e conseguirem passar a ideia de golpe. Ainda mais se um futuro governo dificultar o funcionamento da Polícia Federal, nas operações contra a corrupção.
Se o impeachment não passar, uma alternativa seria que a presidente Dilma entendesse e fizesse um reconhecimento público de que o Congresso a salvou da vontade popular de sua cassação, e tentasse reorientar seu governo para os próximos anos. Reconhecer seus erros, dizer que seu partido é o Brasil, não o PT ou qualquer outro; assumir seu compromisso com um governo de união e transição até 2018, com dois objetivos centrais: o ajuste necessário para corrigir seus erros na economia e definir as bases de reformas estruturantes para o futuro. Mas, tudo indica que, com a continuidade do governo Dilma, os próximos três anos não serão diferentes de 2014, salvo que a presidente, o PT e os demais partidos no governo tratarão o arquivamento do processo de impeachment como a aceitação de todos os seus erros, como uma carta em branco para continuar aparelhando o Estado, desprezando a responsabilidade fiscal. Não é difícil imaginar, no dia seguinte ao arquivamento, as bandeiras vermelhas de volta às praças; com gritos de que o golpe não passou, que as pedaladas foram aceitas, assim como também as manipulações na campanha, as irresponsabilidades na economia; tudo bem com a Petrobras, a corrupção não existiu, pedindo anistia para os presos e o fim da Lava-Jato.
Mesmo temendo o futuro, o impeachment precisa ser debatido e votado de acordo com as razões legais. A eleição do presidente é uma escolha política, mas sua destituição deve ser por razões legais, julgando, não votando. O impeachment não é golpe, porque está previsto na Constituição, mas ali previstas as razões que o justificam, definindo se a presidente cometeu ou não crime.                
Cristovam Buarque é professor emérito da UnB e senador pelo PDT-DF                                                    Fonte: http://noblat.oglobo.globo.com/ 12/12/15

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

STF DEU UM GOLPE



STF DEU UM GOLPE, Dizem Aliados do PSDB
por Ilimar Franco, 18/12/2015 

O grupo Movimento Brasil Livre, com aval do Vem Pra Rua, acaba de divulgar uma nota afirmando que houve um "golpe" no STF, por este ter alterado o rito do impeachment definido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha. "Após o golpe desferido pelo STF", diz a nota ao criticar o poder que o Senado terá na tramitação do impeachment contra a presidente Dilma.
Essas organizações, MBL e Vem Pra Rua, têm promovido, com a participação do PSDB, manifestações pelo impeachment. Um dos signatários do pedido de impeachment, o jurista Miguel Reali Jr, que foi ministro da Justiça do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), criticou nessa manhã a decisão do Supremo: "Está sendo praticado um ativismo de altíssimo grau no STF. O Supremo não está contente em julgar e quer legislar". 
A nota do MBL diz que a decisão adotada pelo Supremo ontem, foi "mais um momento de vergonha para as instituições". Afirma que foi dado um "golpe vermelho" e que "foi dado um tapa na cara de quase 70% dos brasileiros que defendem a destituição da presidente Dilma. Esses dois grupos estão convocando nova manifestação para 13 de março. O texto, que defende o rito de Eduardo Cunha, critica o presidente do Senado, Renan Calheiros, dizendo que ele só não foi alvo de busca e apreenção pela PF por esta ter sido rejeitada pelo ministro Teori Zavaski (STF).                                                     Fonte: http://blogs.oglobo.globo.com, 17/12/15