terça-feira, 22 de março de 2016

ELEIÇÕES GERAIS E ASSEMBLEIA GERAL CONSTITUINTE EXCLUSIVA



ELEIÇÕES GERAIS E ASSEMBLEIA GERAL CONSTITUINTE EXCLUSIVA

                      “É ingenuidade pedir a quem tem poder para mudar o poder”, Giordano Bruno.
        
                         A Nova Carta Magna seria submetida a um referendo e a Assembleia Constituinte seria dissolvida e seus membros proibidos de concorrer  a cargos eletivos nas eleições seguintes, único jeito de se implantar o Parlamentarismo e aprovação das reformas imprescindíveis, como as políticas, fiscal, tributária, trabalhista e sindical, o que propiciará a execução de projeto ambicioso de “engenharia social” no Brasil, preservando-se do Estado Democrático de Direito. É um desafio neste mundo conturbado e preso à síndrome do medo, mas necessárias e desejadas a fim de se conseguir as mudanças profundas que dêem outro rumo ao Brasil, no interesse das maiorias sempre marginalizadas e excluídas.

                        A “Constituição Cidadã” de 1988, que já sofreu 67 emendas, foi elaborada para vigorar num regime parlamentarista e mesmo assim seu texto foi aproveitado para o presidencialismo. Pouco se fala em seu texto de deveres, mas está recheada de direitos. O então presidente José Sarney comentou: “está constituição deixará o Brasil ingovernável” E constituição de 1988 virou uma colcha de retalhos com dezenas PEC – Projetos de Emenda Constitucional aprovada para que o Brasil se tornasse governável. Os mesmos parlamentares que a redigiram candidataram-se no pleito seguinte de 1989 e 60% deles não se reelegeram e o Senhor Constituinte, Dep. Ulysses Guimarães, ficou em sétimo lugar como candidato a presidente da república.

                     O Brasil já teve oito textos constitucionais, incluindo-se os de 1967 e 1969 do Regime Militar, mas  nunca teve uma genuína Assembleia Nacional Constituinte, diz Mauro Santayna em seu artigo no Jornal do Brasil de 26/06/09. A primeira, de 1823, que o imperador dissolveria, fora escolhida entre as reduzidas elites rurais e os comerciantes das cidades portuárias. A Constituição de 1824, outorgada pelo imperador, ainda que se identificasse como liberal, determinava que só podiam ser cidadãos e eleitores os que tivessem determinados níveis de renda por ano. Os pobres, que viviam do trabalho manual, não se faziam representar, e continuaram não se fazendo representar depois da Proclamação da República, que acabou com o voto censitário, mas manteve fora da cidadania as mulheres e os analfabetos. O Congresso Constituinte, convocado por Deodoro, não mudou a natureza social da classe dirigente. Os republicanos eram republicanos, mas nem tanto: a maioria dos escolhidos provinha das mesmas oligarquias que sustentavam o Império. Além disso, as eleições posteriores, a bico de pena, só ratificavam o poder dos senhores do campo, que dominavam o sistema, associados aos comerciantes e industriais. Como sustentáculos dessa ordem de domínio agiam, de um lado, os militares e, do outro, os advogados. Associadas, a espada e a lei mantiveram o regime.

                         Os parlamentares eram quase todos bacharéis, e, em número bem menor, médicos e engenheiros A Revolução de 30 foi necessária, mas a situação internacional não permitiu que a plataforma democrática da Aliança Liberal se cumprisse na Carta de 1934, pervertida pelo corporativismo de inspiração italiana. Da Constituição totalitária redigida por Francisco Campos, em 1937, não há o que comentar. A Assembleia Constituinte de 1945 se reuniu sob a remanescente influência do Estado Novo, e manteve a hegemonia do poder central. Depois da Constituição de 1946, perdemos a oportunidade de convocar assembleia originária e exclusiva, a fim de elaborar a Carta de 1988. Antes tivemos as constituições impostas pelo Regime Militar. “Recorrer à soberania do povo, com uma Assembleia Constituinte exclusiva, que se dissolva depois de cumprida a tarefa, é a nossa única esperança a fim de retornar ao início da vida republicana, e fundar, finalmente, a República necessária. O nosso futuro continua no passado”, conclui Mauro Santayana.


                    TEMA POLÊMICO
Constituinte e ruptura
Ruy Fabiano é jornalista
A constituinte revisora, proposta pelo PSD – e já defendida anteriormente por partidos do governo e da oposição -, enfrenta dois tipos distintos de contestação: política e jurídica.
A política é volátil e casuística: o temor de não dominá-la, de ter o adversário como maioria. Daí o PT tê-la combatido e, posteriormente, proposto. Idem a oposição.
A jurídica tem como epicentro o princípio de que constituinte só se justifica se houver ruptura da ordem constitucional (golpe de Estado ou revolução). É a que importa avaliar aqui, já que a contestação política não tem cabimento ético.
Entre as formas de ruptura clássica, o Brasil pós-constituinte concebeu a sua: nem golpe, nem revolução, mas o esgarçamento lento e gradual do tecido constitucional.
Desde a promulgação, em 1988, já são 67 emendas ao texto original, havendo ainda mais de duas centenas de propostas de emendas em tramitação no Congresso e cerca de mil ações diretas de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal.
No dia seguinte à sua promulgação, o então presidente da República, José Sarney, considerou-a fator de ingovernabilidade. Os presidentes que se lhe seguiram, incluindo Lula, se elegeram prometendo reformá-la. Desde então, instalou-se no país o espírito reformista compulsivo. Só que ao sabor de cada governante, que puxava a brasa para sua sardinha ideológica.
O GOLPE DA REFORMA POLÍTICA
Por Ruy Fabiano
A ideia de convocar uma Assembleia Constituinte a pretexto de promover uma reforma política é parte essencial do projeto de poder do PT: consolida-o e torna a hipótese de alternância algo tão remoto quanto não haver nada de ilícito nas contas da Petrobrás.
Basta examinar dois tópicos que o PT considera prioritários nessa reforma: financiamento público exclusivo de campanha e voto em listas fechadas. A propósito, o partido já deu ciência disso por escrito a seus filiados, e programa uma marcha sobre Brasília, nos moldes da que Mussolini promoveu sobre Roma, em 1922.

O objetivo é pressionar o Congresso de fora para dentro, tese com a qual concorda a presidente Dilma Roussef, conforme pronunciamento que fez na sequência das manifestações de junho do ano passado, em que também defendeu uma Constituinte.
Financiamento público, precedido, como já está, da proibição de contribuições de pessoas jurídicas, garante ao partido hegemônico a maior fatia do bolo, já que a divisão obedecerá o critério da proporcionalidade das bancadas.
Não bastasse, veda o acesso de novas legendas, que, com as migalhas a que terão acesso, terão que se contentar com manifestações nas redes sociais. Não tendo bancadas, não terão dinheiro; não tendo dinheiro, não terão bancadas.

De quebra, não impede o caixa dois; apenas o monopoliza: ninguém, com recursos e senso de sobrevivência, negará auxílio a quem se eternizará no poder; e, por extensão, não o dará a quem dele está prévia e definitivamente excluído. O jogo é esse.

O voto em lista fechada dispensa maiores explicações: deixa-se de escolher o candidato; vota-se na legenda. A cúpula partidária organiza as listas. Quem é amigo do rei conquista seu lugar; quem não é não tem acesso. O eleitor terá que se contentar com os critérios dos caciques partidários.

Não é de hoje que o PT sonha com essa reforma, para a qual quer uma Constituinte. E por que não a faz com o próprio Congresso, que tem poderes para reformar a Constituição? Simples: porque não teria votos suficientes para aprová-la.
A aprovação de emendas constitucionais exige complicado rito: três quintos de votos favoráveis em cada Casa do Congresso, em dois turnos. Numa Constituinte, vota-se uma única vez, em sessão unicameral, por maioria absoluta.
Em abril de 2007, o presidente Lula recebeu em audiência um grupo de dez juristas aos quais havia incumbido um estudo para mudar as regras das CPIs (estudo que foi arquivado). Estava escaldado com o massacre das CPIs do Mensalão.
No curso da conversa, porém, o presidente da República pôs inesperadamente outro tema em pauta: a reforma política. Sugeriu que talvez fosse mais eficaz fazê-la por meio de uma Assembleia Nacional Constituinte exclusiva.

Um dos interlocutores, ex-presidente da OAB, Reginaldo de Castro, esclareceu num artigo: “Ideia dele (a Constituinte), trazida à conversa por iniciativa dele e tão-somente dele. A nós, coube ouvir e emitir opiniões improvisadas, já que não esperávamos tal assunto”. O presidente explicou: a Constituinte funcionaria paralelamente ao Congresso, seria integrada não apenas por representantes dos partidos políticos, mas também por cidadãos. Não explicou como isso se daria, nem ninguém lhe perguntou.
Finda a audiência, o Planalto informou que a tese havia sido sugerida ao presidente pelos juristas – e não o contrário, como ocorreu. Como entre eles havia quatro ex-presidentes da OAB, vinculou a entidade à proposta, que, no entanto, já a havia rejeitado, dois anos antes, em debate interno.
Foi uma escaramuça, uma técnica para aferir a receptividade de uma proposta e avaliar a oportunidade de sua apresentação. Constatou-se que não era o momento. Mas o tema não foi arquivado: ficou em banho-maria.
Após as manifestações de junho, constatou-se que chegara a hora. Ou o partido a punha em pauta já ou, diante do desgaste de que padece, correria o risco de não tê-la mais sob controle.

O plebiscito dará aparência de democracia, mesmo que para violentá-la, já que a maioria dos votantes desconhece a complexidade e sutileza do que nela está embutido.
É o golpe final, que repete o processo venezuelano, em cuja gênese estão as digitais do PT e do Foro de São Paulo. Quando o Foro completou 15 anos, em 2005, Lula, em meio às celebrações, reivindicou: “Fomos nós que inventamos o Chávez”. Ninguém duvida. O fruto da reforma, na ótica do PT, está agora maduro.”                                                                           Ruy Fabiano é jornalista.                                                                                                         Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/ 26/04/14

                                               ***
Somente 35 deputados, dos 513 da atual legislatura, se elegeram com votação própria. Por conta das coligações, o eleitor votava em seu candidato e elegia outro.
Senadores biônicos, compram os mandatos financiando o titular que logo é nomeado para outro cargo e assim chega ao Senado da República sem um único voto.




segunda-feira, 21 de março de 2016

TIRO PELA CULATRA



Folha de São Paulo, 21/03/2016  
“Parece pouco dizer que a presidente Dilma Rousseff (PT) acertou um tiro no pé ao abrigar seu padrinho no Palácio do Planalto. A acomodação de Lula na Casa Civil representou muito mais que isso: foi provavelmente o erro mais grosseiro de um governo pródigo em decisões deploráveis do ponto de vista político, econômico e moral. 

Pesquisa Datafolha realizada nos dias 17 e 18 e publicada neste final de semana traduziu em números o tamanho do descompasso que se verifica entre o governo petista e a população brasileira. 

Nada menos que 73% dos entrevistados responderam que Dilma agiu mal ao convidar o ex-presidente para assumir o ministério. Além disso, para 36% a gestão deve piorar com a chegada de Lula, e 38% entendem que nada mudará.
Há mais. Na opinião de 68% dos brasileiros, Lula aceitou o cargo só para obter o chamado foro privilegiado e escapar de um processo em primeira instância comandado pelo juiz federal Sergio Moro. 

Como se vê, a expressiva maioria da sociedade rechaça não só a repulsiva manobra mas também a cândida explicação difundida pelo Palácio, segundo a qual Lula estava sendo chamado somente por suas conhecidas capacidades de articulação política e na esperança de reanimar a economia. 

Também pudera. As interceptações telefônicas que Moro tornou públicas na semana passada, a despeito das críticas que se possam fazer à atitude do juiz nesse caso, tiveram enorme impacto na população. Elas revelaram o quanto Lula se mobilizava para tentar interferir nas investigações –e dá arrepios imaginar o que poderá fazer uma vez dentro do governo.


A esse respeito, são alarmantes as declarações do novo ministro da Justiça, Eugênio Aragão. Em entrevista a esta Folha, ele afirmou que vai trocar toda a equipe de uma investigação da Polícia Federal se houver sinais de vazamento de informação –e o fará mesmo que não tiver provas, o que configura uma monstruosidade jurídica.

Impressiona a desfaçatez do ministro, e não só pela deslavada intenção de usar a presunção da inocência somente quando interessa. Justamente quando o governo que agora integra é acusado de querer driblar a Operação Lava Jato, Aragão dobra a aposta com essa tentativa de intimidar a PF. 

Não surpreende, diante dos acontecimentos frenéticos das últimas semanas, que a rejeição a Lula tenha disparado entre os entrevistados pelo Datafolha. Se em 2010 o petista deixou o Planalto com 83% de aprovação, hoje 57% dizem que não votariam nele caso estivesse disputando uma eleição.
Na prática, desse modo, a presença de Lula no Planalto serve somente para sublinhar as notórias inépcia administrativa e falta de liderança presidencial, antes exacerbando os defeitos estruturais do governo Dilma Rousseff do que evitando a rota do desastre”.

sábado, 19 de março de 2016

SÉRGIO MORO E FAMÍLIA RECEBEM AMEAÇAS



Juiz Sérgio Moro e seus familiares receberam ameaças de morte, leia !       

Jihadistas do PT ameaçam Sérgio Moro pelo Tweets e telefone:
El Carmo@ELcarmo: “Chega de palhaçada de acreditar na democracia da direita. MATEM O MORO”
El Carmo@ELcarmo: “Tenhamos coragem MATEMOS O MORO e acabemos com esta festa”.
El Carmo@ELcarmo: “Nunca pensei que iria ver três golpes neste país”.
O jornalista Rodrigo Rangel, na revista VEJA de 16/03/16 à pág. 48, denuncia: “Fazia tempo que o juiz era alvo de ataques virtuais...Sérgio Moro, o juiz da Lava-Jato, tem a segurança pessoal reforçada pela Polícia Federal depois de receber telefonemas e mensagens com ameaças de morte”.      
A Polícia Federal já identificou os autores das ameaças.

“O Brasil está finalmente vivendo uma das maiores revoluções de sua história. A atuação do Juiz federal Sérgio Moro no combate à corrupção está renovando a esperança e o orgulho de milhões de brasileiros de todas as gerações país afora. Pessoas de todas as idades testemunham pela primeira vez na vida a prisão dos típicos criminosos do colarinho branco como políticos influentes, empresário poderosos e executivos intocáveis.

O problema é que a Operação Lava Jato está apenas no começo e já ameaça os interesses de gente muito poderosa. Sérgio Moro, membros de sua equipe e até mesmo familiares já sofreram ameaças de morte. A vida destes homens está em perigo e apenas uma mobilização maciça da sociedade poderá garantir não apenas sua segurança, mas que possam prosseguir com seus propósitos de livrar o país dos corruptos.
O  ex-delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz já havia denunciado no ano passado que o juiz Sergio Moro vinha recebendo telefonemas, ameaças e pressões. Ainda de acordo com o relatos, a mãe do juiz, que mora numa grande cidade do interior do Paraná, anda deprimida, reclusa em casa e só circula na rua sob escolta policial.
Pelo andamento das investigações, os procuradores da Força Tarefa de Curitiba estão dispostos a realizar uma verdadeira faxina na vida política nacional. Entre os alvos, estão dezenas  de deputados, senadores e empresários que ainda sequer foram citados. Além de todos os possíveis envolvidos em esquemas ilícitos, as chances desta investigação acabar esbarrando no ex-presidente Lula e até mesmo na atual presidente Dilma Rousseff não podem ser descartadas.
O povo brasileiro precisa se mostrar maduro, vigilante e preparado para o pior. A sociedade já provou sua capacidade de demonstrar força e permanecer coesa perante outros desafios, como na luta por eleições diretas e na deposição de Collor. O povo já se mostrou capaz de respeitar, defender ou mobilizar milhões de pessoas na defesa de interesses diversos, como os que envolvem direitos civis, religiosos e até mesmo a liberdade quanto à orientação sexual.
Será desta vez que o povo irá ficar de braços cruzados após tantas revelações sobre a verdadeira identidade dos atores corruptos? Os mesmos que atuam nos bastidores do poder repetindo o mesmo roteiro secular de sangria dos cofre públicos? Ou todos devem se conformar, caso algum dos integrantes da Operação Lava Jato sofra algum tipo de golpe que os impeça de prosseguir lavando a alma dos brasileiros?
É um dever de todos os membros da sociedade civil e do Estado zelar pela garantia da segurança dos cidadãos no exercício de seus direitos fundamentais. Permitir que criminosos atentem contra a atividade dos representantes da lei significa permitir a violação da liberdade e da democracia. É preciso impedir o surgimento de uma manchete nos jornais noticiando o assassinato do juiz Sérgio Moro, o que certamente significaria uma sentença de eternização da impunidade no país.
As manifestações de apoio servem não apenas para estimular que as investigações avancem, mas também para fortalecer a perspectiva de justiça que atiça a esperança do povo. Apenas a demonstração da força do povo nas ruas será capaz de deter os planos das forças ocultas que tramam contra a vida e o trabalho do juiz federal Sérgio Moro e de membros de sua equipe. O esforço e dedicação desta gente merece uma retribuição significativa da sociedade no dia 16 de agosto nas ruas e praças do todo o país. Somos Todos Moro. Fonte: http://pensabrasil.com



JARARACA ACUADA,



A JARARACA ESTÁ ACUADA,                                    por Theodiano Bastos

Somente aqueles que não leram o livro “Viagens com o Presidente”, escrito pelos jornalistas Eduardo Scolese (Folha de São Paulo) e Leonencio Nossa (O Estado de São Paulo) que atuam no Comitê de Imprensa do Palácio do Planalto, (vejam no final algumas revelações importantes da personalidade de Lula) ficaram chocados com o que viram e ouviram  com as  revelações do conteúdo das gravações revelam Lula como ele é: sem compostura, usando palavras de baixo calão, palavrões impublicáveis, expressões fulas, um político autoritário, que trata com desdém os adversários, fazendo a apologia do ódio: “é nós contra eles” , um homem sexista, que faz piadas de profundo mau gosto e referências grosseiras a militantes femininas de seu grupo.

O ex-presidente revela ainda um tremendo desprezo pela democracia, instruindo seus seguidores a agirem com violência contra os adversários para que estes sintam medo de se oporem ao lulopetismo.  


Segundo dados da Polícia, as manifestações a favor do governo realizadas no dia 18, foram 13 menores que as domingo, 13/03/16.
Gilmar Mendes suspende posse de Lula e deixa investigação com Moro
Folha de São Paulo, Pedro Ladeira/Folhapress - MÁRCIO FALCÃO DE BRASÍLIA - 18/03/2016 21h19
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes suspendeu nesta sexta-feira (18) a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil do governo Dilma Rousseff. O governo avisou que recorrerá da decisão. Até uma decisão final do Supremo, Lula não poderá despachar como ministro.
Gilmar determinou ainda que as investigações da Operação Lava Jato sobre o petista fiquem sob a condução do juiz Sergio Moro, responsável pelas apurações do esquema de corrupção da Petrobras no Paraná.
Gilmar concedeu uma decisão liminar (provisória) e o governo pode recorrer ao plenário do Supremo – cuja próxima sessão ocorrerá somente no dia 30 de março. O ministro acolheu duas ações que foram apresentadas ao STF por PPS e PSDB questionando a legalidade da nomeação.
Para Gilmar, a posse de Lula pode configurar "uma fraude à Constituição", sendo que houve desvio de finalidade por parte da presidente Dilma. Isso porque, segundo o ministro, há indícios de que Dilma indicou o ex-presidente para o governo com o objetivo de que as investigações contra ele fossem examinadas pelo Supremo e não mais por Moro.
O ministro afirmou que ficou claro o receio de que o petista fosse preso e processado criminalmente. Gilmar cita em sua decisão vários diálogos de Lula que foram interceptados pela Lava Jato, como falas com Dilma e correligionários, além da crítica de que o tribunal é uma corte acovardada.
Segundo o magistrado, apesar da polêmica sobre a legalidade do grampo de Lula falando com Dilma, a autenticidade das declarações é reconhecida por eles.
Ele também faz referência a conversas do ministro Jaques Wagner (chefe de gabinete da Presidência) e o presidente do PT, Rui Falcão.
Segundo o ministro "nenhum Chefe do Poder Executivo, em qualquer de suas esferas, é dono da condução dos destinos do país", devendo seguir princípios constitucionais "explícitos e implícitos" como probidade e moralidade.
Na avaliação do ministro, ficou claro que integrantes do governo avaliaram que o Supremo seria leniente com Lula.
"O objetivo da falsidade é claro: impedir o cumprimento de ordem de prisão de juiz de primeira instância [Moro]. Uma espécie de salvo conduto emitida pela presidente da República. Ou seja, a conduta demonstra não apenas os elementos objetivos do desvio de finalidade, mas também a intenção de fraudar", afirma Gilmar na decisão.
Gilmar disse que a versão apresentada por Dilma para a gravação, na qual trata do termo de posse com Lula, "não é compatível com a legislação de regência do ato de posse". O governo alega que Dilma mandou o termo de posse para Lula assinar porque ele talvez não conseguisse comparecer.
O entendimento de Gilmar, mesmo sendo provisório, prevalece sobre decisões das Justiças estaduais que também vinham discutindo a situação da posse de Lula. Foram apresentadas mais de 50 em todo o país. Gilmar, no entanto, afirmou que não há proibição para que novas ações sejam apresentadas à Justiça.
Ao todo, o Supremo recebeu 13 ações, sendo que nove ficaram sob a relatoria de Gilmar. A tendência é que os processos sejam analisados pelo plenário.
Além de Gilmar, o ministro Teori Zavascki também é relator de outras ações, e pediu que a Presidência e a Procuradoria-Geral da República se manifestem. Esses tipos de processos que estão com Teori são discutidos, geralmente, diretamente pelo plenário da Corte, sem liminar.
O governo chegou a pedir a Teori para suspender todas as ações nas Justiças estaduais até uma definição do tribunal, mas o ministro acabou não despachando a demanda.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/  09/03/16              
*******************************************************************

“Viagens com o Presidente”

Este é um baixo-relevo de nosso presidente. Quando o Brasil renunciou à inteligência - há mais de vinte anos, agravando a cada nova eleição -  nunca imaginei que chegaria à isso. O pior é que o país ainda quer muito mais do mesmo.
Seria mesmo um caso de "Síndrome de Helsinque"? Estou mais inclinado a achar que se trata de um surto psicótico coletivo, induzido por anos sugestão pavloviana.
Fora Lula!
Dez trechos do livro "Viagens com o Presidente", recém lançado.
O livro foi escrito pelos jornalistas Eduardo Scolese (Folha de São Paulo) e Leonencio Nossa (O Estado de São Paulo) que atuam no Comitê de Imprensa do Palácio do Planalto.
Os episódios sucedem-se aos montes no relato feito pelos dois jornalistas de algumas das 423 viagens que Lula fez
desde sua posse até abril passado,das quais 91 para o exterior. Em 36 meses de governo, Lula visitou, em média, um município a cada quatro dias.
1. Nas viagens internacionais,logo no início do trajeto de volta ao Brasil, Lula costuma chamar o Ministro Celso Amorim e um Oficial da Aeronáutica à sua cabine e, com a ajuda de um grande mapa-múndi, trata de ficar imaginando quais poderiam ser os próximos países a serem visitados.
A rotina, então, é questionar Amorim sobre as características dos países apontados por ele no mapa e ao militar pergunta a respeito das questões técnicas das rotas imaginadas, como escalas e trajetos viáveis à aeronave.
2. Numa tarde de calor infernal, o presidente Lula estava suado, abraçando e beijando admiradores numa cidadezinha da Bahia,e pediu uma toalha, com urgência. O ajudante de ordens ouviu e saiu meio desajeitado, lento, e Lula, irritado, comentou: "Olha o bundão, lá vai o bundão pegar a minha toalha". Ninguém estranhou. O governo mal começava, mas o descaso com as boas maneiras já era rotina no Planalto.
3. "Cadê as cartilhas, porra?" Esbraveja o Presidente da República. O ajudante de ordens tenta se desculpar. O Presidente está uma fera, elevando o tom da voz na frente de todos. Vermelho de raiva, Lula grita ao funcionário: "Como é que não trouxe as cartilhas, seu incompetente!"...
4. "Tá vendo? Eu não tenho mesmo curso superior, mas quem carrega papel para mim tem. . .
Todos eles têm curso superior", disse Lula a um ministro, depois de receber um discurso das mãos de um assessor.
5. Numa audiência com a Ministra do Meio Ambiente, Marisa Silva, na época em que o governo começava a discutir a transposição de parte das águas do Rio São Francisco, o presidente ouve atentamente a opinião contrária dela e os argumentos favoráveis dos técnicos das empreiteiras. Após ouvi-la, Lula consola a Ministra:
- Marina, essa coisa de meio ambiente é igual a exame de próstata, não dá para ficar Virgem a vida toda. Uma hora eles vão enfiar o dedo no cu da gente. Então, companheira, se é para enfiar, que enfiem logo.
6. No final do primeiro ano de governo,Lula vai ao Egito e visita o Museu do Cairo. Naquele dia, o primeiro comentário ocorre quando é informado de que a tumba do faraó Tutancâmon foi a única entre as dos imperadores egípcios a resistir aos ataques de saqueadores:
- "Veja desde quando vem o crime organizado!" A seguir, é a vez da primeira-dama soltar a sua apreciação, ou ouvir do guia que os egípcios seguiam setenta mandamentos, e não apenas dez:
- "Imagine, setenta. É muito pecado!"
7. Lula, durante viagem ao Japão, a um assessor que queria fazer-lhe um relato das atividades da CPI dos Correios, nesse dia: "Deixa eu te dizer uma coisa, meu caro. É o seguinte.
Se você tiver que dar uma noticia ruim a um companheiro, não faça isso à noite, pelo amor de Deus. Se tiver passado das nove da noite, primeiro que não vai ter tempo para resolver mais nada naquele dia, e segundo, você ainda vai fazer o favor de estragar o sono do companheiro.
Ele não vai conseguir dormir mais com aquela coisa martelando na cabeça." O Presidente olha o assessor e solta mais uma preciosa dica: - "Ah, e de preferência também não dê uma notícia ruim a um companheiro pela manhã. Não dê, não dê. Isso vai fazer o companheiro começar o dia num baita mau humor. É horrível."
8. Na viagem que fez à Bolívia em janeiro de 2006, Lula fica irritado ao ler um artigo de jornal que aponta algumas falhas na política agrária do governo federal: - "Tem que mandar esse cara aqui tomar no cu. A gente aumenta o número de contratos da agricultura familiar, faz uma reforma agrária de qualidade e investe no agronegócio e ainda tem que ler isso aqui?"
-Ao notar o silêncio dos assessores, Lula prossegue o ataque:
- "Num caso como esse não tem jeito, meus caros, não tem jeito. Tem que mandar tomar no cu mesmo, não tem outro jeito."
9. Numa sessão de cinema, no Palácio da Alvorada, num dos raros momentos em que o Presidente se dispõe a bater papo com senadores e deputados, ele foi questionado, em tom de brincadeira, pela senadora Ana Julia, do PT paraense.
--Presidente, diga para nós. O que existe de fato entre o senhor e o governador sergipano João Alves?
- "Eu sempre quis foder o João Alves. Já fiz aliança com todo mundo lá,com o Albano Franco, com o Almeida Lima. Eu faço aliança com qualquer um para foder o João Alves. Esse eu quero foder de qualquer jeito."
10. Na suíte presidencial de um hotel de Georgetown ao receber de um assessor o texto do discurso que fará sobre o combate mundial à fome.
Diante do Ministro Celso Amorim e de funcionários do Palácio do Planalto e do Itamaraty, o presidente folheia rapidamente a papelada e a arremessa a metros de distancia: - "Enfiem no cu esse discurso, caralho. Não é isso que eu quero, porra. Eu não vou ler essa merda. Vai todo mundo tomar no cu. Mudem isso, rápido."
Fonte: http://la3.blogspot.com.br