domingo, 12 de maio de 2019

O PT FALIU A VARIG


O PT FALIU A VARIG
À MINGUA O comandante da Varig, Paulo Antony, luta há 13 anos para receber as indenizações trabalhistas. 

Crédito: Divulgação
A Varig, que era a maior empresa de aviação do Brasil, quebrou em 2006. E o PT de Lula, que estava no poder nessa época, foi o grande responsável pela sua falência. Quem afirma isso é Paulo Antony, comandante da Varig por mais de 20 anos e que até hoje luta na Justiça para ter seus direitos trabalhistas pagos. Antony lembra que a empresa começou a ter problemas em 2002, quando os petistas procuraram o então presidente da companhia, Ozires Silva, para que contribuísse para a campanha de Lula à presidente. Ozires deu um sonoro não. Depois disso, o então presidente do PT, José Dirceu, disse que se o PT fosse eleito, a Varig passaria a pão e água. E foi isso o que aconteceu.

Boicote
Com uma dívida de R$ 8 bilhões, o governo vetou socorro do BNDES, enquanto concedia generosos empréstimos para Cuba e Venezuela. Além disso, Dirceu obrigou a Infraero a espremer a Varig e proibiu que a BR Distribuidora a dar crédito para a companhia abastecer suas aeronaves. A prioridade era ajudar a TAM e a GOL, de amigos petistas.
Desemprego
O advogado Roberto Teixeira, amigo de Lula, também ajudou a quebrar a empresa. Na crise, foi vendida por US$ 24 milhões para o grupo do chinês Larchan e, com a ajuda de Teixeira, revendida meses depois à GOL por US$ 275 milhões. Teixeira ganhou US$ 5 milhões. Pior: 15 mil trabalhadores ficaram na rua, segundo o advogado Mellilo Diniz.
Fonte: ISTOÉ 12/05/19- AddThis Sharing Buttons - Share to Facebook
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sábado, 11 de maio de 2019

PORNOGRAFIA: JOVENS QUESTIONAM CONSUMO


Quem são os jovens que criticam a indústria pornográfica 
Geração que cresceu com livre acesso à pornografia agora questiona o seu consumo
Nascido na era da internet, o paulistano Jefferson sempre teve fácil acesso à pornografia. Embora não se considerasse viciado, assistia a material explícito pelo menos cinco vezes por semana em sites de compartilhamento de vídeos. O hábito se manteve constante até 2016, quando entrou em contato com outro tipo de conteúdo nas redes sociais. Na página “Anti Pornografia” , que tem 32 mil curtidas no Facebook, descobriu estudos sobre os danos causados pelo pornô à saúde mental e foi alertado sobre os abusos sofridos pelas atrizes dessas produções. O suficiente para que esse promotor de vendas de 23 anos, que prefere não revelar seu sobrenome, excluísse completamente a pornografia da sua vida.  — Somos uma geração educada sexualmente através do pornô, em especial os homens — diz ele. — Talvez por causa de estudos mais recentes, só agora está surgindo uma maior conscientização sobre os problemas desse consumo. https://oglobo.globo.com/
 
O movimento anti-pornografia está crescendo. O público está apenas a recuperar o atraso.

Utah aprovou uma resolução declarando a pornografia como uma “crise de saúde pública”, um passo que chocou a consciência pública. No entanto, o movimento para enfrentar os danos da pornografia — e mais importante, a pesquisa sobre o assunto — vem crescendo constantemente e ganhando impulso há anos.
Ao contrário da década de 1960, quando os protestos sobre a pornografia baseavam-se principalmente em motivos morais, a ciência e a pesquisa tornaram-se fundamentais para o diálogo nacional sobre os efeitos do uso da pornografia — de fato, cada sentença na resolução de Utah contém citações para pesquisa revisada por pares.

Esta mudança resultou em parte devido ao rápido aumento de danos após o advento da Internet. Antes da Internet, a maioria da pornografia só era acessível se você caminhasse para o “lado errado da cidade” e se furtivamente você fosse em uma loja de pornografia. Agora, a única barreira entre você e milhões de vídeos pornográficos gratuitos é o clique de um mouse. Como resultado, as gerações em ascensão experimentaram uma investida sem precedentes de pornografia hardcore, não só através de pesquisas intencionais, mas também através de uma exposição acidental de pop-ups e vídeos “recomendados” online. Essas experiências se manifestaram em inúmeros danos neurológicos, fisiológicos e sociológicos, que estão sendo reconhecidos por indivíduos de diversos contextos políticos e filosóficos e que exigem uma abordagem de saúde pública.

Na era do iPhone e acesso quase universal à Internet, os modelos sexuais de adultos e adolescentes estão sendo moldados pela pornografia. Uma pesquisa nacionalmente representativa de 2015 descobriu que 27 % dos millennials mais velhos relataram ter visto a pornografia antes da puberdade. Esta é uma tendência alarmante, uma vez que numerosos estudos mostram que as crianças são especialmente vulneráveis à maioria dos transtornos de uso compulsivo.
Desde 2011, houve pelo menos 24 estudos que revelaram que a pornografia impactou negativamente o cérebro — o que de fato ele pode ser fisicamente alterado pela pornografia. Além disso, uma análise de 22 estudos de sete países concluiu que o uso porno está significativamente associado a atitudes favoráveis ​​à agressão sexual e ao envolvimento em atos reais de agressão sexual tanto em homens quanto em mulheres. Para quem acredita no mito de que o uso da pornografia contribuiu para o chamado declínio nacional dos estupros, pense novamente. Na realidade, algumas pesquisas mostram que os departamentos de polícia tiveram uma diminuição significativamente dos estupros relatados, a fim de criar a ilusão de reduções no crime. Longe de reduzir a violência sexual, o uso de pornografia alimenta uma cultura de aceitação de estupro, como mostra a ligação com a maior probabilidade de utilização de coerções físicas pelos usuários pornográficos e de se engajar em comportamentos de assédio sexual .

Embora a resolução de Utah não seja vinculativa, ela serve como uma declaração de intenção e como um quadro para futuras decisões políticas, como potencialmente garantindo que bibliotecas públicas e escolas tenham filtros de Internet. É também uma ferramenta educacional para aumentar a conscientização local sobre os danos causados ​​pela pornografia, para que os indivíduos e as famílias possam estar melhor equipados para tomar medidas preventivas. Este é um avanço significativo para as políticas estatais em matéria de pornografia, embora ainda haja muito espaço para cobrir. No futuro, a aplicação das leis de obscenidade existentes (que proíbem a venda e distribuição de pornografia hardcore), bem como o financiamento estatal para programas compulsivos de recuperação de uso pornô e pesquisas adicionais sobre temas como a disfunção erétil induzida por pornografia e o link de pornografia para aumento da demanda por tráfico sexual,seriam marcadores de um sucesso irresistível no movimento contra a pornografia.

A abordagem de saúde pública para a pornografia é multidisciplinar — profissionais médicos, psicólogos, autoridades policiais e muito mais começaram a falar sobre as formas como a pornografia prejudica e como ela está ligada a outras formas de exploração sexual — e, portanto, tem potencial para criar mudanças substanciais não apenas nas políticas governamentais, mas também nos profissionais de saúde, nas instituições educacionais e na cultura em geral. Porque o movimento para enfrentar os danos da pornografia é multifacetado, os esforços de advocacia política estão criando mudanças no setor privado e público.

O Centro Nacional de Exploração Sexual trabalha para mudar as políticas corporativas e organizacionais que facilitam a exploração sexual (incluindo a pornografia) através da sua Lista anual Dirty Dozen , que desde 2013 nomeou 12 infratores convencionais. Como resultado, quatro grandes hotéis no último ano deixaram de vender pornografia on-demand em todo o mundo, o Google deixou de vincular anúncios a sites pornográficos e o Departamento de Defesa parou de vender pornografia nas bases do Exército e da Força Aérea. À medida que as instituições tradicionais se deslocam para se distanciar da pornografia, apesar da atração de lucros potenciais, uma mudança cultural começa.

À medida que as pessoas tomam consciência dos danos causados ​​à saúde pública e à sociedade, a pornografia está preparada para seguir a tendência do tabaco na consciência pública. Na década de 1950, o tabagismo era generalizado, e alguns médicos e “especialistas” até alegaram que era saudável. Agora, o mesmo tipo de “especialistas” defende pornógrafos de grandes empresas, em vez de reconhecer os danos da vida real experimentados por seus amigos e vizinhos. Embora a opinião pública sobre a pornografia esteja atualmente em fluxo, o volume de pesquisas e testemunhos pessoais sobre suas forças destrutivas continua a crescer, e o movimento para enfrentar a crise de saúde pública da pornografia apenas começou.
Por Haley Halverson, para o The Washington Post. Você pode ler o texto em inglês aqui. Tradução livre por Yatahaze. https://medium.com/
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segunda-feira, 29 de abril de 2019

TABATA AMARAL, DA PERIFERIA PARA HARVARD E CÂMARA FEDERAL



Tabata (10/07/19): ‘Meu voto pela reforma da Previdência não foi vendido’
O ANTAGONISTA:
Ameaçada de ser expulsa do PDT em razão de seu voto favorável à reforma da Previdência, Tabata Amaral postou um vídeo no Twitter explicando sua posição.
Segundo a deputada por São Paulo, seu voto não foi “vendido” –é fruto de convicção. “A bancada da educação continua lutando pela manutenção da aposentadoria especial dos professores”, acrescentou.
Meu voto pela Reforma da Previdência não foi vendido, é por convicção. A bancada da educação continua lutando pela manutenção da aposentadoria especial dos professores. Conheça as razões para a minha decisão: https://tabataamaral.com.br/reforma-da-previdencia-entenda-os-criterios-para-o-meu-voto/ … #VamosJuntos

TABATA AMARAL, EXEMPLO PARA OS JOVENS: da periferia para Harvard e congresso nacional
Por: Tamíris Almeida

Com 25 anos, garota prodígio da periferia, Tabata Amaral se elege deputada federal, a sexta mais votada em São Paulo, com 264.450 votos.
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Tabata Amaral de Pontes é filha de Maria Renilda Amaral Pires, diarista, e Olionaldo Francisco de Pontes, cobrador de ônibus, cofundadora do Movimento Mapa Educação e do Movimento Acredito, movimento político nacional e suprapartidário, que busca a renovação do congresso. Formada em ciências políticas e astrofísica pela Universidade Harvard. Tabata graduou-se com honras máximas e recebeu o Prêmio Kenneth Maxwell em estudos brasileiros e o Prêmio Eric Firth para o melhor ensaio sobre o tema de ideais democráticos por sua tese. Logo após a sua graduação, retornou ao Brasil para dedicar-se ao seu ativismo social.”  https://pt.wikipedia.org
 
Da escola pública na periferia de São Paulo a Harvard, conheça quem é Tabata Amaral, a jovem que quer transformar a Educação Pública no Brasil.

Estudante de escola pública, Tabata Amaral, recebeu uma bolsa integral para fazer graduação na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Formou-se em Ciência Política em 2016 e, de volta ao Brasil, foi eleita deputada federal pelo PDT de São Paulo em 2018. Uma de suas principais bandeiras é a defesa por uma Educação de qualidade para redução das desigualdades no Brasil. Nascida na periferia de São Paulo, Tabata recebeu bolsa para estudar Ciências Políticas em uma das maiores universidades do mundo, Harvard. (Foto: Acervo Pessoal)
Futura & Educação: Como foi a sua trajetória até chegar a Harvard? Alguma vez você já imaginou que poderia ir tão longe?
Tabata Amaral: Eu tive a chance de participar da 1ª OPMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas) e ganhar uma bolsa de estudos em São Paulo numa escola particular. Até então, eu estudava em uma escola pública na Vila Missionária [um bairro na periferia de São Paulo formado por migrantes de outros estados]. 

Assim, pude ter acesso a uma melhor qualidade no ensino e a matérias que eu não estudava. Vi que essa outra realidade era muito diferente. Nesta escola conheci pessoas que falavam outro idioma, viajavam para fora, já faziam intercâmbio. E eu, que demorava 4h para ir e voltar da escola, nunca tinha possibilidade de pensar em qual era o meu sonho. Conheci um mundo muito mais amplo que o meu.
Foi então que eu comecei a sonhar em fazer uma faculdade fora. Inicialmente, eu queria fazer Astrofísica. Os professores conseguiam um quartinho para eu ficar na escola. De onde eu venho, eu tenho claro como é a desigualdade no Brasil. Falta educação de qualidade para muita gente. Por alguns momentos eu conseguia vislumbrar essa realidade.
“De onde eu venho, tenho claro como é a desigualdade no Brasil. Falta educação de qualidade pra muita gente.”
Eu perdi meu pai 4 dias depois que fui aprovada em Harvard. O que fez que meu sonho em ser Astrofísica também mudasse. Daí, decidi que ia fazer Ciências Políticas. Fiz faculdade entre 2012 e 2016.
Futura & Educação: Qual a origem da sua família? Conta um pouquinho mais sobre a sua história.

Tabata: Minha mãe veio do interior da Bahia. Ela começou a estudar com 10 anos, mas quando engravidou de mim ela saiu da escola e foi trabalhar. Meu pai conheceu minha mãe quando ela estava grávida. Ele é de São Gonçalo e foi pra São Paulo com 15 anos, mas tinha doenças psicológicas e vícios. Ele nasceu na Paraíba, mas viveu em São Gonçalo. Ele junto com minha mãe foram morar numa ocupação na Vila Missionária, onde ela mora até hoje. Tábata ao lado de Malala, uma de suas principais inspirações. (Foto: Acervo Pessoal)
Futura & Educação: Como foi o período em que esteve em Harvard? O que mudou na Tabata?
Tabata: Uma coisa que mudou foi a minha visão do mundo. Eu tive muitas oportunidades muito jovem, mas eu sempre morei na Missionária. Hoje, eu tenho uma visão muito mais complexa da desigualdade. Lá [nos EUA}, eu conheci tanta gente: mulheres, homens, jovens, negros… pude ver que a solução não é simples, mas precisamos de políticas públicas para transformar a Educação no Brasil.
Futura & Educação: Por que decidiu voltar ao Brasil?
Tabata: Eu fui para Harvard quase sem falar inglês. Minha mãe ficou desempregada e não tinha condições de pagar um cursinho de idiomas. Eu só fui porque os meus professores do colégio e minha mãe me convenceram a ir. Na época, eu me sentia muito culpada por não poder ajudar meu pai. Só fui mesmo porque me convenceram que assim eu poderia mudar as coisas.
No segundo ano eu mudei de curso porque decidi estudar mais sobre Política e Educação. Queria – e ainda quero – mudar a realidade do Brasil. Nas férias, eu voltava para o Brasil. Eu sei que lá ganharia muito mais, mas acho que fazia mais sentido eu voltar. Conheci de perto a Secretaria de Educação no Ceará (Sobral) e depois a Secretaria pública de Salvador (BA). Eu pude ver o que é possível transformar a nossa Educação.

Tábata foi uma das 11 jovens selecionadas para conhecer Barack Obama durante a visita do ex-presidente americano ao Brasil. (Foto: Anna Carolina Negri)
“Eu sei que lá ganharia muito mais, mas acho que fazia mais sentido eu voltar pro Brasil.”
Futura & Educação: Como mudar a educação pública no Brasil?
Tabata: É um conjunto de fatores. Atração, valorização de professores, ensino integral, rever FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) e gestão de politicas públicas.
¾ dos munícios escolhem seus diretores por indicações políticas. Em muitos estados, não há vontade política para a Educação dar certo. Ela só vai dar certo com quando for colocada como prioridade de política pública.
Futura & Educação: O que você espera dos próximos anos na educação brasileira?
Tabata: O meu sonho é que a Educação vire prioridade no país para que a gente tenha a melhor educação pública do mundo. Temos uma população que não vai à escola, é analfabeta funcional. Tem que ter uma renovação política.
Futura & Educação: O Movimento Acredito tem essa proposta de renovação política?
Tabata: Sim, é um movimento de renovação política e temos agendas de combate a desigualdade e privilégios. Mais do que uma disputa entre esquerda x direita, defendemos bandeiras voltadas para a Educação, para que as pessoas voltem a acreditar na política, voltem a acreditar no Brasil e convocamos as pessoas para pensarem e mudarem suas realidades.
Já revitalizamos praças, já fizemos ação para que os jovens tirem título de eleitor, apoiamos jovens, fizemos abaixo assinado. Atuamos em 14 estados: Acre, Pernambuco, Ceará, Bahia, Minas Gerais, Distrito Federal, Goiás, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro.
Tabata faz parte de um movimento nacional suprapartidário formado por jovens insatisfeitos com a política desenvolvida atualmente no país. Saiba mais sobre o Movimento Acredito.
Futura & Educação: Quem é a sua principal inspiração para promover essa transformação política na educação?

Tabata: A Malala Yousafzai é uma pessoa que eu admiro muito. E vi o quanto ela é gente como a gente. Se ela sendo gente como a gente conseguiu fazer a revolução, por que também não conseguimos? Isso me inspirou muito. Em julho de 2018, ela deu uma palestra no Santander e eu fui uma das jovens selecionadas para participar da conversa sobre jovens e políticas. Ela falou que os jovens estão muito desanimados com a solução política, mas ela estimulou. Falou para não desistirmos.