domingo, 4 de fevereiro de 2018

FHC: POLÍTICA E ELEIÇÕES



POLÍTICA E ELEIÇÕES
A Pátria precisa de um eleitorado que leve ao poder quem tenha visão de País e do mundo
* Fernando Henrique Cardoso, O Estado de S.Paulo 

O País vive dias politicamente agitados. Mas para quem imaginava que uma segunda condenação de Lula levantaria as massas em protesto, o pós-julgamento, independentemente de se estar ou não de acordo com o veredicto, foi decepcionante. Na verdade, a maioria da população continuou imersa no dia a dia. A fagulha que viria dos “movimentos populares” não veio. O que não quer dizer que no transcorrer do tempo, por outras razões e pelas consequências da eventual prisão de Lula, o ânimo das pessoas não possa levá-las às ruas.
Nada disso muda o panorama: a movimentação confina-se aos meios políticos e jornalísticos e ao mercado financeiro. A eventualidade de quem estava à frente das preferências ser impedido de concorrer por uma lei que, ironicamente, ele próprio sancionou, chamada “da Ficha Limpa”, produz certo alvoroço para saber como se distribuirão seus votos. E assim será a cada nova pesquisa eleitoral que apareça. As eleições, entretanto, virão. O calendário não será alterado. Os partidos e candidatos, todos eles, passado o alvoroço, procurarão adaptar-se à realidade. 

É cedo para prognósticos. Quando deixei o Ministério da Fazenda para ser candidato (em outras circunstâncias, é verdade), tinha 12% das intenções de voto e Lula, três vezes mais. Em julho, depois de o real virar moeda, a tendência começou a mudar, mas a mudança só se tornou nítida quando teve início o horário eleitoral na TV e no rádio, atraindo parte importante da atenção da maioria das pessoas. Os eleitores olharam os candidatos e optaram por quem lhes pareceu mais capaz de conduzi-los a um futuro melhor.
Naquela época a questão central era o controle da inflação. Hoje não há uma, mas várias questões centrais. Além disso, a mídia social, a da internet, abre maiores espaços para todos os candidatos. 

Política é circunstância, mas é também esperança, e esta depende de o candidato encarnar uma mensagem consistente com o que a maioria do eleitorado sente e deseja. Hoje o tema central não é mais a inflação. O desemprego – e, portanto, o crescimento da economia –, o crime e a insegurança das pessoas, bem como a corrupção, que provoca o clamor por decência, são os novos pontos sensíveis.
A vitória eleitoral depende de se construir e saber transmitir uma mensagem que toque a sensibilidade popular e dê resposta às principais preocupações da maioria da população. O eleitorado avalia a seu modo as possibilidades de dias melhores que o candidato lhe oferece. Essa avaliação, a rigor, ainda não se iniciou. A grande maioria das pessoas só começará a fazê-la bem mais à frente.
Na escolha do candidato, a economia conta, mas não os dados puros e duros. Os americanos falam do feel good factor, ou seja, do sentimento de bem-estar. Não basta que os dados mostrem aos especialistas que a economia está melhorando, é preciso que as pessoas sintam que a vida melhorou para si e para os mais próximos.  

O discurso “técnico” ajuda pouco a obter votos. Dados sem alma são como pedras que rolam dos morros, não formam caminhos. É preciso oferecer bons motivos para que a escolha do eleitorado recaia sobre A e não sobre B. Daí que sejam importantes a campanha, a mensagem, a capacidade do candidato de ter uma fala coerente com sua trajetória. Antes dos embates reais entre os candidatos, as apostas são arriscadas. 

Está na moda, dada a dispersão de preferências de votos, imaginar possível repetir o “fenômeno Macron”. Sim, podem-se despertar esperanças e juntar segmentos de uma sociedade fragmentada e desiludida com os políticos. Mas as circunstâncias aqui são outras.  

Na França a eleição presidencial é solitária e candidatos independentes podem concorrer. As eleições para a Assembleia Nacional se dão um mês depois, o que dá ao presidente vitorioso, mesmo um outsider, enorme chance de “formar a maioria”. No Brasil só podem concorrer candidatos filiados a partidos. As alianças partidárias para a eleição são importantes para assegurar tempo de TV e recursos de financiamento de campanha. Depois de eleito, porém, o presidente não terá a maioria congressual assegurada, dada a fragmentação do sistema partidário.
 
Só a partir de abril, quando termina o prazo para a filiação a partidos, pré-requisito para disputar a eleição, poderemos ver se haverá mesmo outsiders. Até as convenções partidárias, que se devem realizar entre julho e início de agosto, o jogo político se concentrará na montagem das alianças partidárias para a Presidência, os governos estaduais e o Congresso, um quebra-cabeças em três camadas que se afetam reciprocamente. Por mais importante que seja montá-lo, quem queira vencer a eleição presidencial não se pode descuidar da construção da sua narrativa, desde já. 

A dispersão do eleitorado mostra que entre nós os “partidos” não são condutores do voto, com as exceções conhecidas. Os líderes contam mais do que eles. Essa é uma das fragilidades da nossa democracia. Com a desmoralização da “classe política”, se houver alguém capaz de comover as massas e de significar para elas um futuro melhor, pode ganhar. Nesse caso, como governará? Com quem e a que custo?
Desmoralizados ou não, fragmentados ou não, mesmo em crise, como estão, os partidos são instrumentos básicos nas democracias representativas. Sua substituição pela mensagem do líder é possível, mas, em geral, as consequências são negativas. Melhor tratar de reinventar os partidos e abrir espaços para que as pessoas opinem e participem das decisões do que imaginar que “alguém” salvará a Pátria. A Pátria precisa tanto de líderes como de instituições. E, principalmente, de um eleitorado que leve ao poder quem tenha visão de País e do mundo e, sustentando os valores da decência e da democracia, possa oferecer maior bem-estar ao povo.                                                                                                                   * Sociólogo, foi presidente da República                                                              Fonte: http://opiniao.estadao.com.br/04/02/18

LULA: (WikiLula) VAI EXILAR-SE EM EMBAIXADA



O PLANO DE LULA PARA ASILAR-SE NUMA EMBAIXADA

WikiLula



O Antagonista
Depois de O Antagonista e de Elio Gaspari, a Veja também entrega o plano de Lula de se asilar numa embaixada bananeira.
Diz a revista:

“Na cúpula do PT, a ideia é tornar o seu líder uma espécie de Julian Assange. Ele faria discursos gravados de dentro da representação escolhida e milhares de manifestantes acompanhariam no entorno”.
 
O Antagonista, 04.02.18:

O Antagonista apurou que Michel Temer e tucanos foram informados de que Lula cogita refugiar-se numa embaixada sul-americana em Brasília.

O plano é, além de obviamente escapar da prisão, “formalizar” a farsa de que é perseguido político, criar constrangimento internacional para o governo brasileiro e intervir na eleição presidencial. Ele permaneceria na embaixada (de Equador ou Bolívia) até outubro, de onde faria pronunciamentos e seria alvo de romarias.

Depois de outubro, de posse de um salvo-conduto, seguiria para o Uruguai, como um João Goulart.

A farsa se repetiria como farsa.


sábado, 3 de fevereiro de 2018

POLÍTICA: MARQUETEIRO DE MACRON JÁ ATUA NO BRASIL





Luciano Huck e empresários criam fundo para apoiar candidatos
 
En Marche, Huck!

O marqueteiro de Emmanuel Macron, Guillaume Liegey, vem ao Brasil à procura de negócios.
Ele já tem uma conversa marcada com o movimento Agora!, que apoia Luciano Huck.

Ele disse para a Veja:
“Estou convencido de que é possível começar alguma coisa do zero no Brasil”.
Ele disse também:
“A parcela das pessoas que votam por um vínculo partidário é cada vez menor. Isso significa que há oportunidade para candidatos sem um posicionamento ideológico claro (…). Especialmente no Brasil, onde políticos já não têm crédito, é preciso que as pessoas tenham fé no indivíduo”. O Antagonista

RenovaBR:
O que é, como pensa e o que pretende o movimento político apoiado por Luciano Huck
Idealizado pelo empresário Eduardo Mufarej, grupo funciona como escola para novos políticos. Objetivo é renovar a política brasileira, especialmente o Legislativo

Construir uma candidatura em tempos de Lava Jato não é tarefa fácil, mas, à procura de talentos desconhecidos, o movimento RenovaBR começa a chamar a atenção na busca de nomes para disputar as eleições de 2018. Idealizado pelo empresário Eduardo Mufarej, o grupo já ganhou o apoio de famosos, como o apresentador Luciano Huck e o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, e vai oferecer cursos de formação para jovens que desejam entrar na política.
A ideia é preparar potenciais candidatos para os cargos de deputado federal e estadual. Ao menos na próxima eleição, porém, o RenovaBR não vai investir no treinamento para a cadeira hoje ocupada pelo presidente Michel Temer. “O nosso foco é o Legislativo, mas não se trata de um movimento nem de direita, nem de esquerda”, disse Mufarej, mentor do projeto e sócio da Tarpon Investimentos. “Queremos tentar aproximar o Brasil, e não dividir. Existe gente competente nos diferentes espectros ideológicos.”

Desde o último dia 7, o RenovaBR recebeu 600 interessados em participar de suas aulas. As inscrições terminam no fim deste mês e serão escolhidos até 150 participantes para o programa. Deste total, o grupo acredita que poderá lançar cerca de cem candidatos a deputado – a maioria a federal –, em 2018. Há também um esforço para que mais mulheres entrem na corrida eleitoral.
Os selecionados receberão ajuda de custo equivalente a uma bolsa de estudo – de janeiro a junho de 2018 – para se dedicar ao aprimoramento político. As disciplinas oferecidas estão ancoradas em temas como ética, democracia, funcionamento do Estado, planejamento, estratégia e liderança. 

Além de Luciano Huck – também padrinho do movimento Agora! – e de Armínio Fraga, o empresário Abílio Diniz é outro entusiasta do RenovaBR. Dos 60 voluntários que integram essa rede, a maioria é composta por empresários e profissionais liberais.