terça-feira, 19 de dezembro de 2017

REDES SOCIAIS DILACERAM A SOCIEDADE



“As redes sociais estão dilacerando a sociedade”, diz um ex-executivo do Facebook

Chamath Palihapitiya lamenta ter participado da criação de ferramentas que destroem o tecido social

Um ex-alto executivo do Facebook fez um mea culpa por sua contribuição para o desenvolvimento de ferramentas que, em sua opinião, “estão dilacerando o tecido social”. Chamath Palihapitiya, que trabalhou na empresa de Mark Zuckerberg de 2007 a 2011, da qual chegou a ser vice-presidente de crescimento de usuários, acredita que “os ciclos de retroalimentação de curto prazo impulsionados pela dopamina que criamos estão destruindo o funcionamento da sociedade. Sem discursos civis, sem cooperação, com desinformação, com falsidade”.
 
Palihapitiya fez essas declarações sobre o vício em redes sociais e seus efeitos em um fórum da Escola de Negócios de Stanford no dia 10 de novembro, mas o site de tecnologia The Verge as publicou na segunda-feira e, através dele, jornais como o The Guardian. Palihapitiya — que trabalhou para aumentar o número de pessoas que usam as redes sociais — recomendou ao público presente no fórum que tomasse um “descanso” no uso delas.
 
Esclareceu que não falava apenas dos Estados Unidos e das campanhas de intoxicação russas no Facebook. “É um problema global, está corroendo as bases fundamentais de como as pessoas se comportam consigo mesmas e com as outras”, enfatizou, acrescentando que sente “uma grande culpa” por ter trabalhado no Facebook. Falou sobre como as interações humanas estão sendo limitadas a corações e polegares para cima e como as redes sociais levaram a uma grave falta de “discurso civil”, à desinformação e à falsidade.


Na palestra, Palihapitiya — agora fundador e CEO da Social Capital, com a qual financia empresas de setores como saúde e educação — declarou ser uma espécie de objetor de consciência do uso de redes sociais e anunciou que quer usar o dinheiro que ganhou no Facebook para fazer o bem no mundo. “Não posso controlar [o Facebook], mas posso controlar minha decisão, que é não usar essa merda. Também posso controlar as decisões dos meus filhos, que não podem usar essa merda”, disse, esclarecendo que não saiu completamente das redes sociais, mas que tenta usá-las o mínimo possível.
 
O ex-vice-presidente do Facebook alertou que os comportamentos das pessoas estão sendo programados sem que elas percebam. “Agora você tem que decidir o quanto vai renunciar”, acrescentou. Palihapitiya fez referência ao que aconteceu no estado indiano de Jharkhand em maio, quando mensagens falsas de WhatsApp sobre a presença de supostos sequestradores de crianças acabaram com o linchamento de sete pessoas inocentes. “Estamos enfrentando isso”, criticou Palihapitiya, acrescentando que esse caso “levado ao extremo” implica que criminosos “podem manipular grandes grupos de pessoas para que façam o que eles querem”.

Mas Palihapitiya não criticou apenas os efeitos das redes na maneira pela qual a sociedade funciona, mas todo o sistema de funcionamento de Silicon Valley. Segundo ele, os investidores injetam dinheiro em “empresas estúpidas, inúteis e idiotas”, em vez de abordar problemas reais como mudança climática e doenças curáveis.
 
As críticas de Palihapitiya às redes se juntam às do primeiro presidente do Facebook, Sean Parker, que criticou a forma como a empresa “explora uma vulnerabilidade da psicologia humana” criando um “ciclo de retroalimentação de validação social”. Além disso, um ex-gerente de produto da empresa, Antonio García-Martínez, acusou o Facebook de mentir sobre sua capacidade de influenciar as pessoas em função dos dados que coleta sobre elas e escreveu um livro, Chaos Monkeys, sobre seu trabalho na empresa. No último ano vem crescendo a preocupação com o poder do Facebook, seu papel nas eleições norte-americanas e sua capacidade de amplificar notícias falsas.                                  Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2017


sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

CELULAR É O NOVO CAVALO DE TROIA!





Fim da neutralidade na web abre precedente perigoso                                           por Henrique Gomes Batista Decisão de Trump beneficia setor de telecomunicações. Gigantes da internet e população se opõem, publica o jornal O GLOBO
 
ATENÇÃO: O FATO É REAL!                                                           por Heitor Carvalho
O CELULAR É O NOVO CAVALO DE TROIA!

Bilhões de pessoas carregam seu “CHIP” junto ao corpo, voluntariamente. Todos os instantes de sua vida estão pautados, dirigidos e controlados pela “comunicação” que recebem, segundo a segundo, “curtem” e repassam nas “redes” [lembra os ‘pescadores de almas” do Nazareno que conquistaram o mundo?] a todos seus conhecidos e fans. E “alimentam” continuamente o enorme banco de dados “do OBAMA” que sabe tudo a respeito de cada um, desde onde está, o que prefere, o que quer comprar, os serviços que quer consumir, os amigos que tem, idade, identidade, orientação sexual, recreação… e LHE OFERECE, VENDE SERVIÇOS, APRESENTA OFERTAS ‘GRATUÍTAS-ARMADILHAS” marqueteiras!!!
Ao “retirar a neutralidade” da WEB, Trump soltou os soldados de dentro da barriga do cavalo.
Agora podem determinar exatamente o que cada um e cada “classe” de consumidores terá acesso em forma de “informações” ou seja de “bens e serviços” que pode consumir em função de sua categoria de renda. O que “não lhe interessa” , isto é, não tem capacidade econômica de consumir não terá que “desperdiçar seu tempo” lendo ou “sendo informado”. Os donos da informação poderão reter, cobrar tarifas, determinar quem recebe o que e por qual preço!
ADMIRÁVEL MUNDO NOVO! E…. maximização do lucro dos “donos da informação que a distribuirão ao resto dos bilhões de CHIPADOS, de forma a lucrar infinitamente porque os teleguiados, voluntariamente, gratuitamente, lhes estarão fornecendo suas informações, suas próprias vidas em troca das “quinquilharias” ou “colares de contas” que os “bugres” adoram e merecem!
Qual a atualidade da história de Troia? 
Ontem o notório Trump determinou o fim da “neutralidade” da Internet.
E daí?
Cada “troiano” está carregando junto de si, seu presente, seu “cavalo de Troia” particular!
Em outubro de 2017, Heitor, entregou para aluna de engenharia, Belo Horizonte, Brasil [ou Brazil?] um texto para ler, apresentar aos colegas, ouvir o que eles teriam lido, debater, chegar às próprias conclusões.
Terminado o prazo para a tarefa, foi arguida!
-Não li o texto. Era grande. ‘
[Tradução: o texto tinha mais de cento e quarenta caracteres, limite de legibilidade estabelecido pelo Twitter! Daqui a pouco será substituído pelo novo “padrão” de quarenta caracteres!]
- O que você relatou? Só o título?
- Rapina, contrabando, vendeta.
[Como se estivesse pronunciando sons em sânscrito! Sem a mínima ideia do significado!]
-Ao menos leia o subtítulo!
-O bando da Mantiqueira.
-Mantiqueira?
Pega o celular e consulta o Google.
-Montanha nos limites do Estado de Minas Gerais e dos Estados de S. Paulo e Rio de Janeiro.
-E?
[Rosto de incredulidade como se dissesse: E ainda quer que eu saiba o que significa? Deveria haver aquela vozinha do GPS dizendo que avance cem metros, vire para esquerda, mais duzentos, vire para direita e “Chegou”!]

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

BRASIL MATA SEU FUTURO A TIRO



A violência no Brasil mata mais que a Guerra na Síria
Documentário do jornal 'O Globo' retrata em números a rotina violenta do país.
Entre 2001 e 2015, houve 786.870 homicídios, o equivalente à população de João Pessoa
 
Rio de Janeiro 11/12/17  
O Brasil mata. Mata muito. Entre 2001 e 2015 houve 786.870 homicídios, a enorme maioria (70%) causados por arma de fogo e contra jovens negros. Os números da violência no maior país da América Latina atingem dimensões ainda mais preocupantes ao se compararem com guerras internacionais deste século. Desde que começou o conflito sírio, em março de 2011, morreram 330.000 pessoas. A guerra de Iraque soma 268.000 mortes desde 2003. Brasil, com 210 milhões de habitantes, é o país que mais mata no século XXI.
O jornal O Globo retratou em números essa rotina violenta e cedeu parte do resultado ao EL PAÍS. Um documentário de 14 minutos, conduzido pela voz de Lázaro Ramos, compara os assassinatos registrados no Brasil com os de guerras, conflitos internacionais, terrorismo e locais conhecidos pela violência. Segundo os números do jornal, o Brasil matou nos últimos 15 anos o equivalente à população de Frankfurt, Sevilha ou João Pessoa.
A falta de políticas públicas que abordem a segurança como um problema crônico e prioritário é um dos assuntos tratados no vídeo. Em um país onde se assassina uma pessoa a cada dez minutos, o documentário, alerta: "Enquanto está assistindo a este vídeo, mataram mais um". 

O Brasil que mata seu futuro a bala
Número de vítimas de homicídio entre 1 e 19 anos cresce 475% em 23 anos. Negros são mais atingidos
 
A cada 24 horas, 29 crianças e adolescentes entre 1 e 19 anos de idade são assassinados no Brasil, uma sala de aula inteira morta por dia. A grande maioria das vítimas é negra. Ao final de um ano, a contagem chega a 10.520 vítimas fatais. E o mais assustador é que no período de 1980 a 2013 este número cresceu 475%, e segue em tendência de alta. Se analisada a taxa de homicídios por 100.000 habitantes, o aumento foi de 426%, de 3,1 para 16,3. A Organização das Nações Unidas (ONU) considera como epidêmicas taxas acima de 10. Comparado com outros 85 países, o Brasil fica em 3º lugar no ranking de homicídios de crianças e adolescentes, atrás apenas de México e El Salvador, nações que enfrentam sérios problemas de disputa de gangues e cartéis de drogas.
Os dados estão no relatório Violência Letal contra as Crianças e Adolescentes do Brasil, elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) e divulgado nesta quinta-feira. O documento, que utiliza dados do Ministério da Saúde, mostra o retrato de um país que conseguiu avançar em algumas áreas, mas não soube progredir em outras. As mortes por causa natural de crianças e adolescentes, por exemplo, são um exemplo do Brasil que andou para frente: em 1980 a taxa de mortes por causas naturais desta parcela da população era vergonhosa, 387 por 100.000 habitantes. Já em 2013, caiu drasticamente para 83,4, redução de 78,5%, reflexo da ampliação do sistema de saúde pública, saneamento básico, educação e melhoria nas condições de vida da população.
No entanto, se levados em conta os homicídios, andamos para trás. O cenário é ainda mais preocupante se considerado apenas a evolução dos homicídios na faixa etária dos 16 aos 17. O aumento no período foi de 640%, de 506 em 1980 para 3.749 em 2013. Quase metade das mortes matadas de crianças e adolescentes acontecem nesta idade. “Na contramão da realidade, inclusive a do Brasil, onde a história recente marca decisivos avanços na esperança de vida da população, ao observar a evolução da violência homicida na faixa de 16 e 17 anos de idade, as previsões são sombrias e preocupantes”, diz o relatório.
O coordenador do estudo, o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, critica o posicionamento do Congresso Nacional no enfrentamento do problema: “Se as coisas continuarem nesse ritmo, vamos precisar de mais necrotérios e não mais prisões, já que os parlamentares só querem saber de reduzir a maioridade penal”, lamenta o professor. As armas de fogo estiveram presentes em 78,2% dos homicídios de crianças adolescentes de até 17 anos de idade em 2013.
Para Julio, a disparada nestes números só é possível devido ao processo de “naturalização e aceitação social da violência”. Segundo ele, existe um processo de “culpabilização” das vítimas como mecanismo para justificar as violências dirigidas “contra setores mais vulneráveis”. “Assim como no caso do estupro frequentemente se evoca a roupa curta da mulher, no caso dos homicídios do relatório o adolescente que é vítima é apontado como marginal, delinquente e drogado”, afirma.
Assim como na população em geral, as crianças e adolescentes negros são as principais vítimas das mortes matadas. A chance de que sejam vítimas de homicídio é 178% maior do que a de brancos, levando em conta o tamanho das respectivas populações. Em 2013, no conjunto da população de até 17 anos de idade, a taxa de homicídios de brancos foi de 4,7 por 100.000, enquanto que a de negros, 13,1. Proporcionalmente, morreram quase três vezes mais negros que brancos.
Julio aponta ainda que o perfil dos mortos, majoritariamente negros, moradores das periferias dos grandes centros urbanos e com baixo grau de escolaridade são um indicativo claro de uma ausência de políticas públicas eficazes. “Nossas políticas públicas estaduais e federais se concentram majoritariamente na proteção da população branca, enquanto a população negra é desassistida”, afirma o professor.
Indígenas
O relatório também traz informações sombrias sobre a epidemia de suicídios de crianças e adolescentes indígenas. Os municípios que aparecem nos primeiros lugares nas listas de mortalidade suicida “são locais de amplo assentamento de comunidades indígenas, como São Gabriel da Cachoeira, Benjamin Constant e Tabatinga, no Amazonas, e Amambai e Dourados, no Mato Grosso do Sul”. Nesses municípios, do total de suicídios indígenas, os suicídios na faixa de 10 a 19 anos representam entre 33,3%, em São Gabriel da Cachoeira, e 100%, em Tacuru (MS), “uma verdadeira situação pandêmica de suicídios de jovens indígenas”. Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/