segunda-feira, 30 de outubro de 2017

ELEIÇÃO PRESIDENCIAL DE 2018, SEMELHANÇAS COM 1989



2018/1989, LIÇÕES DA HITÓRIA, por Theodiano Bastos


Em 1989 o Brasil elegeu Collor e em 2018, quem será eleito presidente?
Na eleição de 2018 já são 10 os candidatos. Em junho, quando das convenções, ficaremes sabendo quantos sobrara.
Na eleição de 1989 eram 22 candidatos a presidente, vejam:
Resultados        Candidato(a)
Vice
1.º turno
15 de novembro de 1989
2.º turno
17 de dezembro de 1989
Votação:
Total
Percentagem
Total
Percentagem
20 611 011
30,47%
35 089 998
53,03%
11 622 673
17,18%
31 076 364
46,97%

11 168 228
16,51%

7 790 392
11,51%
5 986 575
8,85%
3 272 462
4,83%
3 204 932
4,73%
769 123
1,13%
600 838
0,88%
Camilo Calazans (PDN)
488 846
0,72%
Paiva Muniz (PTB)
379 286
0,56%
Lenine Madeira (PRONA)
360 561
0,53%
Reinau Valim (PSP)
238 435
0,33%
Paulo Gontijo (PP)
Luís Paulino (PP)
198 719
0,29%
Zamir José Teixeira (PCN)
William Pereira da Silva (PCN)
187 155
0,27%
Ardwin Retto Grunewald (PN)
179 922
0,26%
Eudes Oliveira Mattar (PLP)
Daniel Lazzeroni Júnior (PLP)
162 350
0,24%
Maurício Lobo Abreu (PV)
125 842
0,18%
José Natan Emídio Neto (PMN)
109 909
0,16%
Antônio dos Santos Pedreira (PPB)
José Fortunato da França (PPB)
86 114
0,12%
Manoel de Oliveira Horta (PDCdoB)
Jorge Coelho de Sá (PDCdoB)
83 286
0,12%
Armando Corrêa (PMB)
Agostinho Linhares de Souza (PMB)
4 363
0,01%
Total de votos válidos
67 631 012
93,57%
66 166 362
94,17%
→ Votos em branco
1 176 413
1,63%
986 446
1,40%
→ Votos nulos
3 473 484
4,81%
3 107 893
4,42%
Total
72 280 909
88,07%
70 260 701
85,61%
Abstenções
9 793 809
11,93%
11 814 017
14,39%









Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Elei%C3%A7%C3%A3o_presidencial_no_Brasil_em_1989
Outro político que já está na corrida é o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que deve trocar de partido e tem se portado como um antagonista à candidatura de Lula. Ele terá até o dia 7 de abril para estar filiado a uma sigla. Também já estão na pista o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o senador Alvaro Dias (Podemos-PR).
A ex-senadora Marina Silva não tornou oficial sua pré-candidatura, mas a Rede – partido que preside – trabalha internamente com os cenários que ela terá de enfrentar para não perder a terceira eleição consecutiva – chegou em terceiro lugar em 2010 e 2014. No PSDB, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, conseguirá se lançar na disputa se barrar o crescimento do prefeito paulistano, João Doria, e superar a tímida concorrência do senador José Serra (SP).
Há ainda surpresas que podem aparecer na disputa, entre elas o ex-presidente do STF Joaquim Barbosa, que conversa com a Rede e o PSB, o atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), e o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) e Luciano Huck.
O líder de massas                                                                                                               O Antagonista de 30
O candidato do PT é Guilherme Boulos, como vem repetindo O Antagonista. Leia esta nota da Folha de S. Paulo:
“Dirigentes do PT detectaram sinais de que Guilherme Boulos, o líder do MTST, está se preparando para ocupar o lugar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando ele sair de cena. Boulos tem deixado claro que não pretende disputar a próxima eleição presidencial se Lula estiver no páreo, mas a avaliação na cúpula petista é que não existem hoje no partido sucessores que vistam tão bem como Boulos o figurino de líder de massas.”
O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos (sem partido), entrou na mira do PSOL para disputar a Presidência da República nas eleições do próximo ano. Após o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) declinar da possibilidade de disputar o Palácio do Planalto, lideranças do partido que evitavam falar abertamente no nome de Boulos por respeito ao parlamentar passaram a defender o líder dos sem-teto como representante da sigla na disputa de 2018. 
Nunca na história política brasileira uma eleição reuniu personagens tão marcantes quanto o pleito de 1989. Estavam reunidos disputando a Presidência da República lideranças históricas, como Ulysses Guimarães, Leonel Brizola e Mário Covas, e forças políticas emergentes naquele momento, como Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Collor de Mello e Guilherme Afif Domingos. Ainda faziam parte da disputa figuras folclóricas, como Paulo Maluf, candidato derrotado na disputa presidencial de 1985, quando o mandatário brasileiro foi escolhido pelo colégio eleitoral, em uma eleição indireta.
Abaixo estão selecionadas as mais importantes entrevistas e reportagens daqueles meses intensos, que culminaram com uma disputa que marcou e marcará o Brasil por décadas ainda: a batalha entre Lula e Collor no 2º turno. Em cada uma delas é possível mais do que relembrar aqueles dias. As páginas de Istoé que são republicadas agora na versão online da revista são uma verdadeira aula da história recente do país.
1º turno
Fernando Collor de Mello: O azarão diz a que veio
Nesta entrevista publicada em abril de 1989, quando a corrida eleitoral ao Palácio do Planalto ainda estava morna, com diversos partidos ainda decidindo quem seriam seus candidatos, Fernando Collor já esbanjava confiança. Apesar de liderar as pesquisas de opinião naquele momento, ainda não havia cristalizado o arco de alianças políticas, econômicas e sociais que possibilitariam sua eleição. Ainda assim, afirmava, categórico, que seria o próximo presidente da República
Lula – “Com Quércia, o PMDB cresce”
Em abril de 1989 Lula estava muito mais próximo do líder sindicalista que parou o ABC paulista no fim dos anos 70 do que do presidente da República popular que se tornaria pouco mais de uma decáda depois. Nesta entrevista publicada no dia 12 de abril de 89, o presidente do PT se mostra um candidato ainda atrelado a conceitos ideológicos estanques, apesar de reforçar a todo momento que, eleito, não pretende se tornar uma espécie de ditador socialista à brasileira. Neste momento, quase sete meses antes das eleições, Lula parece não enxergar a força de Collor, ou ao menos procura não transparecer preoucupação com a figura salvadora criada em torno do ex-governador de Alagoas, que meses antes recebera o título de "O Caçador de Marajás".
Leonel Brizola – Brizola vai pela sombra
No começo de julho de 1989, quando esta reportagem foi publicada, Leonel Brizola estava certo de que iria disputar o segundo turno com Fernando Collor de Mello. O velho caudilho era o segundo nas pesquisas de opinião e via, de longe, Lula brigando para estar entre os principais candidatos daquela eleição. O alvo preferencial de Brizola, naquele momento, era Collor, a quem havia atacado vigorosamente no primeiro dos inúmeros – e históricos – debates daquela eleição.
Mário Covas – Contra todos e ninguém
O ex-governador de São Paulo Mário Covas era o nome de consenso dentro do PSDB para assumir o posto de candidato à Presidência da República em 1989. Depois de desempenhar papel de destaque na Constituinte e de liderar a debandada do PMDB para a criação do PSDB, ele se apresentava como uma espécie de conciliador nacional, o nome que "não estava contra ninguém", mas que se propunha a apresentar "algo concreto" para a criação do novo Brasil que recém entrava no período de redemocratização. Tudo lindo, não fosse o fato de que sua candidatura não decolava nas pesquisas.
Paulo Maluf – Agora em nova embalagem
Paulo Maluf chegou às eleições presidênciais de 1989 tentando provar ser um novo homem. Nos quatro anos anteriores o eterno candidato do PDS havia sofrido três duras derrotas consecutivas. A primeira no Congresso Nacional, quando foi preterido na eleição indireta para presdidente por Tancredo Neves, que acabou vencendo, mas não assumindo em decorrência de sua morte. Depois, em 86, no ano seguinte, disputou o governo de São Paulo e tornou a ser derrotado, desta vez por Orestes Quércia. A terceira e mais humilhante derrota havia sido em 1988, quando Eluiza Erundina, então no PT, derrotou o ex-prefeito biônico de São Paulo na disputa pelo comando da capital paulista. Nesta reportagem e entrevista publicadas no final de agosto de 1989, Maluf tenta, uma vez mais, reconstruir sua imagem.
Guilherme Afif Domingos – “Precisamos de um novo JK”
Ainda no começo da corrida eleitoral de 1989, Guilherme Afif Domingos se apresentou como o “empresário do bem”. Um representante da elite, sem dúvida, mas, segundo seu discurso, cheio de vontade para atacar um dos grandes problemas do Brasil até hoje: a má distribuição de renda. À frente do Partido Liberal, entrou na briga pra valer. Atacou, logo de cara, a poderosa Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (“uma estrutura que mama nas tetas do governo”) e bateu forte em Brizola (“é o que de mais conservador e anacrônico existe por aí”). Nesta entrevista, afirmou com todas as letras que o caminho para o crescimento justo do Brasil passaria pelo desenvolvimento da agricultura e disse que a divisão entre esquerda e direita estava apenas na cabeça da elite.
Ulysses Guimarães – A aposta de Ulysses
Ulysses Guimarães chegou às eleições de 1989 sem o mesmo prestígio que conquistara ao longo da bela, porém derrotada, campanha pelas eleições diretas para presidente de cinco anos antes. Após ver a emenda Dante de Oliveira ser derrotada no Congresso Nacional, Ulysses se transformou em uma espécie de símbolo maior das lutas pela redemocratização plena do país naquela segunda metade dos anos 80. Mas, já quase na virada da década, a proximidade excessiva com José Sarney e suas políticas econômicas desastrosas e a costumeira dificuldade em unir o PMDB lhe cobrariam um preço alto. Chegou ao final da campanha sem apoio, quase desacreditado por seus pares. Ainda assim, conquistou mais de três milhões de votos e terminou como o sétimo candidato a presidente mais votado. Esta reportagem, publicada no fim de junho de 1989, conta o momento crítico da campanha de Ulysses e como ele acreditava que seria possível reverter o fracasso que se anunciava.
Roberto Freire – A China é muito longe
Comunista comedor de criancinhas? Essa era a imagem que Roberto Freire menos queria passar para seus eleitores. Como primeiro candidato do Partido Comunista Brasileiro (PCB) à Presidência do Brasil desde 1945, ele tentava mostrar que, em 1989, as propostas de seu agrupamento político estavam a anos-luz de distância do movimento repressor tão presente na China comunista da época. Freire também se mostrava disposto a fazer possíveis alianças com PT, PDT e até PSDB, já prevendo que sua candidatura teria poucas chances de chegar ao segundo turno. Nesta entrevista, o líder comunista aborda temas que permanecem atuais hoje, como os direitos dos homossexuais, a descriminalização das drogas e do aborto. "Queremos uma definição concreta de que a mulher deve ser dona do seu corpo", afirmou.
Ronaldo Caiado – Diabo, Satanás, Cão, Estado…
Privatização, meritocracia, livre iniciativa… o discurso parece familiar? Na campanha presidencial de 1989, Ronaldo Caiado, do PSD, era o candidato que apresentava com mais afinco esses ideais liberais. Ex-líder da União Democrática Ruralista, poderosa instituição que representava os interesses dos grandes produtores do campo, o médico Caiado dizia não ser de direita, mas um democrata, e defendia a presença do Estado apenas em setores considerados estratégicos, como habitação, saúde e segurança. Para todos os efeitos, na campanha, Caiado era um "nanico", mas cujas ideias encontram, até hoje, muitos apoiadores. "Não podemos confundir defesa de livre iniciativa nem defesa de terra produtiva como sendo radical de direita", disse.
2º turno
Lula – Espantando os demônios
Lula concedeu esta entrevista à Istoé na semana seguinte às eleições presidenciais no 1º turno. Era final de novembro e naquele momento as negociações partidárias para conquistar apoios para o 2º turno estavam frenéticas. Lá, como cá, o PMDB tinha imensa importância não só na busca pelos votos, como também na composição da bancada parlamentar que garantiria a governabilidade do presidente da República. Após um primeiro turno sangrento, em que foi vítima de uma série de acusações que se mostrariam falaciosas pouco mais de uma década depois, Lula buscava nessa entrevista desmistificar a figura de comunista revolucionário criada por seus adversários.
Leonel Brizola – Lula, o flexível
Derrotado no primeiro turno das eleições presidenciais de 1989, Leonel Brizola não demorou a dar um apoio natural a Lula na sequência da corrida para a Presidência. Apoio de peso. Na visão de Brizola, o candidato do PT representava a única possibilidade real de uma nova política no Brasil, conduzida por um candidato saído do povo, das frentes de trabalho e da luta sindical. Nesta entrevista, concedida em dezembro de 1989, pouco antes do pleito de decisivo, o líder do PDT faz elogios abertos à capacidade de Lula para negociar, mas mostra sérias ressalvas em relação ao vice do petista, João Paulo Bisol: “Ele não é uma pessoa confiável, vamos ter de trazê-lo de rédea muito curta”, disse Brizola.
Fernando Collor de Mello: Dispensando alianças
Depois de um primeiro turno em que superou a descrença e a gozação dos adversários, que o viam como um político de segundo escalão saído de um Estado de menor expressão (Alagoas), Fernando Collor chega ao segundo turno com força renovada. Nesta entrevista, publicada em novembro de 1989, o candidato do PRN ataca Lula, do PT, e diz que não abriria mão de nenhum ponto de seu programa de governo em troca de alianças que poderiam ajudá-lo a alcançar os 51% de votos válidos.
Zélia Cardoso de Mello: Um pacote no primeiro dia
Zélia Cardoso de Mello era uma jovem economista de pouco mais de 30 anos quando conheceu Fernando Collor de Mello, em 1987. Dois anos depois, tornou-se sua principal assessora econômica, depois de eleito, sua ministra da Fazenda. Zélia teve uma passagem, no mínimo, impactante pela Esplanada e se tornou uma das figuras centrais dos anos Collor. Nesta entrevista concedida às vésperas do 2º turno, com Collor na dianteira das pesquisas, Zélia já dava indicativos claros de que o futuro governo trabalhava com ideia de aplicar um choque na economia brasileira a fim de reduzir a inflação, o maior drama daquele Brasil recém saído de 20 anos de ditadura. O que ninguém imaginava é que Zélia e Collor seriam capazes de fazer um confisco na Caderneta de Poupança. O resultado desastroso foi o primeiro dos muitos equívocos que fizeram Collor ser derrubado do Planalto e levaram Zélia a um auto-exílio em Nova. Fonte: https://istoe.com.br/385733_1989+UMA+ELEICAO+HISTORICA/

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

TEMER CONTINUA, MELHOR ASSIM


TEMER VENCE NOVAMENTE
Com 251 votos SIM (12 a menos que na primeira denúncia), 233 votos NÃO, 2 abstenções e 25 ausentes, Michel Temer se livrou da segunda denúncia de Rodrigo Janot.
Ele não foi isentado de investigações, pois passará a ficar preocupado com o Sérgio Moro a partir de 01/01/2019, quando as investigações recomeçarão.
AGENDA POSITIVA,                                                        Por Theodiano Bastos
Diário do Poder:
O governo prepara a campanha de lançamento de um arrojado programa cujo objetivo é passar a sensação de recuperar o tempo perdido, com tantas denúncias, determinando a conclusão de mais de 4.000 obras inacabadas em todo o Brasil, no prazo máximo de um ano. Esse programa deve gerar milhares de empregos e deverá injetar na economia cerca de R$50 bilhões. Trata-se do “Agora é avançar”.
A ordem do presidente é “sacudir a poeira”, após vencer na Câmara a votação que suspendeu a segunda denúncia contra ele.
Com esse programa de obras, o governo espera “retomar o tempo perdido” com denúncias que quase sufocaram o seu governo.
Os números ainda estão sendo fechados. Num primeiro momento, a intenção era concluir 6.600 obras, mas na prática seria impossível.
Antes de anunciar o programa de mais de 4.000 obras, Temer vai festejar boas notícias sobre o pré-sal, nesta sexta-feira.
Em meio a uma turbulência política nunca vista na História do Brasil, estamos vivenciando um governo Parlamentarista informal e esse Parlamento tem legitimidade para aprovar as reformas para que o Brasil se modernize e volte a crescer de forma sustentável, como a reforma Trabalhista, da Previdência, a Política e a Fiscal, dentre outras.  
As denúncias em andamento, são decorrentes de arrecadação de recursos para cobrir gastos milionários das campanhas eleitorais e nenhuma irregularidade foi cometida pelo atual governo de transição e parlamentares, é bom se frisar isso.
A reforma política para valer na próxima eleição, qualquer alteração na legislação eleitoral precisa se tornar lei antes de outubro de 2017. Por isso, a Comissão Especial da Reforma Política vai priorizar alterações legislativas com foco nas eleições de 2018, quando serão escolhidos o novo presidente da República, bem como governadores e senadores, além de deputados federais e estaduais.
Entre os 15 tópicos da reforma política, estão temas como financiamento e sistema de votação. Ainda fazem parte do pacote o possível fim da reeleição e do voto obrigatório, a coincidência de eleições, a duração dos mandatos, o estímulo à participação das mulheres na política e os mecanismos de democracia direta. Outro eixo da reforma diz respeito aos partidos políticos e envolve debates sobre cláusulas de barreira, coligações e federações partidárias.
A reforma tributária é um dos temas mais debatidos no Congresso é a reforma do sistema tributário. Em dezembro de 2016, o presidente Michel Temer afirmou que “o foco do governo em 2017 será a reforma tributária, para tornar a legislação mais simplificada”.
“Uma questão que me angustia sempre é a tributária. Penso eu então: porque não levá-la adiante? Agora, o Executivo quer se empenhar na reforma tributária, de forma a simplificá-la. É mais uma reforma que queremos patrocinar e levar adiante”, disse Temer na ocasião.
O parlamentar defende a extinção de diversos tributos incidentes sobre o consumo e o fim da guerra fiscal entre estados.
A proposta de Hauly não é a única a tratar do tema. A bancada da oposição tem uma alternativa, que inclui medidas como tributação maior sobre os lucros das empresas, o imposto de renda progressivo e o aumento do financiamento do Fundo de Participação dos Estados.

sábado, 21 de outubro de 2017

OI: R$ 16,6 MILHÕES DE PREJUÍZO COM LULINHA



OI: R$ 16,6 MILHÕES DE PREJUÍZO COM  LULINHA
O ANTAGONISTA DE 21.10.17 07: 

Pelo menos um dos contratos firmados entre a Oi e o grupo empresarial de Jonas Suassuna, sócio de Lulinha, gerou prejuízo milionário à telefônica.
É o que indica planilha anexada em um e-mail enviado pela Oi ao Grupo Gol, segundo a Folha.

“De acordo com os dados, a empresa de telefonia arrecadou apenas R$ 21,1 mil com um conteúdo produzido pela Goal Discos num período em que teve de pagar R$ 16,8 milhões à firma de Suassuna.

O contrato usado como base para esses pagamentos é um dos firmados ‘sem lógica comercial’ pelas duas empresas, de acordo com Marco Aurélio Vitale, ex-diretor do grupo, para beneficiar a família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O contrato foi assinado em janeiro de 2009, dois meses após Lula assinar decreto que viabilizou a compra da Brasil Telecom pela Oi.”
ERA MUITA GRATIDÃO!

Fonte: https://www.oantagonista.com 21/10/17

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Empresa de sócio de filho de Lula era fachada para a Oi, diz ex-diretor




Marco Aurélio Vitale, ex-diretor do Grupo Gol, de Jonas Suassuna
FOLHA DE SÃO PAULO - ITALO NOGUEIRA – 21/10/17

Marco Aurélio Vitale, por sete anos diretor comercial do grupo empresarial de Jonas Suassuna, disse em entrevista à Folha que firmas foram usadas como fachada para receber recursos da Oi direcionados a Fábio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, e seus sócios.
De acordo com ele, o Grupo Gol –que atua nas áreas editorial e de tecnologia e não tem relação com a companhia aérea de mesmo nome– mantinha contratos "sem lógica comercial" tendo como único objetivo injetar recursos da empresa de telefonia nas firmas de Suassuna.
"A Gol conseguiu um tratamento que não existe dentro da operadora", afirma.
As empresas de Suassuna receberam R$ 66,4 milhões da Oi entre 2004 e 2016, segundo relatório da PF.
O empresário é dono de metade do sítio em Atibaia (SP) atribuído a Lula. No terreno de sua propriedade não houve reformas –só a instalação de uma cerca– o que o livrou de ser denunciado pelo Ministério Público Federal.
Suassuna iniciou a relação comercial com a família de Lula em 2007, quando se tornou sócio da Gamecorp, de Lulinha, Kalil Bittar (irmão de Fernando Bittar, dono da outra metade do sítio) e da Oi.
Vitale falou à Folha após ser intimado pela Receita Federal, onde afirma ter apontado irregularidades nas empresas. Ele diz não ter participado de atos ilícitos e quer escrever um livro, cujo nome provisório é "Sócio do filho".
Ele foi funcionário do Grupo Folha, que edita a Folha, entre os anos de 1992 e 2001 na área comercial, sem ligação com a Redação. Foi quando conheceu Suassuna, que vendeu CDs da Bíblia na voz de Cid Moreira em jornais, projeto que deixou o empresário milionário.
Folha - Como o sr. começou a trabalhar com Jonas Suassuna?
Marco Aurélio Vitale - Conheci Suassuna entre 1997 e 1998, quando eu era gerente de marketing da Folha. Saí desse mercado, mas em 2009 apresentei ao Jonas um projeto. É quando ele me chama para trabalhar.
A sociedade com Lulinha [Fábio Luís] já existia.
Ela sempre foi colocada como uma sociedade lícita que não traria benefícios diretos para o Jonas. Exceto o fato de ser sócio do filho do presidente, o que te dá uma visibilidade natural.
Era mais do que isso?
A empresa não tinha negócios para suportar o custo dela. Era possível pensar que fosse algum investimento futuro. Mas isso se perpetua.
O Grupo Gol é conhecido pela "Nuvem de Livros" e como fornecedora de material didático. Eles não eram suficientes?
A editora de fato vendia os livros, com períodos de vendas altas e baixas. A "Nuvem" teve faturamento significativo, mas foi criada em passado recente [2011]. Como a empresa sobrevive de 2008 a 2011? A receita que existia era da Oi. Diretores sabiam que existiam contratos e receitas milionárias, mas nunca ficou claro quanto e pelo quê a Oi pagava.
O que Suassuna falava sobre esses contratos?
Ele não falava. O modelo de gestão sempre foi muito centralizado. Qualquer assunto era tratado de forma fechada com Fábio, Kalil e Fernando. Esporadicamente se encontravam com Lula em São Paulo.
Mas em nenhum momento os diretores questionaram [a relação com a Oi]?
Um deles um dia me viu muito agitado, trabalhando muito ainda no início, e disse: "O que você está fazendo? Aqui é para ganhar dinheiro e não fazer nada". Porque tinha os contratos com a Oi. Eu corria atrás. Mas a percepção que eu tinha era que os inimigos políticos não faziam negócio, e os amigos não faziam com medo de se comprometer.
E como era a relação com os executivos da Oi?
A Gol conseguiu um tratamento que não existe dentro da operadora. Os projetos não passavam pela área de compras, não existia proposta, e eram valores muito elevados tratados e aprovados diretamente pela presidência da Oi. Toda vez que mudava o presidente da Oi, existia um esforço do Jonas, do Kalil, e muitas vezes do Fernando, de ir até a presidência, fazer reuniões. Dava para notar que tinha que explicar por que se pagava dinheiro tão alto para negócios que não tinham fundamento. Era como se fossem pagamentos com compromisso de realização sem lógica comercial.
Qual era o motivo desses contratos?
Muitos dizem que seria uma contrapartida pela mudança da lei da telecomunicação para permitir a compra da Brasil Telecom. Nunca ouvi falarem disso. Esse assunto não era tratado dessa maneira. Mas Jonas e suas empresas foram utilizadas, na minha opinião, como uma fachada necessária para que o Fábio e Kalil realizassem seus negócios através da ligação familiar. Nesse movimento, os negócios não eram o mais importante. O importante era a entrada de dinheiro.
O nome do ex-presidente era usado?
No caso da Oi, não se falava o nome do ex-presidente porque eles queriam buscar outros negócios e existia dentro da Oi uma noção clara de que a Gol só estava lá por causa do então presidente. As pessoas da Oi não se sentiam à vontade de falar sobre isso. Mas, em almoços que Jonas fazia com empresários, ele sempre se posicionava como sócio do filho do presidente, amigo do presidente.
Lula frequentava a empresa?
Não. Só vi uma vez quando já ele tinha saído da Presidência. Jonas queria mostrar as instalações.
Já se sabia do sítio na empresa?
Sabíamos do sítio, mas ele era do Lula. Nunca foi dito que era do Jonas. Ele nunca tratou sendo como dele, sempre tratou como sítio do Lula. [Após a divulgação do caso,] ele fala, em almoço na empresa, que tinha um sítio ao lado, que comprou como investimento.
Como ficou a empresa depois?
Jonas sempre colocou que era injustiça, perseguição.
Por que permaneceu na empresa por tanto tempo?
Eu trabalhava corretamente e ganhava um bom salário. Não fazia uma operação criminosa. Não cometi ilegalidade.
E por que decidiu falar agora?
Chegou o momento. Você não tem a noção da quantidade de pessoa que sabe do que foi feito. Mas ninguém fala.
*
OUTRO LADO
O empresário Jonas Suassuna, dono do Grupo Gol, negou em entrevista à Folha ter sido beneficiado pela Oi em razão de suas relações comerciais com Fábio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula.
Ele disse que tem um "carimbão" da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da Receita Federal que atestam sua respeitabilidade.
"Tudo isso já passou pelo escrutínio da Receita Federal. Já prestei todas as contas e não fui multado. Levei muito tempo para chegar aonde cheguei. Tenho currículo, respeitabilidade e um carimbão da Polícia Federal e do Ministério Público. Em nenhuma delação eu apareci", disse o dono do Grupo Gol, que não tem relação com a companhia aérea.
O ex-diretor do grupo Marco Aurélio Vitale afirmou que as empresas de Suassuna foram usadas como "fachada" para receber recursos da Oi direcionados a Lulinha –como Fábio é chamado.
Suassuna negou que tratasse de seus negócios diretamente com a presidência da Oi. Apresentou sua agenda telefônica em que constam nomes e números de executivos da companhia, além de e-mails de gerentes e diretores.
"Tratava diretamente com os executivos de venda." Reconheceu, porém, que teve contato com os presidentes da Oi em razão da sociedade comum na Gamecorp.
"Aí [quando se tornou sócio da Gamecorp] eu comecei a entender os caras da Oi. Não precisava do Fábio ou do Lula para falar com a Oi. Eu sou sócio dela num canal de televisão", disse.
O empresário negou também ter usado o nome do ex-presidente para fechar negócios."Não preciso do presidente Lula. Eu não quero. Ganhei nesses anos todos mais dinheiro com a Fundação Roberto Marinho do que com a Oi."
Disse ainda que comprou um dos terrenos do sítio em Atibaia, atribuído ao ex-presidente Lula, a pedido de Jacó Bittar, pai de Fernando e Kalil Bittar e amigo do petista.
"Ele [Jacó] me disse: 'Comprei um sítio, mas o cara só vende dois. O presidente Lula vai sair da Presidência e quero que ele fiquei comigo, porque ele é meu amigo. Quero fazer isso para ele'. Eu tinha R$ 1 milhão. Tinha muito mais. Fui lá e comprei. Com meu dinheiro eu compro o que eu quiser", disse ele.
Em nota, assessoria de Suassuna afirmou que a as acusações de Vitale são "fruto de tentativa frustrada de chantagem".
"A Gol não pactua com qualquer irregularidade, muito menos com tentativa absurda de extorsão, o que significaria uma tentativa de obstrução de Justiça", diz a nota.
A Oi afirmou, em nota, que as empresas do Grupo Gol "são reconhecidas no mercado e fornecedoras de grandes companhias que operam no país".
A defesa de Lula afirmou que os fatos relacionados à Oi e às empresas de Lulinha "já foram objeto de inquéritos e todos eles foram arquivados porque não foi identificada a prática de qualquer ato ilícito, seja do ex-presidente, seja por seu filho".
Em relação ao sítio, a defesa do petista alega que ele "foi adquirido pelas pessoas que constam na matrícula do imóvel como proprietárias, que aplicaram recursos próprios e com origem demonstrada".
Lulinha, Kalil e Fernando Bittar não se pronunciaram até a conclusão desta edição.
BÍBLIA
Suassuna afirmou que a Oi demonstra interesse no conteúdo da "Bíblia na Voz de Cid Moreira" desde 2003, quando apresentou uma proposta de compra do conteúdo.
Conta ainda que o fato dos CDs da Bíblia terem vendido mais de 65 milhões de cópias entre o fim da década de 1990 e início de 2000 comprova que o valor pago pela Oi em 2009 não foi superfaturado."A Oi não fez um mau negócio. Ela teve por quatro anos exclusividade de um produto que é um espetáculo."
Questionado sobre o baixo acesso ao portal de voz em mais da metade do contrato, ele disse que a Bíblia pode ter sido oferecida em pacotes da operadora para atrair mais clientes –o que não seria computado no acesso.
Inicialmente, ele negou que o contrato previsse divisão de receita. Depois, porém, admitiu que não acompanhava o volume de acesso mensal ao portal.
"A Oi me pagou bonitinho. Fiz o que me competia: divulguei o produto, paguei a Cid Moreira, cumpri toda a minha história. Tudo como manda a santa amada igreja.