quarta-feira, 25 de novembro de 2015

DELCÍDIO AMARAL, PRISÃO DO LÍDER DO GOVERNO NO SENADO



Delcídio ofereceu R$ 50 mil mensais à família de Cerveró em troca de silêncio

Senador e banqueiro teriam oferecido R$ 4 milhões ao advogado de ex-executivo

por Carolina Brígido / Vinicius Sassine O GLOBO 25/11/2015
BRASÍLIA – Documento do Ministério Público Federal revela que o senador Delcídio Amaral (PT-MS), em conluio com o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, ofereceu pagamento de R$ 4 milhões ao advogado Edson Ribeiro, contratado pelo ex-diretor internacional da Petrobras Nestor Cerveró, para que o investigado não firmasse acordo de delação premiada na Lava-Jato. A alternativa seria Cerveró assinar o acordo, mas não mencionar nem Delcídio, nem Esteves nos depoimentos. A dupla também teria pago R$ 50 mil a Bernardo Cerveró, filho do ex-executivo da estatal, em troca do silêncio do depoente. O restante da família receberia a mesma quantia mensal como recompensa. O líder do governo no Senado e o banqueiro foram presos nesta quarta-feira, já o advogado ainda não foi detido apesar de ter tido sua prisão decretada.
Bernardo Cerveró procurou a força-tarefa da Operação Lava-Jato em Curitiba para relatar a existência de pressões ao pai, que negociava a assinatura de um acordo de delação premiada. Fontes com acesso às investigações relatam que ele mencionou a ofensiva contra o pai por parte de uma autoridade com foro privilegiado, sem menção direta ao líder do governo no Senado.
A revelação sobre a oferta de R$ 4 milhões e de uma mesada de R$ 50 mil foi feita pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Neste momento, Zavascki lê na Segunda Turma do tribunal sua decisão de mandar prender Delcídio, Esteves, Ribeiro e o chefe de gabinete do parlamentar, Diogo Ferreira. Ele quer que o colegiado referende sua decisão de prender Delcídio. Pela Constituição Federal, um parlamentar só pode ser preso antes de condenado em caso de flagrante. Para Zavascki, a tentativa do senador de obstruir as investigações da Lava-Jato revela o flagrante.
FUGA PELO PARAGUAI
Ainda segundo o Ministério Público Federal, Delcídio participou de reunião em que foi planejada a fuga de Cerveró para a Espanha, porque o investigado tem cidadania espanhola. O senador chegou a sugerir uma rota pelo Paraguai e também o tipo de avião que o transportaria até o país europeu.
Outro motivo que levou o ministro a mandar prender o senador foi o fato de que, em reunião com o advogado de Cerveró, Delcídio teria prometido a libertação do réu no STF. Ele disse que tinha conversado com Zavascki e com o ministro Dias Toffoli sobre a concessão de habeas corpus. E prometeu que pediria ao vice-presidente Michel Temer e ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que falassem com o ministro Gilmar Mendes sobre o tema. Para Zavascki, é impressionante “a desfaçatez com que se discute a intercessão política na mais alta corte brasileira”.
— A intervenção de Delcídio Amaral perante o STF, ainda que não tenha persuadido ministros, revela conduta de altíssima gravidade — disse o relator da Lava-Jato.
Para o ministro, é importante manter o senador preso, para que as investigações não sejam prejudicadas.
— A conduta revela que Delcídio Amaral não medirá esforços para embaraças as investigações da Lava-Jato — declarou.
Depois da fala de Zavascki, os outros quatro integrantes da Segunda Turma votarão se mantêm a decisão do relator, ou se libertam o senador.
INVESTIGAÇÃO DO MPF
Diante da existência de uma autoridade com foro privilegiado, a força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba encaminhou o caso à Procuradoria Geral da República (PGR).

Soube-se, então, da existência de uma gravação feita pelo filho de Cerveró com a ofensiva de Delcídio para que o ex-diretor não o citasse na delação premiada.
Em delação, o lobista Fernando Baiano, que operava o esquema para o PMDB, acusou Delcídio de receber propina do negócio da aquisição da refinaria de Pasadena, no Texas. A compra deu um prejuízo de US$ 792 milhões à Petrobras, conforme o Tribunal de Contas da União (TCU).
Na 20ª fase da Operação Lava-Jato, deflagrada no último dia 16, a Polícia Federal (PF) prendeu um ex-gerente da Petrobras e um operador financeiro suspeitos de participar no esquema de fraude na compra de Pasadena. O negócio é investigado pelo MPF e pela PF em Curitiba. Fonte: http://oglobo.globo.com/

terça-feira, 24 de novembro de 2015

BUMLAI, AMIGÃO DE LULA ESTÁ PRESO



Artigo: Sorte de Lula sobe no telhado
Bumlai é quem mais aproxima ex-presidente da Lava-Jato
por Ricardo Noblat, O GLOBO, 24/11/2015 

“A sorte de Lula subiu no telhado com a prisão, esta manhã, pela Operação Lava-Jato, do empresário José Carlos Bumlai, que estava pronto em Brasília para proclamar sua inocência diante de senadores e deputados da CPI do BNDES.
Até aqui, de todos os suspeitos pela roubalheira na Petrobras, Bumlai é quem mais aproxima Lula da Lava-Jato. É suspeito de ter-se beneficiado de negócios com a empresa para ajudar uma nora de Lula e pagar dívidas da campanha de Lula à reeleição em 2006.
Depois de Bumlai, a levar-se em conta o que já foi descoberto, somente algum malfeito praticado por um dos filhos de Lula será capaz de fazer a sorte de o ex-presidente despencar do telhado. Salvo o surgimento de um fato novo, o que não deve ser descartado.
Irônico e revelador o nome dado pela Polícia Federal à 21ª. Fase da Lava-Jato – “Passe livre”. Enquanto Lula presidiu o país, Bumlai foi o único brasileiro contemplado com um passe que lhe dava acesso a qualquer momento ao gabinete mais poderoso da República.
Havia na portaria do Palácio do Planalto um aviso que dizia assim:
“O sr. José Carlos Bumlai deverá ter prioridade de atendimento na portaria Principal do Palácio do Planalto, devendo ser encaminhado ao local de destino, após prévio contato telefônico, em qualquer tempo e qualquer circunstância”.
Que amigão de Lula era esse a desfrutar de privilégio só concedido a dona Marisa, a primeira-dama? Ao notar que a Lava-Jato se avizinhava de Bumlai, Lula, outro dia, disse em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, do SBT:
— Se ele (Bumlai) teve situação indevida, vai ficar provado. "Nem tudo que delator fala tem veracidade. É preciso que a gente não dê um voto de confiança ao bandido e um voto de desconfiança ao inocente.
No caso, o delator era Fernando Baiano, ex-operador do PMDB, que comprometeu Bumlai com o que contou ao juiz Sérgio Moro. O inocente, Bumlai. Mais recentemente, Lula tem repetido entre seus confidentes que Bumlai, na verdade, não é tão seu amigo assim.
Compreensível. Sempre que se vê em perigo, Lula tira o seu da reta e entrega quem o ameaça. Entregou José Dirceu para escapar do mensalão. Entregou Antonio Palocci para escapar do escândalo em torno do uso da Receita Federal que prejudicou um caseiro.
Entregou os aloprados, funcionários de sua campanha à reeleição, e responsáveis pela montagem de um falso dossiê para incriminar candidatos do PSDB – entre eles José Serra e Geraldo Alckmin. Lula é assim – o que fazer? Falta-lhe, digamos, sentimento de culpa.
Falta-lhe, também, um pingo de coerência. Já pediu desculpas aos brasileiros pelo mensalão. Vive a dizer que o mensalão nunca existiu. Na semana passada, no congresso da juventude do PT, disse que as acusações que pesam contra o PT não passam de “teses”. Lula é honesto. Honestíssimo. Em tese”.
Fonte: http://oglobo.globo.com/ 24/11/15

domingo, 22 de novembro de 2015

PETISMO PROTEGE EDUARDO CUNHA



Petismo faz ação humanitária no caso Cunha Por Josias de Souza, 22/11/2015

”Fica todo mundo falando mal do Eduardo Cunha, mas na verdade ele é digno de pena. Não é fácil ser um vendedor de carne enlatada para a África. Está certo, dá dinheiro. Dá muito dinheiro. Dá dinheiro demais. E essa é uma das suas desgraças. Porque Eduardo Cunha, se não estiver ganhando dinheiro demais é um fracasso. Outros seres humanos gostariam de ter muito dinheiro. É normal. Mas Eduardo Cunha precisava de dinheiro em demasia. Era um prisioneiro da demasia, um dependente em demasia. E nem assim desperta qualquer simpatia da opinião pública. O mundo é insensível ao seu drama.
Eduardo Cunha deixou de ter direito a uma vida normal. É como aquelas pessoas que passam por tratamentos de desintoxicação. No seu caso, foi necessário distanciar-se do dinheiro. Encontrou Jesus, refugiou-se na política e mandou sua fortuna para a Suíça. Trancafiou-a num trust. Todo mundo tem conta bancária. Mas Eduardo Cunha não pode se dar ao luxo da normalidade. Em vez de correntista, ele é apenas “usufrutuário” da dinheirama que amealhou matando a fome dos africanos.
Na década iniciada em 1980, segundo seu próprio relato, Eduardo Cunha teve um suprimento regular e generoso do seu vício —a pecúnia demasiada. Agora, quando estava praticamente curado, servindo a Deus a ao país como deputado federal, vêm a Promotoria da Suíça, a Procuradoria da República brasileira e a Polícia Federal revolver o seu passado de Midas da carne enlatada. Ainda bem que há no mundo gente compreensiva e generosa.
Não é justo qualificar Dilma, Lula e o PT de tropa de elite de Eduardo Cunha. A criatura, o criador e o petismo estão apenas fazendo um trabalho humanitário. Socorrem alguém que, claramente, ainda não está preparado para lidar com a realidade.
Quem não é Eduardo Cunha não consegue entender o que é conviver com o lucro fabuloso e, depois de anos de demasia, mandar tudo para o inferno —ou para a Suíça, que pode dar no mesmo— e tocar a vida como deputado federal, membro da bancada evangélica. Merece comiseração, não condenação ou prisão”. Fonte: http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

ESPÍRITO DO ENGANO: O SEGUNDO EU DE TODOS NÓS




             O SEGUNDO EU DE TODOS NÓS
                            Theodiano Bastos

       (Conteúdo do livro “O TRIUNFO DAS IDEIAS” do mesmo autor, publicado pela editora VILLA RICA.
                          
A causa do rompimento de Jung com Freud teve origem no conteúdo do livro “O EU E O INCONSCIENTE”, editora Vozes, no qual C.G. Jung consegue provar que o inconsciente tem autonomia e consegue levar uma pessoa a cometer atos contrários a seu consciente, enquanto Freud afirmava que o inconsciente não tem esse poder.

       ESPÍRITO DO ENGANO religioso ou a sombra, o segundo eu de todos nós da psicanálise.

O Pai Nosso, a única oração que Cristo nos deixou, tem no seu final algo muito profundo:

Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o Vosso nome.
Venha a nós o Vosso Reino.
Seja feita a Vossa vontade, assim na Terra como no Céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje.
Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.
E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.

Cabe perguntar: de onde vem essa tentação?
— É de dentro de nós mesmo, quando o inconsciente arrebata do consciente, pois infelizmente não se tem um antivírus para impedir que esse Mal se manifeste e aí as tragédias acontecem... Leiam o que segue:

"Quem se propõe a escrever artigos e crônicas para a vida efêmera de um jornal, revista ou mesmo em livros, às vezes se pergunta: Vale mesmo a pena o esforço de escrever num país com tão poucos leitores, o pouco apreço e a incômoda sensação de que a literatura não tem mais a importância social que já teve no passado e a perda do glamour junto à mídia?”

                    Lendo o interessante livro do teólogo e psicanalista Rubem Alves, "O Retorno Eterno", encontrei um alento. Diz ele em uma de suas crônicas: "O escritor não é alguém que vê coisas que ninguém mais vê. O que ele faz é simplesmente iluminar com os seus olhos aquilo que todos vêem sem se dar conta disso... E o que espera é que as pessoas tenham aquela experiência a que os filósofos Zen dão o nome de "satori"; a abertura de um terceiro olho, para que o mundo já conhecido seja de novo conhecido como nunca foi".

                    A psicanalista e terapeuta brasileira Rosilane Josej Perelberg, professora de psiquiatria em Londres, alerta em sua entrevista no Jornal do Brasil, como o sexo afeta a vida das famílias e suas implicações sobre doenças mentais em seus membros.

                    Isso vem a propósito de dramas familiares conhecidos na vida. Alguns tendo como pivô a mulher com o perfil destrutivo, popularmente conhecida como mulher “tomba-homem", isto é, que atrai os homens com risinhos nervosos, tendo como objetivo secreto e compulsivo destruí-los. "Engraçado, disse-me uma delas confidencialmente no consultório: Homem nenhum nunca me fez mal e, no entanto, odeio os homens". Esse mal também atinge alguns homens que odeiam as mulheres, sem que nenhuma delas lhes tenham feito algum mal, são os misóginos, os que têm desprezo ou aversão às mulheres, ao casamento e a compromissos sérios com as mulheres.

Homens e mulheres com esses problemas deveriam ter a humildade de procurar um psicoterapeuta e resolver seus conflitos interiores, no mais comum das vezes fruto da desagregação familiar e seus traumas na vida da criança. Tudo isso tem origem no relacionamento entre os pais, no seio familiar, na usina psíquica que é a família. Freud já alertava: Quando um homem e uma mulher se relacionam na intimidade, não é um relacionamento entre duas pessoas, mas na verdade entre seis, pois cada um leva dentro de si o pai e a mãe, as influências recebidas no relacionamento entre os pais. É esse conflito mal resolvido que dá origem ao "segundo eu", ou seja a sombra, o lado negativo da personalidade de cada um de nós. O inimigo dentro de nós. “O pior inimigo está dentro de nós mesmos”.
Se a mulher teve um pai tirânico, que dominava a mãe sadicamente, que nunca assistiu no lar uma cena de amor, ternura e carinho entre os pais, certamente terá um relacionamento conflituoso e compulsivo com o sexo oposto, fruto do conflito interior mal resolvido, porquanto o pai é o primeiro homem na vida de uma mulher. E pelo complexo de Eletra ela se apega ao pai e no íntimo costuma ser rival da mãe. Já no caso do homem, de acordo com o complexo de  Édipo, ele se apega à mãe e no fundo é um rival do pai. É da natureza humana, queira-se ou não.

                     É um ato de compaixão e sabedoria aceitarmos as fraquezas e as enfermidades da alma de nossos pais, lamentando o relacionamento conflituoso que tiveram e deram origens às neuroses dos filhos. "Os males que a mente causa, a mente cura", diz Karen Horney. A visão cristã diz que o homem nasce com o pecado original. Isso não significa que o homem é inevitavelmente mau, mas que tem de lutar contra o mal dentro de si.

Devemos sempre lembrar, daí a necessidade dos que sofreram na infância procurarem o socorro psicoterápico, pois o conflito interior não resolvido, é como um vírus no computador que alguém contagia com o objetivo de causar danos, tão logo seja acessado o arquivo ou dado para desencadear uma seqüência destrutiva guardada na memória do equipamento. Assim também na mente humana. Está tudo arquivado na memória inconsciente e tão logo surja algum acontecimento ou mesmo vaga referência ao trauma vivido, é disparado das profundezas do inconsciente uma seqüência incontrolável e compulsiva de reações que a consciência não consegue evitar ou controlar.

Sobre a conexão entre a psiquiatria e a psicanálise, diz o Prof. Guy Briole, da Universidade de Paris e membro da Associação Mundial de Psicanálise, alerta: “a medicação não resolve o problema da idéia fixa alucinatória de perseguição que o paciente vivencia. Somos contra a posição ‘tome o remédio e cala-te’ e defendemos o posicionamento ‘tome o medicamento para sofrer menos e fale’, ressalva. Os psiquiatras não escutam os doentes. ‘Hoje em dia eles falam mais que os próprios pacientes”.
Enfim, os psicanalistas somente ajudam a pessoa a encontrar as respostas que estão nelas mesmas. 

Esse texto está na Internet no Blog O PERISCÓPIO  (theodianobastos.blogspot.com)