terça-feira, 14 de abril de 2015

LULA É LOBISTA DE EMPREITEIRAS




ODEBRECHT PAGOU VIAGEM DE LULA POR TRÊS PAÍSES

A construtora Odebrecht bancou uma viagem realizada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro de 2013, que passou por Cuba, República Dominicana e Estados Unidos e que oficialmente não tinha qualquer relação com atividades da empresa nesses países.

Segundo reportagem de "O Globo" publicada neste domingo (12), Lula viajou acompanhado por pessoas próximas, como funcionários de seu instituto, o escritor Fernando Morais e o presidente do sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.

O único integrante da comitiva que não fazia parte do círculo do ex-presidente era Alexandrino Alencar, atual diretor de Relações Institucionais da Odebrecht. Alencar foi apontado por três delatores da Operação Lava Jato como o responsável por operar as propinas da empresa no exterior. Ele nega.

De acordo com o jornal, a empresa Líder Táxi Aéreo, responsável pelo voo, o classificou como "completamente sigiloso". A viagem, que custou R$ 435 mil, foi paga pela DAG Construtora, da Bahia, uma das parceiras comerciais da Odebrecht.

Segundo a construtora, o traslado pelos três países foi pago em função da agenda do ex-presidente na República Dominicana. O Instituto Lula confirmou a realização de palestra no país.

Em anúncio publicado na edição desta segunda de "O Globo", a Odebrecht afirmou ter pagado por palestra de Lula na República Dominicana e ressaltou que não há nada "ilegal ou sigiloso" no evento.

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Lula, explicando as viagens que faz ao exterior com despesas pagas por empreiteiras, principalmente a Odebrecht, disse que “servem para vender o país”.

Em 2011 Lula esteve em Angola com despesas pagas pela Odebrecht, onde o Brasil investiu mais de R$ 3 bilhões, segundo informou Dilma, mas como as aplicações do Brasil em Cuba e em Angola, foram declaradas secretas, e assim os detalhes só poderão ser conhecidos em 2027...

‘O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou em janeiro de 2013 com despesas pagas pela Odebrecht  acusada na Lava Jato, pagou voos 'secretos' de Lula” . www.notimerica.com.br/

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PRECISA ABRIR A CAIXA PRETA DO INSTITUTO LULA, QUE INTERMEDIA OS ‘NEGÓCIOS’ COM AS EMPREITERAS, PRINCIPALMENTE COM A ODEBRECHT,  PARA QUE SE POSSA CONHECER TODA A EXTENSÃO DA MUTRETA.

Fontes:

www1.folha.uol.com.br – www.oglobo.globo.com/. www.youtube.com/watch?v=lJSHkSfcaqU - rota2014.blogspot.com/ e veja.abril.com.br/ 


LULA E AS EMPREITEIRAS
 “Desde 2011, quando trocou a faixa presidencial pelo pijama, Lula visitou 30 países. Em treze dessas viagens, o ex-soberano recostou-se nas melhores poltronas dos aviões, hospedou-se em boas estalagens e descansou os cotovelos em mesas forradas com esmero graças à generosidade de uma tróica de empreiteiras: Odebrecht, OAS e Camargo Corrêa. Blog do Josias (http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/ 22/03/13):
Deve-se a revelação aos repórteres Fernando Mello e Flávia Foreque. A dupla conta que, nas vezes em que deslocou-se a soldo, Lula esteve em países da África e da América Latina. Ouvido, instituto que leva o nome do ex-presidente confirmou os patrocínios. As empresas também. Mas todo mundo disse a coisa não é o que parece ser”.
O GOVERNO APODRECEU.    CHEIRA MAL!
por Ricardo Noblat
Astuciosos, esses procuradores da República que investigam corrupção no governo. E gozadores.
Quando os políticos em geral, e alguns em particular, pensavam que haviam sido deixados em paz, uma nova fase da Operação Lava-Jato, com o nome de “Origem”, resulta na prisão de três ex-deputados.
Um deles, Pedro Corrêa (PP-PE), já cumpria prisão domiciliar por ter sido condenado como mensaleiro.
A prisão de Pedro reforça o que a Lava-Jato deixa transparecer desde o seu início: o que muitos preferem chamar de “petrolão” é filho legítimo do mensalão.
O parentesco resta provado porque a origem dos dois escândalos é a mesma – o pagamento de propinas para políticos e o financiamento de campanhas eleitorais. Ou o Caixa 2 dos partidos.
Há muito mar ainda a ser navegado, segundo um dos procuradores. A Lava-Jato está mal começando.
A presidente Dilma, como de hábito, precipitou-se e, anteontem, em visita a Duque de Caxias, no Rio, anunciou que acabara a limpeza na Petrobras. Que a empresa havia se livrado dos que a assaltaram.
Pois sim. Só quem pode dizer que acabou a sujeira na Petrobras é quem a investiga. Dilma não manda no Ministério Público.
Curioso é que ela tenta vender a ideia de que só aparece corrupção porque seu governo se dedica a combatê-la. Mas logo que pode, tenta abortar investigações que lhe são incômodas.
Somente nesta semana, o governo conseguiu abortar a instalação de duas CPIs no Congresso destinadas a apurar suspeitas de corrupção em fundos de pensão e no BNDES.
Ora, porque o governo agiu assim? Por que sabota a CPI da Petrobras? Por que sabotou no ano passado duas CPIs da Petrobras?
Roubalheira na Petrobras. Na Receita Federal. No Ministério da Saúde, Na Caixa Econômica Federal.
O governo apodreceu. Cheira mal.
Fonte: Blog do Noblat, 11/04/2015


 

domingo, 12 de abril de 2015

2018: NÃO DÁ PARA ESPERAR



NÃO DÁ PARA ESPERAR 2018
Por Carlos Chagas
Confirma-se, por mais uma etapa da  Operação Lava Jato, a extensão da roubalheira que assola o governo. Agora são a Caixa Econômica e o ministério da Saúde acusados de manipular contratos de falsa prestação  de serviços em benefício de deputados e empresas afins. Dentro de pouco tempo não sobrará mais nenhuma instituição pública que não tenha sido atingida pela corrupção. Do mensalão ao  petrolão, às hidrelétricas, ferrovias, rodovias, refinarias e demais atividades do poder público, a sujeira é uma só. Sem esquecer a Receita Federal. Dilma não sabia de nada. Nem o Lula, antes.
Vamos confiar em que não sabiam mesmo. De que planeta, então, governavam o país? Com que auxiliares trabalhavam, não se podendo omitir  a participação de muitos deles na lambança?
Não dá para imaginar que continuaremos assim por mais quatro anos, com a Polícia Federal diariamente elucidando malfeitos e prendendo  malfeitores de alta e de baixa estirpe. Incrustados no governo,  é grande o  número de políticos e de empresários que já estão e mais irão parar na cadeia. Louve-se a ação de policiais, procuradores e juízes encarregados de investigar e punir, mas as indagações vão mais fundo: como tudo pode acontecer nessas proporções olímpicas? A quem debitar a responsabilidade maior? Fazer o quê?
Esperar as eleições gerais de 2018, positivamente, não é solução. Antecipá-las será inconstitucional, além de perigoso. Acreditar que da noite para o dia  bandidos se transformem em anjos, também não. Quem quiser que opine, mas por muito menos Fernando Collor foi defenestrado.
ARMAÇÃO ÓBVIA
Deve acautelar-se o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, porque são coincidências demais acontecendo. Em São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, João Pessoa e Natal, nos trabalhos  da Câmara Itinerante, ele foi recebido por grupos de arruaceiros empenhados em impedir suas palavras. É coisa organizada, mudando apenas os personagens.

Fonte: Diário do Poder, 12/04/15

FEITIÇO DO PT CONTRA O FEITICEIRO: FORA DILMA



Por Josias de Souza
Os pesquisadores do Datafolha perguntaram: Considerando tudo o que se sabe até o momento a respeito da Operação Lava Jato, o Congresso deveria abrir um processo de impeachment para afastar a presidente Dilma da Presidência? A resposta foi eloquente: 63% dos brasileiros consultados responderam “sim”. Isso ajuda a entender por que desejo de puxar o tapete da presidente ganha as ruas.
Os petistas reclamam muito da atmosfera de fim do mundo que rodeia o Palácio do Planalto. Fariam um bem a si mesmos se examinassem o próprio rabo. O ‘Fora Dilma’ não é senão um feitiço do PT virando-se contra o feiticeiro. No ano pré-eleitoral de 2001, a moda era o ‘Fora FHC’. Foi incorporado ao discurso de líderes do petismo. E ganhou as ruas nas faixas de uma CUT implacável com o governo.
Naquela ocasião, já estava claro, muito claro, claríssimo que atear fogo no cenário político não era um bom negócio para o PT. O partido chegara ao poder em alguns Estados e em vários municípios. No ano seguinte, Lula se tornaria presidente, prevalecendo sobre José Serra.
Desde então, o PT trocou o desejo de virar a mesa pelo hábito de sentar-se em torno dela. Perdeu-se num detalhe. Em vez de usar o tampo para recostar os cotovelos em rodadas de diálogo, usou-o para repartir dinheiro com pseudo-aliados. O fisiologismo e o patrimonialismo foram elevados à potência máxima. Deu no mensalão. Continuou compartilhando propinas. Deu no petrolão.
Aquele PT casto e imaculado morreu. E, suprema desgraça, não foi para o céu. Hoje, 75% dos brasileiros apoiam os protestos anti-Dilma, informa o Datafolha. Uma maioria ainda mais tonitruante de 83% diz acreditar que Dilma sabia da corrupção na Petrobras. Desses, 57% avaliam que ela deixou que a roubalheira progredisse. Outros 26% acham que ela nada podia fazer.
Meio tonto, o ex-PT aciona a ex-CUT e o notório MST para levar às ruas “exércitos” de militantes remunerados contra um golpe inexistente. Não há quarteis na jogada. E a multidão olha de esguelha para os políticos. Querem revogar o resultado eleitoral, insiste o ex-PT. E o Datafolha: 64% dos brasileiros acham que Dilma não será afastada por causa das denúncias de corrupção na Petrobras.
Quer dizer: por ora, há mais histeria do que estratégia na causa do impeachment. O brasileiro deseja. Mas sabe que a via democrática exige mais do que isso. De concreto mesmo apenas uma evidência: o ex-PT e suas ramificações sindicais e sociais tornaram-se forças minoritárias no asfalto. Natural. Na época do ‘Fora FHC’, diziam que o governo do presidente tucano achegara-se à gestão de Fernando Collor em matéria de corrupção. Hoje, Collor é sócio do petrobutim e frequenta a lista do procurador Rodrigo Janot.




sábado, 11 de abril de 2015

BYE BYE DILMA



Bye Bye Dilma
Por Fernando Gabeira

Domingo é dia. De novo. O governo respondeu mal. Ele joga com o tempo. Sabe que é difícil manter tanta gente na rua quando sem um resultado tangível. É um cálculo válido para período de estabilidade e crescimento. O Brasil em crise é um fio desencapado. As manifestações não conseguiram ainda seu objetivo: Fora Dilma.

No entanto, Dilma já não está tão dentro como antes. A iniciativa política foi arrebatada pelo PMDB. O ajuste econômico é conduzido pelo liberal Joaquim Levy, que o negocia com o Congresso Nacional.

O debate sobre o ajuste tem conteúdo para ser discutido dias seguidos. Quase todos concordam que um ajuste adequado levará o Brasil de novo ao crescimento. Mas poucos se perguntam sobre o crescimento. Será que vamos reunir forças para um novo voo de galinha? Retomar o crescimento significa entupir os lares de eletrodomésticos e carros, exaurir os rios de forma irresponsável?

Mesmo para um voo de galinha as perspectivas não são boas. Teremos energia para o crescimento em 2016? Nossas estradas suportam um aperto econômico - elas que foram devastadas pelo tempo e pela corrupção? Todos se interrogam para onde estamos indo. Marchar para uma euforia consumista e, depois, cair na depressão torna a política econômica uma nova droga.

O escritor Frei Betto usou a imagem do filme Good Bye Lenin! para expressar o espanto de alguns eleitores de Dilma: é como se dormissem com a vitória de sua candidata e acordassem com a de Aécio Neves, seu adversário. Esse filme de Wolfgang Becker é bem lembrado porque conta a história de uma comunista fervorosa de Berlim oriental que ficou oito meses em coma e acordou depois da queda do Muro. E o esforço do seu filho era para mascarar os traços do capitalismo e evitar que ela se chocasse com o movimento da História.

Good Bye Lenin!, na minha opinião, não exprime apenas a perplexidade dos eleitores de Dilma. Ele exprime a perplexidade de toda a esquerda, que deveria estar acordando de um grande sonho e se espantar com o mundo, como a comunista de Berlim ao ver um imenso anúncio publicitário do outro lado da rua. Seria como se um cubano acordasse na Costa Rica ou um venezuelano nos supermercados do Peru, algo tão diferente. Nesses anos em que o Muro de Berlim caiu, muitos continuaram em coma, ou protegidos das mudanças no mundo real.

Isso não teria tanta importância se a esquerda não fosse para o poder com uma parte das ilusões. Ela confundiu partido com Estado e capitalismo de leis implacáveis com seus sonhos socialistas.

Não deveria. Marx estudou muito para explicitar essas leis. Nem sempre acertou, mas as estudou profundamente e jamais apoiaria um enfoque apenas consumista. Não porque Marx fosse da elite branca. Mas porque saberia que a conta seria cobrada na frente.
 ... "Uma esquerda no governo deveria abster-se de levar o capitalismo a um outro sistema, mas, sim, tirar o melhor proveito de suas potencialidades e reduzir seus impactos negativos. O capitalismo pode alcançar altos níveis de inovação e criatividade, como nos Estados Unidos, ou mesmo uma respeitável rede de proteção, como na Escandinávia..."

Hoje a conta está sendo cobrada. Dormiu-se com a promessa do paraíso, acorda-se numa realidade inequívoca: tanto Dilma como Aécio seriam obrigados a algum tipo de ajuste.

A confusão entre governo e poder, entre partido e Estado acabou arruinando uma experiência, finalmente, dinamitada pela corrupção.

Uma esquerda no governo não poderia comprometer-se a fundo com Cuba e Venezuela. Ainda que admirasse os dois modelos, o que é um alto grau de miopia, deveria levar em conta uma posição nacional.

Uma esquerda no governo deveria abster-se de levar o capitalismo a um outro sistema, mas, sim, tirar o melhor proveito de suas potencialidades e reduzir seus impactos negativos. O capitalismo pode alcançar altos níveis de inovação e criatividade, como nos Estados Unidos, ou mesmo uma respeitável rede de proteção, como na Escandinávia.

Não vejo como transitar do capitalismo para outro sistema econômico, exceto através da decadência e destruição de seus alicerces. E isso nem na Venezuela vai acontecer. O sonho bolivariano encarnou num homem que esmaga os opositores e conversa com passarinhos. Quando vão despertar? Quando encontrarem Nicolás Maduro cantando salsas e merengues nas pizzarias do seu bairro?
 

...Não dói somente ver Dilma e o PT se comportarem como se nada de errado tivesse acontecido. Dói também ver a perspectiva de um grande esforço fiscal desaguar numa visão de crescimento de novo insustentável, tanto econômica como ambientalmente...
Bye Bye Dilma não é apenas o acordar de um sonho eleitoral. E um sono de 12 anos - de pouco mais de 25 anos se contarmos da queda do Muro de Berlim. O projeto não se perdeu apenas pela questão ética. Seus passos estão intensamente discutidos no escândalo do petrolão e outros que se espalham como tanques em chamas.

Mas os fins, quais eram mesmo os fins? Para onde é que nos levavam?

Dentro do País vivemos a crise do populismo econômico. Lá fora, nossa importância diplomática foi dramaticamente reduzida.

Não dói somente ver Dilma e o PT se comportarem como se nada de errado tivesse acontecido. Dói também ver a perspectiva de um grande esforço fiscal desaguar numa visão de crescimento de novo insustentável, tanto econômica como ambientalmente.

A Califórnia passou por mil desafios, abrigou a indústria de cinema e da informática, e agora se vê diante da necessidade de se reinventar. E muitos perguntam se conseguirá, como das outras vezes. A crise hídrica é grave por lá. No Brasil nem sequer nos colocamos a ideia de uma primeira reinvenção. E a crise hídrica é grave por aqui.

Toda vez que falam "vamos fazer o ajuste fiscal, voltar a crescer", tenho um calafrio. De novo, um voo de galinha na economia e na política?

Seria necessário rever o caminho. A visão puramente eleitoral é sempre punida pelas leis do capitalismo. Não há espaço para uma esquerda monocrática que confunde suas ideias com o interesse nacional, que julga aproximar-se do socialismo, mas avança para o colapso econômico.

Essa esquerda dormiu abraçada numa bandeira vermelha e acordou com a multidão em cores verde e amarelo. 

Se acordou, finge que está dormindo.

Fonte: http://diariodopoder.com.br/

segunda-feira, 6 de abril de 2015

VIGÍLIA PERMANENTE PARA SALVAR O BRASIL



Vigília permanente para salvar o Brasil

por Cristovam Buarque

Nas democracias, o povo vai às ruas quando o descontentamento com o governo se alia à descrença com a oposição e quando governo e oposição não se entendem para promover a reorientação do país, superando as razões de descontentamento e descrédito.

Após as últimas manifestações, o governo afirmou que os que foram às ruas eram os eleitores do opositor da candidata Dilma. Em vez de estimular esse terceiro turno eleitoral, a presidente Dilma deveria reconhecer que os brasileiros têm razões para estarem descontentes: a imensa diferença entre as promessas do marketing de campanha e as medidas tomadas nos primeiros dias de governo; a inflação e o aumento nas tarifas de luz e no preço dos combustíveis; o desemprego crescente; a corrupção e a devastação da Petrobras; o corte de verbas na educação; os equívocos do Fies, o baixo desempenho no Enem; a sensação de desamparo, insegurança e incerteza da população; o sentimento de falta de rumo do país.

É assustador perceber que o Brasil está mergulhado em tamanha crise sem que o governo reconheça seus erros e sem que a oposição perceba que, embora a culpa seja do governo, o problema é de todos, e devemos tomar as decisões necessárias para salvar o Brasil e reorientar o futuro.

O governo precisa, em primeiro lugar, fazer uma análise crítica das causas de nossa atual situação e dos erros cometidos, na administração das contas públicas, na gestão de economia e na montagem da infraestrutura. Em segundo lugar, precisa fazer um mea-culpa. E, em terceiro, em vez de acenar com essa vaga ideia de que está aberto ao diálogo, fazer um convite a todas as forças políticas e sociais rumo a um entendimento para reorientar o país.

Não basta diálogo, é preciso entendimento. Que oposição e governo componham um programa de médio prazo com um ajuste fiscal imediato que: 1) tenha eficiência para cobrir o rombo das contas públicas; 2) seja justo para proteger os mais pobres dos custos necessários; 3) defina uma estratégia que preserve os investimentos essenciais ao crescimento econômico; e 4) tenha legitimidade decorrente desse entendimento entre os partidos da base governista e políticos de todos os matizes, além de trabalhadores, empresários e comunidade intelectual.

Para que seja possível combinar esses princípios, em parte contraditórios, o ajuste deve ser gradual, programado ao longo do tempo, sem o choque que sacrifique o presente, e sem o populismo que sacrifique o futuro.

Dificilmente isso será proposto pelo governo ou aceito pela oposição. Por isso, a porta para o entendimento necessário à superação da crise só será aberta se a população estiver em clima de manifestação permanente, pacífica, dentro da rotina do dia a dia, carregando faixas e falas aos seus locais de trabalho, usando as redes sociais. Fazendo do Brasil uma imensa praça, em vigília permanente, até que as lideranças nacionais se entendam no propósito de salvar o Brasil.


Cristovam Buarque é senador pelo PDT-DF
Fonte: http://diariodopoder.com.br/ 06/04/15