Por THEODIANO BASTOS
Prejuízo no setor de combustíveis alvo de megaoperação pode passar de R$ 26 bilhões. Cerca de 600 agentes estão nas ruas em cinco estados e no DF para cumprir mandados de busca e apreensão contra mais de 190 alvos
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (27) que o crime organizado tem utilizado fundos de investimento para lavar dinheiro nos Estados Unidos e está importando, de forma ilegal, armamentos de origem americana.
Segundo o ministro, o assunto foi levado ao
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e deve entrar nas negociações com o
presidente Donald Trump
Haddad explica que os criminosos estão
montando operações de evasão de divisas e lavagem de dinheiro no estado
americano de Delaware, conhecido por atuar como um paraíso fiscal.
Muitas empresas, americanas ou não, têm endereço
tributário registrado no estado, que oferece condições fiscais altamente
vantajosas.
“São dezenas
de empresas e fundos que estão sendo abertos lá, fora do Brasil. Você faz um
empréstimo para esses fundos, e voltam na forma de aplicação lícita em
atividades econômicas do Brasil. Mas o dinheiro que vai para lá não é lícito”,
explicou Haddad.
Segundo o ministro, a partir dessas investigações, a
Polícia Federal vai iniciar trabalhos de recuperação de ativos no exterior,
criminalização de pessoas não residentes e, eventualmente, a mobilização da
Interpol.
Sobre as armas importadas ilegalmente
pelo crime organizado, Haddad explicou que esses armamentos, vindos dos Estados
Unidos, estão chegando ao Brasil em contêineres junto com outros produtos
regularmente declarados.
As decorações foram dadas após o MPSP (Ministério Público de São Paulo) ter realizado uma
megaoperação interestadual, na manhã desta quinta-feira (27), contra o
Grupo Refit, empresa do setor de combustível que teria causado um prejuízo de
R$ 26 bilhões aos cofres públicos.
A Operação
Poço de Lobato tem como alvo 190 empresas e pessoas ligadas à companhia,
suspeitos de integrarem organização criminosa e de praticarem diversos crimes
contra a ordem econômica e tributária, lavagem de dinheiro, dentre outras
infrações.
O Ministério Público aponta que o Refit é um dos
maiores grupos empresariais do setor de combustíveis que, além de ser o maior
devedor de ICMS do Estado de São Paulo, também figura como um dos maiores
devedores de impostos da União.
Os auditores da Receita também identificaram que o
grupo movimentou mais de R$ 70 bilhões em apenas um ano, utilizando empresas
próprias, fundos de investimento e offshores — incluindo uma exportadora fora
do Brasil — para ocultar e blindar lucros.
SAIBA MAIS EM: https://www.cnnbrasil.com.br/economia/macroeconomia/haddad-crime-organizado-lava-dinheiro-nos-eua-e-importa-armas-americanas/ E https://veja.abril.com.br/brasil/prejuizo-no-setor-de-combustiveis-alvo-de-megaoperacao-pode-passar-de-r-26-bilhoes/