O BRASIL ESTÁ CANSADO DA POLARIZAÇÃO

 

Ato a favor da anistia em São Paulo e protesto contra o ex-presidente no Rio: maioria do eleitorado rejeita posições mais radicais 

                                      Por THEODIANO BASTOS

Polarização e debate político raso: pesquisas mostram sinais de cansaço do brasileiro

Crescem os indícios de descontentamento da população com uma agenda descolada dos interesses do Polarização e debate político raso: pesquisas mostram sinais de cansaço do brasileiro

Na quarta 20, um grupo de senadores reunidos na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) decidiu, por 14 votos a 12, que era o caso de ressuscitar o voto impresso no Brasil. Se a iniciativa passar pelo plenário e pela Câmara, as urnas eletrônicas terão de começar a imprimir o voto em uma cédula, que será depositada de forma automática em um local lacrado. A ideia não só é ruim, como já foi barrado antes pelo STF por colocar em risco o sigilo do voto — desfecho que não deverá ser diferente com a nova proposta. “Foi o mesmíssimo texto que já foi aprovado em 2015 no Congresso e o Supremo considerou inconstitucional”, disse o contrariado relator Marcelo Castro (MDB-PI).

A iniciativa foi o exemplo mais recente de como a classe política gasta tempo com a discussão de propostas que só servem para atender a interesses políticos menores (no caso, a uma obsessão conspiratória contra o sistema eleitoral) e não estão nem perto do interesse da maioria dos brasileiros.

Os alertas de esgotamento da sociedade com essa postura estão por toda parte. Dois em cada três eleitores não se identificam com nenhum dos líderes da polarização ideológica (Lula e Bolsonaro),  boa parte acha que investir na divisão entre ricos e pobres não ajuda o Brasil e a maioria discorda da agenda do governo e vê prejuízo ao país com as quedas de braço entre os poderes.                                                                      66% do eleitorado não se identifica nem como lulista nem bolsonarista

Há também um contingente imenso de cidadãos convencidos de que se gasta demais com um Estado que entrega muito pouco. Como consequência desse mau humor generalizado, nenhuma das três instituições que comandam a República tem a confiança da maioria da população (veja o quadro abaixo).

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