Por THEODIANO BASTOS
Tenho os dois DVDs, o de Freud é um filme sobre sua vida e o de Jung é uma raridade, pois é uma entrevista
Carl Jung foi aluno e posteriormente colaborador de Sigmund Freud. Jung inicialmente admirava Freud e chegou a ser considerado seu sucessor no movimento psicanalítico. No entanto, divergências teóricas levaram ao rompimento entre os dois, e Jung desenvolveu sua própria abordagem, a Psicologia Analítica.
Sim, é verdade que Freud desmaiou
na presença de Jung em duas ocasiões distintas. O primeiro desmaio ocorreu
em 1909, em Bremen, antes da viagem de ambos para os Estados Unidos, e o
segundo foi em 1912, em Munique, durante uma reunião fechada com outros
psicanalistas. Esses desmaios são frequentemente mencionados no contexto
da relação tensa entre Freud e Jung, que culminou na ruptura entre os dois.
Freud, com cerca de 50 anos, via em Jung um herdeiro
de seu trabalho, com potencial para expandir a psicanálise para além da
Áustria.
A briga entre
Freud e Jung teve como principal motivo as divergências em suas teorias
sobre a libido e o inconsciente. Enquanto Freud via a libido como
puramente energia sexual e o inconsciente como algo essencialmente pessoal,
Jung expandiu a noção de libido para uma energia psíquica mais ampla e concebeu
um inconsciente coletivo, além do pessoal.
As teorias de Freud e Jung, embora compartilhem
raízes na psicanálise, divergem em pontos cruciais, especialmente no que diz
respeito à natureza do inconsciente e ao foco do tratamento
terapêutico. Freud via o inconsciente como um repositório de experiências
reprimidas, principalmente ligadas à sexualidade e aos conflitos da infância,
enquanto Jung introduziu a ideia de um inconsciente coletivo, contendo
arquétipos universais e símbolos compartilhados por toda a humanidade.
Principais diferenças:
- Inconsciente:
Freud focava no inconsciente pessoal, derivado de experiências
individuais, especialmente na infância. Jung, além do inconsciente
pessoal, introduziu o conceito de inconsciente coletivo, uma camada mais
profunda da psique, contendo padrões arquetípicos herdados e universais.
- Libido:
Freud via a libido como energia sexual, central para
o desenvolvimento e a formação da personalidade. Jung, embora tenha
reconhecido a importância da libido, a via como uma energia vital mais ampla,
não restrita à sexualidade.
- Foco terapêutico:
Freud buscava tornar consciente o inconsciente
reprimido, aliviando sintomas neuróticos. Jung, além da resolução de
conflitos, enfatizava a individuação, um processo de autoconhecimento e
desenvolvimento pessoal ao longo da vida.
- Arquétipos:
Jung utilizou o conceito de arquétipos, padrões
universais presentes no inconsciente coletivo, como máscaras, a sombra,
anima/animus, que influenciam a personalidade e o comportamento. Freud não
utilizou esse conceito.
- Abordagem:
Freud tinha uma abordagem mais determinista e causal,
ligada ao passado e às experiências infantis. Jung propôs uma abordagem
mais dialética e simbólica, com foco na totalidade da psique e no futuro, na
busca pela individuação.
Em resumo: Freud via a psique como moldada
principalmente por experiências individuais e conflitos inconscientes, com foco
na resolução de traumas. Jung, além disso, via a psique como um sistema
complexo, com um inconsciente coletivo que influencia a experiência humana,
buscando a individuação e a totalidade da personalidade.
Fonte: Casa do Saber
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