quarta-feira, 19 de abril de 2017

MORO HOMENAGEADO NO EXÉRCITO E GENERAL CRITICA CORRUPÇÃO

Com Temer e Moro, general critica corrupção e ‘aguda crise moral’
Eduardo Villas Boas, chefe do Exército, ressalta, porém, que ‘não há atalhos fora da Constituição’; instituição homenageia presidente e juiz da Lava Jato
Da Redação de VEJA por Marcos Corrêa/PR

O general Eduardo Villas Boas, comandante do Exército, aproveitou a sua fala na cerimônia de comemoração do Dia do Exército para fazer um discurso cheio de recados políticos. Ele alfinetou a classe política ao falar de “incontáveis escândalos de corrupção”, “aguda crise moral” e “ausência de disciplina social”, mas avisou que “não há atalhos fora da Constituição.”
Em seu discurso, Villas Boas citou também o “colapso da segurança pública”, a “ineficiência que nos retarda” e “uma irresponsável aversão ao exercício da autoridade”, como fatores que “oferecem campo fértil ao comportamento transgressor e à intolerância desagregadora”. No evento, o Exército condecorou com a Ordem do Mérito Militar o juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, e o presidente Michel Temer (PMDB), que estavam no evento.
O general ponderou ainda que este momento “tão grave não pode não pode servir a disputas paralisantes”. “Pelo contrário, ele exige do povo e de suas lideranças, a união de propósitos que nos catalise o esforço de regeneração, para restabelecer a esperança e a confiança que nos permita identificar nossos objetivos comuns e reconstruir, a partir daí, o sentido de projeto de nação que nos legaram os heróis de Guararapes.”, concluiu. Fonte: http://veja.abril.com.br/ 19/04/17


LULA, UM PELEGO DE ALUGUEL



LULA, UM PELEGO DE ALUGUEL

“TRAIDOR DO PEÃO NÃO MERECE PERDÃO”
Lula foi chamado de ladrão em ato de trabalhadores, em São Paulo.
No ato da CUT, teve quem pedisse a prisão de Lula.
Diário do Poder, por Davi Soares:

Diário do Poder, por Davi Soares:

Réu na Lava Jato, Lula foi hostilizado junto ao público que costumava defendê-lo de acusações

Mesmo convocados por centrais sindicais e movimentos sociais simpáticos ao Partido dos Trabalhadores (PT) e à Central Única dos Trabalhadores (CUT), os protestos contra as reformas trabalhista e previdenciária, em São Paulo-SP, hostilizaram o ex-presidente Lula, na última sexta-feira (28), após o discurso de um manifestante que estimulou o público a exigir, em coro, a prisão do petista que é réu da Operação Lava Jato. De cima do trio elétrico, um homem que discursava defendeu que traidor de peão, não merece perdão. E o público que representava a classe trabalhadora reagiu às críticas contra Lula, dizendo que o lugar do petista seria na prisão: ‘Lula, ladrão! Seu lugar é na prisão!’, foram as palavras de ordem.
“Gostaríamos de dizer, aqui, em alto e bom som, claramente, que nós não temos um bandido burguês de estimação. [...] Nós não escolhemos um bandido burguês bonzinho da nossa preferência. Lula virou o cacheiro viajante da Odebrecht. Virou o menininho de recados da Odebrecht e se vendeu à burguesia. Temos que dizer claramente: ‘Traidor do peão não merece perdão’. É prisão para o lula e para todos os corruptos!”, discursou o manifestante.
Lula ainda foi comparado ao presidente Michel Temer e ao senador Aécio Neves, também citados em delações premiadas no âmbito da Operação lava Jato. Fonte: http://diariodopoder.com.br/ 02/05/17

"Lula vendia o controle das greves que liderava ao patriarca da empreiteira Odebrecht  

*José Nêumanne, Estado de São Paulo, 19 Abril 2017
Para qualquer sindicalista, da direção ou da base, que militasse nos anos 70 no movimento operário, a mais forte condenação feita a um adversário era chamá-lo de pelego. Afinal, de acordo com o Dicionário Houaiss, a palavra designa “agente disfarçado do governo que procura agir politicamente nos sindicatos”. O sentido original do termo remete à “pele de carneiro com a lã, colocada sobre os arreios para tornar o assento do cavaleiro mais confortável”. Ou, por extensão, “indivíduo servil e bajulador, capacho, puxa-saco”.
Dificilmente alguém que conhecesse, então, a fama de Luiz Inácio da Silva, o Lula, eleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema (hoje do ABC) em 1975 com 92% dos votos e principal líder das greves da categoria na virada dos 70 para os 80 do século 20, o desqualificaria dessa forma. Afinal, foi eleito com o apoio do então presidente Paulo Vidal, fundador do chamado sindicalismo autêntico, contra os pelegos comprometidos com a máquina estatal desde o Estado Novo e seus adversários comunistas, leais à linha moscovita do marxismo-leninismo. Reeleito por força própria em 1978, também com quase a unanimidade de votos, construiu sua biografia alheio à herança populista de Getúlio e com fama de líder operário que não dava trégua ao patronato.
Dá, portanto, para imaginar o espanto nacional ao ver e ouvir, no último fim de semana, de um dos mais poderosos e agora sabidamente corruptos e corruptores burgueses brasileiros, Emílio Odebrecht, “patriarca” da empreiteira herdada do pai, Norberto, e passada para o filho, Marcelo, que a empresa lhe pagou propina sistemática (por isso, corruptora) nestes últimos 37 anos. Com dinheiro furtado da Petrobrás e de outras estatais (daí, corrupta), a construtora contratada para prestar serviços financiou campanhas eleitorais do ex-dirigente sindical nas disputas políticas para presidente da República. Isso após haver conseguido os favores dele na condução de greves da categoria em seu Estado, a Bahia.
À noite, em redes nacionais de televisão, de manhã nas edições dos jornais e ao longo de todo o dia nas emissoras de rádio, o empreiteiro bilionário contou um caso de assustar todos os brasileiros. “Foi uma greve que estava perdurando, com problemas seriíssimos. E eu sei que ele não só me ajudou, como criou uma relação diferenciada com o sindicato na área da Bahia, do petroquímico em particular. Isso, para nós, foi importante, tendo em vista o crescimento do petroquímico e tal. Então, você tem um processo de convívio com ele, quase que institucional. De quando em quando, duas, três, quatro vezes... talvez até em determinados anos mais”, disse Emílio Odebrecht literalmente, sem tugir nem mugir.
Brasileiros de todas as regiões, fés religiosas, idades e convicções políticas têm sido informados “noturna e diuturnamente”, como diria sua discípula favorita e sucessora, Dilma Rousseff, de que para manter o seu Partido dos Trabalhadores (PT) no governo o herói proletário permitira o diabo sob sua gestão. E não apenas para ganhar eleições, mas para ficar no poder. Sob sua égide, a referida senhora e seu vice, Michel Temer, protagonizaram a maior fraude eleitoral da História, que está sob julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). E pelo que foi apurado até agora dá para perceber que, nos três mandatos e meio dos petistas, nenhum cofre da República ficou incólume: todos foram esvaziados.
O delegado Romeu Tuma Jr., filho do homônimo ex-diretor do Dops e da Polícia Federal, revelou em seu livro Assassinato de reputações (Topbooks, 2013) que o mais popular líder político da História do País foi informante de seu pai nos movimentos sindicais. Pode até não ser verdade. Só que até agora ninguém desmentiu oficialmente os argumentos usados pelo policial, ex-secretário de Segurança do Ministério da Justiça no primeiro mandato do indigitado.
Os depoimentos dos 78 executivos e ex da Odebrecht, já chamados de delação do fim do mundo e agora também do mundo todo, de vez que abrangem todo o espectro ideológico e político do País, trazem novas informações e documentos que jogam no pântano sua pretensão a ser o brasileiro mais honesto de todos os tempos. E conforme foi revelado agora, constata-se seu papel de “pelego enrustido” (apud Houaiss, dissimulado), eis que sempre atuou a serviço daqueles que publicamente execrava nas assembleias, nos palanques, nos meios de comunicação e nos pronunciamentos oficiais. Emílio contou que a Odebrecht participou da redação do documento mais importante da campanha histórica que levou ao poder pela primeira vez na História do Brasil um operário braçal, ele próprio: a Carta ao Povo Brasileiro.
E não ficou nisso. No livro O que Sei de Lula (Topbooks, 2011), registrei a versão muito comum, disseminada por empresários que conviveram com um dos ideólogos do golpe militar de 1964, o general Golbery do Couto e Silva, de que o metalúrgico teve a carreira apadrinhada por este. Fê-lo para evitar que seu inimigo, Leonel Brizola, encampasse os sindicatos de esquerda na redemocratização. Emílio Odebrecht contou o seguinte: “Eu fui pedir ajuda ao Golbery, conversar essas coisas todas para lhe pedir uma orientação e na conversa vai, conversa vem, vem o negócio de Lula. E ele chegou e fez um negócio que me marcou. ‘Emílio, Lula não tem nada de esquerda’. Foi-lhe, então, perguntado: ‘Nada de esquerda?’ E Emílio explicou: ‘Nada de esquerda. Ele é um bon-vivant. Olha, e é verdade. Ele gosta da vida boa’.” Pois é.
Réu em cinco processos na Justiça e alvo de mais seis petições remetidas pelo relator da Lava Jato no STF, Edson Fachin, a várias varas da primeira instância, Lula já tem problemas de sobra para enfrentar. Só faltava a revelação de que o herói da classe trabalhadora nunca passou de um pelego enrustido, alugado pela corrupta burguesia nacional. *Jornalista, poeta e escritor.                                                                                                                     Fonte: http://opiniao.estadao.com.br/19/04/17