Por THEODIANO BASTOS
Penha e Alemão viraram “QG nacional do
Comando Vermelho”, diz secretário Felipe Curi diz que complexos do Rio
concentram decisões da facção e abrigam líderes de 8 Estados.
Complexos do Alemão e da
Penha se tornaram QGs do CV no país, diz secretário; 40 mortos em operação são
de fora do Rio
O secretário detalhou, citando os apelidos, que entre
os mortos na operação estavam chefes do tráfico de diferentes Estados: PP,
chefe do tráfico no Pará; Oruan, também do Pará; Chico Rato, líder do tráfico
em Manaus (AM); Gringo, também atuante em Manaus (AM); DG, chefe do tráfico na
Bahia; FB, também ligado ao tráfico na Bahia; Russo, apontado como chefe do
tráfico em Vitória (ES). Mazola, chefe do tráfico em Feira de Santana (BA);
Fernando Henrique dos Santos, líder em Goiás; Rodinha, chefe do tráfico em
Itaberaí (GO).
Três dias após a megaoperação realizada
nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio, um novo balanço da
cúpula da segurança do estado do Rio atualizou os números da ação. Dos 117
mortos, 99 foram identificados: ao menos 78 tinham passagens pela polícia, e 40
são de fora do Rio, detalhou o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi. O
titular da pasta mencionou ainda a grande quantidade de traficantes de outras
unidades da federação abrigada nos conjuntos de favelas: dos 113 presos, um
terço são de outros estados. A partir disso, o secretário definiu as
localidades como bases da facção, a nível nacional.
— Os complexos da Penha e do Alemão, até
aquela ocupação de 2010, eram o QG (quartel-general) do Comando Vermelho apenas
aqui no estado do Rio de Janeiro. Essa constatação de hoje mostra que os
complexos da Penha e do Alemão passaram a ser o QG do Comando Vermelho em nível
nacional — disse Curi. — São desses complexos que partem todas as ordens,
decisões e diretrizes da facção para todos os outros estados onde o Comando
Vermelho tem atuação, praticamente em todos os estados do Brasil.
Curi afirmou ainda que os dois conjuntos
de favelas se tornaram bases de treinamento de manuseio de armamento, com papel
central na cooptação de criminosos de fora do estado. Segundo o secretário,
esses forasteiros são "formados" no Rio e, posteriormente, retornam
para seus estados de origem para implementação da cultura do CV nesses locais.
- 'Solta
o moleque': em
mensagens, traficantes do Alemão articulam pagamento de resgate a
policiais para soltar comparsa preso
Ainda em suas falas, o secretário afirmou
que, atualmente, os policiais atuam em algo que "já não é mais um trabalho
de polícia". Para ele, "polícia nenhuma do mundo faz o que as
polícias do Rio de Janeiro fazem":
— Esse cenário que nós vivenciamos aqui é
um cenário de guerra irregular, de guerra assimétrica. Então, aproveito o
momento, tendo em vista os dados que nós estamos apresentando, para fazer essa
reflexão. Acho que é importante que haja uma mobilização nacional no sentido de
combate a essas organizações, que não são mais organizações criminosas, são,
sim, narcoterroristas.
Mais cedo, o governador Cláudio Castro,
através de anúncio nas redes sociais, havia destacado que todos os
identificados até o momento possuem antecedentes criminais e que a maioria
ocupava posições de chefia no crime organizado. Segundo o governador, 22 dos
mortos eram de outros estados: seis do Pará, seis do Amazonas, três da Bahia,
dois de Goiás, dois do Espírito Santo, dois do Ceará e um da Paraíba.
No dia seguinte à megaoperação, moradores
levam corpos para praça do Complexo da Penha
Entre eles, há nomes
apontados como chefes do tráfico em diferentes regiões do país, como Russo, de
Vitória (ES); Chico Rato, de Manaus (AM); Mazola, ligado ao tráfico em Feira de
Santana (BA); e Fernando Henrique dos Santos, identificado como chefe de facção
em Goiás.
SAIBA MAIS EM: https://www.poder360.com.br/poder-seguranca-publica/penha-e-alemao-viraram-qg-nacional-do-comando-vermelho-diz-secretario/
- https://oglobo.globo.com/rio/noticia/2025/10/31/complexos-do-alemao-e-da-penha-se-tornaram-qgs-do-comando-vermelho-do-pais-diz-secretario-de-policia-civil.ghtml