domingo, 29 de setembro de 2019
sexta-feira, 27 de setembro de 2019
O MOMENTO É GRAVE: O STF É UMA VERGONHA
“O STF precisará reduzir os danos”
O Antagonista 28.09.19
O
Globo, em editorial, diz que o STF tem de reduzir os danos causados por sua
manobra:
“A
anulação pura e simples de sentenças condenatórias apagará a herança da Lava
Jato, que será desautorizada por completo. Será confirmada a máxima de que ‘no
Brasil até o passado é incerto’. A antiga imagem do ‘terminou em pizza’
ressurgirá, em prejuízo de todas as instituições, em especial a Justiça.
Há, porém, fórmulas atenuantes. O difícil combate à
corrupção no Brasil passará na semana que vem por outro grave momento. O STF
precisará reduzir os danos.”
145 SENTENÇAS PODEM SER ANULADAS
‘O momento é grave’, diz Janaina Paschoal
Janaina Paschoal, deputada estadual e
professora de direito na USP, acaba de publicar uma sequência de tuítes sobre o
julgamento de hoje no STF.
A Constituição, explica Janaina, “prevê
que LEI penal benéfica retroage. Não há nenhuma norma prevendo que jurisprudência
benéfica retroage. Os juízes que assinalaram prazo comum aos acusados
(delatados e colaboradores) observaram as regras vigentes”.
A deputada prossegue: “Se o STF adotou
interpretação mais benéfica, essa interpretação deverá valer daqui para [a]
frente. Não é possível que uma nova interpretação possa vir a macular processos
jurídicos perfeitos”.
Janaína, que também chamou de
inadmissível “uma anulação em série de processos e sentenças”, escreveu ainda:
“O momento é grave. Só podemos esperar que a razoabilidade prevaleça”.
FHC pede ‘respeito à lei, mas também à moral pública’
Fernando Henrique
Cardoso também se manifestou no Twitter sobre o julgamento de hoje no Supremo.
O ex-presidente disse
esperar que o STF “não se limite a questões formais” e ajude o Brasil a
“continuar combatendo a corrupção e o crime”. “Respeito à lei, mas também à
moral pública é o que o povo espera”, acrescentou o tucano.
‘Incrível’, diz
Júlio Marcelo sobre decisão do STF
No Twitter, Júlio Marcelo de Oliveira, procurador do
Ministério Público junto ao TCU, reproduziu um tuíte bastante didático sobre o
que aconteceu hoje no STF.
“O cara votou para anular o
processo de um homem condenado por receber 37 milhões de reais em propina,
apenas porque ele deveria falar depois do delator nas alegações finais”,
escreveu Matheus Lacerda. E Júlio Marcelo acrescentou:
“Sem demonstrar qualquer
prejuízo para a defesa e invocando uma regra que não existia. Incrível.”
Decretado o fim
da segurança jurídica
Decretado o fim
da segurança jurídica
O STF legisla sem pudor,
criando lei processual com efeito retroativo. Pode-se dizer que hoje foi
decreto o fim da segurança jurídica no Brasil.
E o Congresso caladinho. Fonte: https://www.oantagonista.com 27/09/19
SUPREMO ABRE O CAMINHO PARA ‘MELAR’ A LAVA JATO
O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu caminho para “melar” a
Lava Jato, ao atingir maioria de votos para anular outra sentença de corrupto
já condenado. O STF levou em conta "interpretação criativa" da defesa
de Adelmir Bendini, ex-presidente da Petrobras e do Bando do Brasil, que diz
ter sido prejudicada por não fazer alegações finais após a acusação. O STF
ignorou o detalhe de que isso não está na lei.
A decisão do STF mal disfarça a intenção de criar condições
objetivas para anular a sentença que resultou na prisão do ex-presidente Lula.
SINCRONIZADOS
27/09/20
O
intuito ficou mais claro depois que o presidiário desistiu de pleitear a
progressão do regime fechado para o semiaberto. Quer liberdade total.
TÁ TUDO DOMINADO
27/09/201
Os
ânimos exacerbados de ministros favoráveis a teses dos petistas demonstraram
que estava tudo decidido antes de a sessão começar.
TEMPO AO TEMPO
27/09/201
O
adiamento da conclusão para a próxima semana servirá para sentir o impacto
junto à opinião pública e orientar a extensão da decisão. Fonte:
https://diariodopoder.com.br/coluna-claudio-humberto/
27/09/19
segunda-feira, 16 de setembro de 2019
LULA RESPONDE A 11 PROCESSOS.(DUAS CONDENAÇÕES)
LULA RESPONDE
A 11 PROCESSOS
1. Denunciado: mesada para Frei Chico
O MPF denunciou
Lula e um dos irmãos dele, José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico,
por corrupção passiva.
nullTalvez também te interesse
null.
Também foram
denunciados, por corrupção ativa, o delator e ex-diretor da Odebrecht
Alexandrino Alencar, o ex-presidente do grupo, Marcelo Odebrecht, e seu pai,
Emílio Odebrecht.
Segundo o MPF, Frei
Chico recebeu R$ 1.131.333,12, por meio de pagamento da "mesada".
Ainda de acordo com a denúncia, isso era parte de um pacote de vantagens
indevidas oferecidas a Lula em troca de benefícios para a empreiteira no âmbito
do governo federal.
A defesa de Lula
afirmou que a denúncia "repete as mesmas e descabidas acusações já
apresentadas em outras ações penais contra o ex-presidente" e que
"Lula jamais ofereceu ao Grupo Odebrecht qualquer 'pacote de vantagens
indevidas'".
Segundo a nota,
"a denúncia não descreve e muito menos comprova qualquer ato ilegal praticado
pelo ex-presidente".
2. Denunciado: nomeação para Casa
Civil
Em 2017, o então
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou denúncia contra os
ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff por obstrução de justiça.
A denúncia se
refere à nomeação de Lula, no ano anterior, para ministro da Casa Civil do
governo Dilma. Segundo Janot, a decisão teria sido tomada para garantir foro
privilegiado ao ex-presidente. Na época, Lula já era alvo de investigações da
Lava Jato.
A defesa de Lula
nega irregularidades.
3. Réu: empréstimos do BNDES para
Angola (Operação Janus)
Para o MPF, Lula
cometeu os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e tráfico de influência ao,
supostamente, pressionar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) a liberar empréstimos para obras da Odebrecht em Angola. A ação de Lula
teria se dado entre os anos de 2008 e 2015, segundo a denúncia apresentada em
2016.
O ex-presidente
nega e diz que jamais interferiu na concessão de qualquer benefício do BNDES.
4. Réu: terreno para o Instituto Lula
Neste caso, o MPF
acusa Lula de receber propina da Odebrecht, inclusive por meio da compra de um
terreno em São Paulo no valor de R$ 12 milhões, que seria usado para a
construção de uma nova sede para o Instituto Lula.
A empreiteira
também teria comprado o apartamento nº 121 do edifício Hill House, em São
Bernardo do Campo (SP), no mesmo andar e no mesmo prédio onde Lula vivia antes
de ser preso.
A defesa de Lula
nega que ele "tenha praticado qualquer crime ou recebido qualquer
benefício em troca de atos praticados na condição de Chefe de Estado e Chefe de
Governo".
5. Réu: compra de caças (Operação
Zelotes)
Lula se tornou réu
por de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa, no
âmbito da Operação Zelotes. O ex-presidente é suspeito de interferir na compra
de 36 caças do modelo Gripen pelo governo brasileiro, produzidos pela
fabricante sueca Saab, e na prorrogação de incentivos fiscais destinados a
montadoras de veículos por meio da Medida Provisória 627 de 2013.
Em ambos os fatos
Lula já não era mais presidente. Ele nega irregularidades.
6. Réu: MP das montadoras (Operação
Zelotes)
Também no âmbito da
Operação Zelotes, a Justiça Federal aceitou denúncia contra Lula por corrupção
passiva. Nesse caso, a denúncia se refere ao recebimento de propina para
aprovar uma medida provisória (MP 471 de 2009) que prorrogou incentivos fiscais
para montadoras.
A defesa diz que
Lula jamais praticou qualquer ato ilícito e que é alvo de perseguição política.
7. Réu: 'Quadrilhão do PT'
No fim de 2018, o
juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10.ª Vara Federal, em Brasília, aceitou
denúncia do MPF contra Lula, Dilma Rousseff, os ex-ministros da Fazenda Antonio
Palocci e Guido Mantega, e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, por formação
de organização criminosa. O caso ficou conhecido como "quadrilhão do
PT".
Segundo a denúncia,
do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a cúpula do PT recebeu
R$ 1,48 bilhão de propina em dinheiro desviado dos cofres públicos.
O advogado Cristiano
Zanin, da defesa de Lula, afirmou em nota que a ação é "manifestamente
descabida" e que o ex-presidente não cometeu nenhum crime no exercício da
Presidência.
8. Réu: Guiné Equatorial e Instituto
Lula
Neste caso, o
ex-presidente é acusado de receber propina de R$ 1 milhão – paga por
empresários brasileiros – em troca de intermediar negócios destes empresários
com o líder da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang. O pagamento teria sido feito
de forma dissimulada, por meio de uma doação ao Instituto Lula.
O ex-presidente
nega irregularidades – ele admite ter recebido a doação, mas nega ter feito
qualquer favor em troca.
Na época, sua
defesa disse que a acusação "pretendeu, de forma absurda e injurídica, a
transformação uma doação recebida de empresa privada pelo Instituto Lula,
devidamente contabilizada e declarada às autoridades, em tráfico internacional
de influência".
9. Réu: propina da Odebrecht
Em junho de 2019, o
juiz Vallisney de Oliveira aceitou denúncia por corrupção contra Lula, o
empresário Marcelo Odebrecht e os ex-ministros Antonio Palocci e Paulo
Bernardo.
O caso envolve
suposto pagamento de propina da Odebrecht em troca de favorecimento do governo
federal.
Em nota, a defesa
de Lula afirmou que o ex-presidente "jamais solicitou ou recebeu qualquer
vantagem indevida antes, durante ou após exercer o cargo de presidente da
República". Disse, ainda, que o nome de Lula "somente foi incluído na
ação com base em mentirosa narrativa apresentada pelo delator que recebeu
generosos benefícios para acusar Lula".
10. Condenado: tríplex do Guarujá
No caso conhecido
como "Tríplex do Guarujá", o petista é acusado de receber propina da
empreiteira OAS na forma da reserva e reforma de um apartamento no balneário
paulista.
Em julho de 2017,
Lula foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem
de dinheiro pelo então juiz Sergio Moro. Depois, a condenação foi confirmada
pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), em janeiro de
2018, que aumentou a pena para 12 anos e um mês de prisão.
Em abril de 2019, a
Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu manter a condenação,
mas reduziu a pena imposta a Lula para 8 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão.
Na ocasião, a
defesa do ex-presidente Lula criticou a decisão dos ministros. Para
a defesa do ex-presidente, "o único desfecho possível é a absolvição do
ex-presidente Lula, porque ele não praticou qualquer crime".
11. Condenado: sítio de Atibaia
No caso do sítio de
Atibaia, Lula é acusado de receber propinas das construtoras OAS e Odebrecht
por meio de reformas, em 2010, num sítio no município do interior paulista.
O imóvel pertence
formalmente ao empresário Fernando Bittar, mas o MPF alega que Lula é o
verdadeiro dono do sítio e era o principal usuário do local.
A
juíza federal Gabriela Hardt condenou Lula a 12 anos e 11 meses de prisão por
corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro.
Além de Lula,
outras dez pessoas foram condenadas na sentença proferida pela juíza , entre
elas os ex-presidentes da OAS, Léo Pinheiro, e da Odebrecht, Marcelo Odebrecht.
O ex-presidente Lula nega irregularidades, enquanto os dois empresários são
hoje colaboradores da Lava Jato, e confessaram os crimes.
Em nota, a defesa
de Lula acusou a Justiça Federal de Curitiba de fazer "uso perverso das
leis e dos procedimentos jurídicos para fins de perseguição política".
A defesa destacou
que o ex-presidente nunca foi o dono do sítio, e que a decisão se baseia num
suposto "caixa geral" de propinas das empreiteiras porque não há,
segundo a defesa, provas materiais de que o dinheiro desviado de contratos da
Petrobras foi usado nas reformas.
12. Absolvido: obstrução de justiça
Em julho de 2018, o
juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília, absolveu Lula e
outros seis réus no processo em que o ex-presidente era acusado de crime de
obstrução de Justiça.
A acusação era a de
que ele tinha atrapalhado as investigações da Lava Jato, ao supostamente se
envolver em uma tentativa de comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras
Nestor Cerveró, um dos delatores da Operação Lava Jato.
O juiz Ricardo
Leite considerou que as provas eram insuficientes e que a acusação estava
baseada somente em relatos de delatores. Na ocasião, a defesa de Lula disse que
o juiz agiu de maneira imparcial.
LULA LOBISTA DA ODEBRECHT E DA OAS
LULA
LOBISTA DA ODEBRECHT E DA OAS
Lula lobista da OAS nas mensagens roubadas
No meio das mensagens roubadas da Lava
Jato, a Folha de S. Paulo encontrou os anexos de Léo Pinheiro.
Lula atuou como lobista da OAS na
Bolívia, na Costa Rica e no Chile.
No caso da Costa Rica, Lula foi
contratado por 200 mil dólares para “influenciar em negócios da empresa”.
Ele deu uma palestra e, em seguida,
“intermediou um encontro de Léo Pinheiro com Óscar Arias, ex-presidente
costa-riquenho e prêmio Nobel da Paz de 1987.
Também relatou reunião com a então presidente Laura Chinchilla, na
qual Lula teria apresentado a empresa para que atuasse em concessões
públicas. O negócio, contou Pinheiro, foi concretizado”.
https://www.oantagonista.com
16/09/19
Retaliação
PT
ataca os que ousam investigar lobby de Lula PT insulta procurador Anselmo que
opinou pela apuração
Há elementos
para investigar Lula por tráfico internacional de influência, segundo o
procurador Anselmo Cordeiro Lopes.
Como é
habitual, o PT tenta desqualificar a investigação contra o ex-presidente Lula
por tráfico de influência para empreiteira Odebrecht, e ataca pessoalmente, nas
redes sociais, o procurador do Ministério Público Federal Anselmo Cordeiro
Lopes. O problema é que, além de usar alegações mentirosas, o PT errou de alvo:
Anselmo não participa de nada; é apenas autor de despacho que deu origem à
investigação.Lula é suspeito de atuar para obter grandes obras para empreiteiras como Odebrecht no exterior, garantindo o financiamento do BNDES.
Obras bancadas pelo BNDES têm contrato secreto, prazo de carência de 25 anos e blindagem contra fiscalização. E tudo sem licitação.Militantes do PT acusaram o procurador de ser filho de advogados com interesses contrários ao PT, mas os pais de Anselmo são médicos.
Os petistas acusaram o procurador de responder a processos internos, ter ligações ao PSDB e ser “colunista da Folha”. Tudo mentira.
O 9 Dedos fazia palestras (vasta cultura para isso ele tem!)
para elogiar a Odebrecht, especialmente para ditadores africanos. A tática dos
PTralhas é atacar para se defender!
Na propaganda de TV esse imbecil, Dilma e sua facção
criminosa mentem ao dizer que investigam tudo doa a quem doer mas a realidade é
outra. É de dar nojo ou não?
Fonte: Coluna Cláudio Humberto
http://diariodopoder.com.br/05/05/15
O Ministério Público Federal abre uma
investigação contra o petista – ele é suspeito de ajudar a Odebrecht em
contratos bilionários
THIAGO BRONZATTO E
FILIPE COUTINHO -
Revista ÉPOCA 01/05/2015
Fonte: PR-DF 00013761/2015,
despacho do Dr. Anselmo Lopes em 17/04/2015, nº 3553/2015
>> Trecho da
reportagem de capa de ÉPOCA desta semana:
Quando entregou a faixa
presidencial a sua pupila, Dilma Rousseff, em janeiro de 2011,
o petista Luiz Inácio Lula da
Silva
deixou o Palácio do Planalto, mas não o poder. Saiu de Brasília com um capital
político imenso, incomparável na história recente do Brasil. Manteve-se influente
no PT, no governo e junto aos líderes da América Latina e da África
– líderes, muitos deles tiranetes, que conhecera e seduzira em seus oito anos
como presidente, a fim de, sobretudo, mover a caneta de seus respectivos
governos em favor das empresas brasileiras. Mais especificamente, em
favor das grandes empreiteiras do país, contratadas por esses mesmos
governos estrangeiros para tocar obras bilionárias com dinheiro, na verdade, do
Banco Nacional de Desenvolvimento, o BNDES, presidido até hoje pelo
executivo Luciano Coutinho, apadrinhado de Lula. Como outros
ex-presidentes, Lula abriu um instituto com seu nome. Passou a fazer por
fora (como ex-presidente) o que fazia por dentro (como presidente). Decidiu
continuar usando sua preciosa influência. Usou o prestígio político
para, em cada negócio, mobilizar líderes de dois países em favor do
cliente, beneficiado em seguida com contratos governamentais lucrativos. Lula
deu início a seu terceiro mandato. Tornou-se o lobista em chefe do Brasil.
Nos últimos quatro
anos, Lula viajou constantemente para cuidar de seus negócios. Os destinos
foram basicamente os mesmos – de Cuba a Gana, passando por Angola e
República Dominicana. A maioria das andanças de Lula foi bancada pela construtora
Odebrecht, a campeã, de longe, de negócios bilionários com governos
latino-americanos e africanos embalada por financiamentos do BNDES. No total, o
banco financiou ao menos US$ 4,1 bilhões em projetos da Odebrecht em
países como Gana, República Dominicana, Venezuela e Cuba durante os governos de
Lula e Dilma. Segundo documentos obtidos por ÉPOCA, o BNDES fechou o
financiamento de ao menos US$ 1,6 bilhão com destino final à Odebrecht após
Lula, já como ex-presidente, se encontrar com os presidentes de Gana e da
República Dominicana – sempre bancado pela empreiteira. Há obras como
modernização de aeroporto e portos, rodovias e aquedutos, todas tocadas com os
empréstimos de baixo custo do BNDES em países alinhados com Lula e o PT. A
Odebrecht foi a construtora que mais se beneficiou com o dinheiro barato do
banco estatal. Só no ano passado, segundo estudo do Senado, a empresa
recebeu US$ 848 milhões em operações de crédito para tocar empreendimentos no
exterior – 42% do total financiado pelo BNDES. Há anos o banco presidido
por Luciano Coutinho resiste a revelar os exatos termos desses financiamentos
com dinheiro público, apesar de exigências do Ministério Público, do
Tribunal de Contas da União e do Congresso. São o segredo mais
bem guardado da era petista.
Moralmente, as atividades
de Lula como ex-presidente são, no mínimo, questionáveis. Mas há, à luz das
leis brasileiras, indícios de crime? Segundo o Ministério Público Federal, sim.
ÉPOCA obteve, com exclusividade, documentos que revelam: o núcleo de Combate
à Corrupção da Procuradoria da República em Brasília abriu, há uma semana,
investigação contra Lula por tráfico de influência internacional e no Brasil. O
ex-presidente é formalmente suspeito de usar sua influência para facilitar
negócios da Odebrecht com representantes de governos estrangeiros onde a
empresa toca obras com dinheiro do BNDES. Eis o resumo do processo: “TRÁFICO
DE INFLUÊNCIA. LULA. BNDES. Supostas vantagens econômicas obtidas, direta
ou indiretamente, da empreiteira Odebrecht pelo ex-presidente da República Luis
Inácio Lula da Silva, entre os anos de 2011 a 2014, com pretexto de influir em
atos praticados por agentes públicos estrangeiros, notadamente os governos da
República Dominicana e Cuba, este último contendo obras custeadas, direta ou
indiretamente, pelo BNDES”.
Os procuradores enquadram a relação de Lula com a Odebrecht, o BNDES e os chefes de Estado, a princípio, em dois artigos do Código Penal. O primeiro, 337-C, diz que é crime “solicitar, exigir ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público estrangeiro no exercício de suas funções, relacionado a transação comercial internacional”. O nome do crime: tráfico de influência em transação comercial internacional. O segundo crime, afirmam os procuradores, refere-se à suspeita de tráfico de influência junto ao BNDES. “Considerando que as mencionadas obras são custeadas, em parte, direta ou indiretamente, por recursos do BNDES, caso se comprove que o ex-presidente da República Luís Inácio Lula da Silva também buscou interferir em atos práticos pelo presidente do mencionado banco (Luciano Coutinho), poder-se-á, em tese, configurar o tipo penal do artigo 332 do Código Penal (tráfico de influência)”, diz o documento.
A investigação do MPF pode envolver pedidos de documentos aos órgãos e governos envolvidos, assim como medidas de quebras de sigilos. Nas últimas semanas, ÉPOCA obteve documentos oficiais, no Brasil e no exterior, e entrevistou burocratas estrangeiros para mapear a relação entre as viagens internacionais do ex-presidente e de integrantes do Instituto Lula com o fluxo de caixa do BNDES em favor de obras da Odebrecht nos países visitados. A papelada e os depoimentos revelam contratos de obras suspeitas de superfaturamento bancadas pelo banco estatal brasileiro, pressões de embaixadores brasileiros para que o BNDES liberasse empréstimos – e, finalmente, uma sincronia entre as peregrinações de Lula e a formalização de liberações de empréstimos bilionários do banco estatal em favor do conglomerado baiano.
A Odebrecht tem receita anual de cerca R$ 100 bilhões. É uma das principais empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato, que desmontou um esquema de pagamento de propinas na Petrobras. Segundo delatores, a construtora tinha um método sofisticado de pagamento de propinas, incluindo remessas ao exterior trianguladas com empresas sediadas no Panamá. A empreiteira, que foi citada pelo doleiro Alberto Youssef e por ex-funcionários do alto escalão da Petrobras, nega as acusações.
Os procuradores enquadram a relação de Lula com a Odebrecht, o BNDES e os chefes de Estado, a princípio, em dois artigos do Código Penal. O primeiro, 337-C, diz que é crime “solicitar, exigir ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público estrangeiro no exercício de suas funções, relacionado a transação comercial internacional”. O nome do crime: tráfico de influência em transação comercial internacional. O segundo crime, afirmam os procuradores, refere-se à suspeita de tráfico de influência junto ao BNDES. “Considerando que as mencionadas obras são custeadas, em parte, direta ou indiretamente, por recursos do BNDES, caso se comprove que o ex-presidente da República Luís Inácio Lula da Silva também buscou interferir em atos práticos pelo presidente do mencionado banco (Luciano Coutinho), poder-se-á, em tese, configurar o tipo penal do artigo 332 do Código Penal (tráfico de influência)”, diz o documento.
A investigação do MPF pode envolver pedidos de documentos aos órgãos e governos envolvidos, assim como medidas de quebras de sigilos. Nas últimas semanas, ÉPOCA obteve documentos oficiais, no Brasil e no exterior, e entrevistou burocratas estrangeiros para mapear a relação entre as viagens internacionais do ex-presidente e de integrantes do Instituto Lula com o fluxo de caixa do BNDES em favor de obras da Odebrecht nos países visitados. A papelada e os depoimentos revelam contratos de obras suspeitas de superfaturamento bancadas pelo banco estatal brasileiro, pressões de embaixadores brasileiros para que o BNDES liberasse empréstimos – e, finalmente, uma sincronia entre as peregrinações de Lula e a formalização de liberações de empréstimos bilionários do banco estatal em favor do conglomerado baiano.
A Odebrecht tem receita anual de cerca R$ 100 bilhões. É uma das principais empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato, que desmontou um esquema de pagamento de propinas na Petrobras. Segundo delatores, a construtora tinha um método sofisticado de pagamento de propinas, incluindo remessas ao exterior trianguladas com empresas sediadas no Panamá. A empreiteira, que foi citada pelo doleiro Alberto Youssef e por ex-funcionários do alto escalão da Petrobras, nega as acusações.
Saiba mais sobre a investigação do
Ministério Público Federal em ÉPOCA desta semana. A reportagem detalha os casos
dos documentos e imagens abaixo: Fonte:
http://epoca.globo.com/ (01/05/15)
******************* Segundo o jornal O
Estado de São Paulo, Lula também está metido na mesma falcatrua que levou o
ex-primeiro ministro de Portugal José Sócrates para a prisão. José Sócrates responde
pelas acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude fiscal
O ex-presidente Lula é também investigado pela Policia Federal após denúncia do operador do mensalão Marcos Valério de que a empresa Portugal Telecom teria enviado R$ 7 milhões para pagamento de dívidas de campanha.
O pedido da Procuradoria da República do
Distrito Federal, também inclui Antonio Palocci Filho, ex-ministro da Fazenda
de Lula e da Casa Civil de Dilma.O ex-presidente Lula é também investigado pela Policia Federal após denúncia do operador do mensalão Marcos Valério de que a empresa Portugal Telecom teria enviado R$ 7 milhões para pagamento de dívidas de campanha.
segunda-feira, 9 de setembro de 2019
VIDA DEPOIS DA VIDA
VIDA DEPOIS DA VIDA
Theodiano Bastos
“O que acontece quando uma pessoa morre”?
“Como não sabemos onde ela nos espera, é melhor esperá-la em todo
lugar”, diz Montaigne, pensador francês do século 16 em Ensaios, ensina que é
preciso não estranhar a morte, recomendando a se acostumar com ela.
Jorge Peixoto, de Nanuque/MG, amigo já falecido, contou-me certa
vez que sua avó estava morrendo e o médico foi chamado que informou aos familiares
que a hora tinha chegado para a enferma, já bastante idosa mas deu-lhe um
injeção e para surpresa geral a idosa recuperou a consciência e disse que viu
tudo, pois pairava acima do corpo e começou a dizer que sua filha Maria havia
lhe dado um chá antes da chegada do médico e que ao flutuar sentia uma paz
indescritível.
Em outro depoimento de EQM Experiência de Quase Morte, Lars Grael,
o iatista que teve a perna decepada por uma lancha na baía de Vitória,
esvaindo-se em sangue foi levada para o Iate Clube, onde teve parada cardíaca e
antes de ser ressuscitado, disse na TV Bandeirantes não ter mais domínio sobre
o corpo e passou a sentir uma paz imensa e começou a levitar e a ver seu corpo
de cima para baixo. A partir desse acidente passou a ver a vida de outra
maneira, a de procurar viver cada dia e cada momento da vida.
O
Céu É de Verdade - o Impressionante Relato do
Menino Que Foi Ao Céu e Voltou Para Contar
Parte inferior do formulário
O céu é de verdade
conta a história real de Colton, um menino que, aos quatro anos, quando passava
por uma cirurgia de emergência, viveu uma experiência inusitada: seu espírito
foi transportado ao céu, onde viu coisas extraordinárias, inclusive o trono do
próprio Deus. O garoto também assistiu aos procedimentos médicos e viu o pai
orando na sala de espera. No primeiro momento, a família agiu com incredulidade
diante do relato, mas logo as evidências de que o menino falava a verdade se
tornaram claras — Colton conheceu a irmã que fora abortada, segredo guardado a
sete chaves pela família. Narradas por seu pai, mas frequentemente nas palavras
do próprio Colton, as experiências relatadas em O céu é de verdade revelam a
realidade e a esperança do Paraíso e do Criador.
Todd Burpo (Greg
Kinnear) é o pastor de uma igreja em Nebraska, que conta com uma congregação
bastante fiel. Casado com Sonja (Kelly Reilly), ele enfrenta uma situação
complicada quando seu filho, Colton (Connor Corum), precisa ser operado às
pressas devido a uma apendicite. Após se recuperar, o garoto diz ao pai que
anjos vieram cantar para ele durante a operação. Todd pergunta mais sobre a
experiência e fica espantado quando Colton lhe diz que viu situações que
ocorreram quando o garoto não estava desperto. Convicto de que o filho visitou
o paraíso, Todd passa a questionar sua própria fé naquilo que pregava até
então.
“Um
dia desses me disseram que, ao morrer, iria encontrar meu pai, falecido há mais
de cinqüenta anos. Isso me emocionou profundamente. Se for para me encontrar
com mamãe e papai, que quero morrer agora”, disse José Alencar, vice-presidente
da República em Veja de 09/09/09 pág. 79
Diz
Edna St. Vincent Millay, poetisa americana, já falecida, sobre a morte:
“Não
me resigno quando depositam corações amorosos na terra dura./É assim, assim
será para sempre:/entram na escuridão os sábios e os encantadores. Coroados/ de
lírios e louros, lá se vão: mas eu não me conformo./ Na treva da tumba lá se
vão, com seu olhar sincero, o riso, o amor; / vão docemente os belos, os
ternos, os bondosos; / os bravos./ Eu sei. Mas não aprovo. E não me conformo”.
FREU em “O FUTURO DE UMA LISÃO”:
“A própria morte não é extinção, não
constitui um retorno ao inanimado inorgânico, mas o começo de um novo tipo de
existência que se acha no caminho da evolução para algo mais elevado”
E Sócrates na hora em que bebia a cicuta, condenado pelos
cidadãos de Atenas a se matar: “Se a morte for um sono sem sonhos, será bom; se
for um reencontro com pessoas que amei e se foram, será bom também. Então, não
se desesperem tanto”, disse a seus discípulos.
Dr. Raymond A. Moody Jr, em seu livro “VIDA depois da VIDA” da Editora
Nórdica, após mais de cinco anos de observações em prontos socorros e em mais
de uma centena de indivíduos que experimentaram a morte clínica e reviveram e
trás em seu livro relatos de suas
experiências espantosamente semelhantes em seus detalhes, fornecem uma prova incontestável
de sobrevivência do espírito humano depois da morte e procura provar que existe
vida depois da morte.
Dr.
Raymond A. Moody Jr, trás em seu livro dramáticas experiências reais de pessoas
declaradas clinicamente “mortas”! São relatos tão semelhantes e reais, tão esmagadoramente positivos, que
poderão mudar a visão da humanidade sobre a vida, a morte e a sobrevivência
eterna do espírito. O livro aborda pesquisa séria e impressionante do fenômeno
da sobrevivência à morte física.
Uma
mulher que foi ressuscitada depois de um ataque cardíaco observa: “Comecei a
experimentar as mais maravilhosas sensações. Não sentia coisa nenhuma, exceto
paz, conforto, tranqüilidade — só quietude. Sentia que todos os meus problemas
tinham desaparecidos e pensava comigo mesma; “Que paz e quietude, e não dói
nada”.
Um
outro lembra: “Eu só tinha um sentimento bom e intenso de solidão e de paz...
Foi lindo, e eu estava com tamanha paz na minha mente”.
Outro,
depois de um grave ferimento na cabeça: “No lugar do ferimento houve um flash
momentâneo.
“Um
homem está morrendo e, quando chega ao ponto de aflição física, ouve seu médico
declará-lo morto. Começa a ouvir um ruído desagradável, um zumbido alto ou
toque de campainhas e, ao mesmo tempo, sente-se movendo muito rapidamente
através de um túnel longo e escuro. Depois disso, encontra-se repentinamente
fora de seu corpo físico... Logo outras coisas começam a ancontecer. Outros vêm
ao seu encontro e o ajudam. Vê de relance os espíritos de pacientes e amigos já
mortos, e aparece diante dele um espírito amigo de uma espécie que nunca
encontrou antes – um espírito de luz”.
pessoas
No Livro
dos Mortos do Tibet, escrito há 5.000 anos: “Não empobreci um pobre em seus
bens. Não fiz padecer fome. Não fraudei o preso da balança. Não coloquei nenhum
dique à água corrente. Não roubei. Não matei. Dei pão ao faminto, água ao
sedento, vestido ao que está nu e uma barca ao náufrago”.
Carl Guatavo Jung, Em seu extraordinário livro “MEMÓRIAS SONHOS REFEXÕES, editora Nova
Fronteira, e que só foi publicado após sua morte, depõe a respeito da
sobrevivência do espírito: No início de 1944 teve um infarto e em perigo de
morte administraram-lhe oxigênio e cânfora. “As imagens eram tão fortes que eu
próprio concluí que estava prestes a
morrer. “Disse-me minha enfermeira mais tarde: O senhor estava como que
envolvido por um halo luminoso. É um fenômeno que ela observara às vezes nos
agonizantes.
E o famoso médico e psiquiatra, o mais famoso discípulo de Freud
passou a descrever suas visões: “Parecia-me estar muito alto no espaço cósmico.
Muito longe, abaixo de mim, eu via o globo terrestre banhado por uma
maravilhosa luz azul. Via também o mar de um azul intenso e os continentes.
Justamente sob meus pés estava o Ceilão e na minha frente estendia-se o
subcontinente indiano. Meu campo visual não abarcava toda a Terra, mas sua
forma esférica era nitidamente perceptível e seus contornos brilhavam como
prata através da maravilhosa luz azul. Em certas regiões a esfera terrestre
parecia colorida ou marchetada de um verde escuro como prata oxidada. Bem
longe, à esquerda, uma larga extensão — o deserto vermelho-alaranjado da
Arábia. Era como se ali a prata estivesse tomado uma tonalidade alaranjada.
Adiante o Mar Vermelho e mais além, como no ângulo superior esquerdo de um mapa, pude ainda perceber uma nesga do
Mediterrâneo. Meu olhar voltara-se sobretudo para essa direção, ficando o
restante impreciso. Evidentemente via também os cumes nevados do Himalaia, mas
cercados de brumas e nuvens. Não olha “à direita”. Sabia que estava prestes a
deixar a terra.
“Mais tarde informei-me de que a distância dever-se-ia estar da
Terra para abarcar tal amplidão: cerca de mil e quinhentos quilômetros! O
espetáculo da Terra visto dessa altura
foi a experiência mais feérica e maravilhosa da minha vida”, disse. E quando os
astronautas viram a Terra do Espaço confirmaram que ela era azul.
Mas quando estava nesse êxtase veio ao seu encontro seu médico
trazendo uma mensagem da Terra para trazer-me de volta, pois protestavam contra
a sua saída e que não tinha o direito de deixar a Terra e devia retornar.
Passaram-se três semanas antes que se decidisse a viver.
Quando estava no espaço não tinha peso e nada podia me atrair.
“E agora tudo terminada”, disse Dr. Jung.
Esse depoimento e todo o conteúdo do livro ficou lacrado num
cofre para só ser publicado depois de morte do Dr. Carl Guatavo Jung por Aniela
Jaffé.
"Eu vivi com uma perspectiva de uma morte próxima pelos últimos 49 anos. Em não tenho medo da morte, mas eu não tenho pressa
Em 2010, Hawking lançou o livro The Grand Design, no qual afirma que não há necessidade de um criador para explicar a existência do Universo. As afirmações vão contra um de seus mais famosos livros, Uma Breve História do Tempo (hoje revisado e com o título Uma Nova História do Tempo), de 1988, em parceria com Leonard Mlodinow. Nos anos 80, Hawking dizia que uma teoria do tudo, a qual Einstein buscava e que poderia explicar todas as forças e partículas do Universo, seria o que levaria o homem a "conhecer a mente de Deus".
Agora, o astrofísico descarta a vida após a morte e diz que devemos focar nosso potencial na Terra fazendo bom uso de nossas vidas.
Na terça-feira, Hawking profere uma palestra em Londres onde afirmará que flutuações quânticas no início do universo tornaram possíveis as galáxias, estrelas e, por fim, a vida humana. Ele ainda falará sobre a teoria M, que une as teorias das cordas e é vista por muitos cientistas como a melhor candidata a teoria do tudo.
ELZIRA – PENETRANDO O MISTÉRIO - 2º semestre 2012, por RUBENS SILVA PONTES
“Você já soube? ” – sussurrou d. Elzira – “eu morri e voltei”.
Da cama do hospital, onde se encontrava internada há vários dias, ela se mostrava surpreendentemente lúcida e com uma tranquilidade serena que se refletia no seu rosto quase sem rugas.
Havia uma sensação de paz na sua postura, como se o prolongado sofrimento tivesse afinal cedido lugar a um momento de inesperada revelação.
Poucos dias depois, já em casa, mas ainda acamada, Elzira exalava uma doce serenidade, contrastando com a sua própria experiência no relacionamento com as pessoas, marcado quase sempre por comportamento defensivo, às vezes até intransigente na sua relação com a vida.
Uma outra mulher se revelava nela. Doce, humilde, soberbamente lúcida, com uma desconhecida capacidade de analisar comportamentos e, para quem a ouviu nesses dias, capaz de enunciar pensamentos jamais suspeitados para quem a verdade era uma só, estreitada nas suas radicais convicções religiosas.
“Nós rezamos o Pai Nosso com hipocrisia”, disse numa tarde em que recebia visitas.
“Nós dizemos: perdoai a quem nos tem ofendido, mas, quem, entre nós, cumpre esse preceito?”
Estava implícita, ai, sua nova visão de um comportamento que, para ela (e certamente por cada um de nós) vem sendo repetido como uma tabuada decorada, sem nenhuma convicção.
Na sua visão extra-dimensional, da certeza da morte e do retorno, ela evidenciava haver recebido uma palavra iluminada que a fazia confrontar, mas principalmente aceitar, uma nova e insuspeitada verdade. Uma arrogância de “dona-da- verdade” cedia lugar a uma nova e confrontante visão do mundo e das pessoas.
“Eu vi Djalce. Magrinha e feia. Limpando vasos sanitários. Pagava ali o preço do seu orgulho, igual ao meu. Não olhava para mim”
“Voltei a vê-la depois. Bonitinha, com um vestido alegre, outra pessoa”.
Cumpria-se o ensinamento cristão, da penitencia e do perdão, e nele também ela se envolvia.
A “visão” que ela
trouxe do outro lado da cortina nem sempre é nítida. Não reconheceu pessoas,
vultos que passavam ou cruzavam seu caminho. Mas os símbolos são notavelmente
registrados:
“ O chão era coberto por um tapete vermelho
e gasto. Levantado uma ponta dele, debaixo estava o demônio”.Pois não é o que fazemos, escondendo sob um tapete imaginário as nossas próprias sujeiras e as sujeiras do mundo? Todavia, não era ainda a vez dela:
“Havia uma porta e por ela entravam muitas pessoas que já haviam morrido. Não me foi dado entrar.”
De outra feita, conversávamos na casa dela, d. Elzira recostada na cama, queixando-se de dores no corpo.
Voltei a lhe
perguntar sobre a passagem, através de espaço e tempo, na porta vislumbrada.
Nesse exato momento,quando ela se preparava para responder, ouviu-se um estalo,
um ruído não identificável, partindo de um ponto qualquer, às minhas costas.
Antes que eu pudesse falar, d. Elzira, que
escutara também ela o ruído, foi clara, objetiva e serena:“Esse barulho eu ouvia quando a porta era aberta para os mortos entrarem”.