quarta-feira, 19 de junho de 2019

MORO SAI ENGRANDECIDO NO SENADO



Assisti atentamente quase todo o debate na TV Senado e posso afirmar o desempenho firme, paciente, tranquilo e sereno do Ministro Sérgio Moro.


A sessão foi presidida pela competente Senadora Simone Tebet, durou quase 9 horas e 40 senadores usaram da palavra. Como já era esperado, os ataques vieram dos senadores denunciados por corrupção, principalmente um conhecido e notório senador de Alagoas. 

Moro, os ‘mártires’ e o ‘sonho de consumo’ de anular a Lava Jato

Respondendo a Telmário Mota, Sergio Moro disse o seguinte sobre o site de Glenn Greenwald:

“Fiquei com a impressão [de] que eles queriam uma busca e apreensão para posar como mártires da imprensa frente ao malvado governo do presidente Jair Bolsonaro e do ministro Sergio Moro”.
Moro voltou a defender que o site “publique tudo” o que tem. “Não há irregularidades nas mensagens. Então qual o interesse público [em divulgar]? Anular as condenações?”
E acrescentou que a anulação das prisões e condenações da Lava Jato é o “sonho de consumo” de envolvidos na operação.

Os principais pontos da audiência com Moro

Sergio Moro respondeu a 40 senadores hoje na CCJ – Comissão de Constituição e Justiça do Senado . Eis os principais pontos das respostas do ministro:

Bolsonaro diz que também não tem apego ao cargo e que Moro é ‘patrimônio nacional’

Em Guaratinguetá, Jair Bolsonaro disse que Sergio Moro é “um patrimônio nacional” e que não viu “nada de anormal até agora” no conteúdo das mensagens vazadas do ministro.
Em sua audiência na CCJ do Senado, que terminou agora há pouco, Moro afirmou que não tem apego ao cargo e que, se for constatada alguma irregularidade, poderá deixar o posto.
Questionado sobre a fala, o presidente respondeu, segundo a Folha: “Eu também não tenho apego ao meu cargo. Qualquer ministro é livre para fazer o que bem entender. O Sergio Moro é um patrimônio nacional, não é do presidente da República”.

A pergunta que não quer calar: Glenn Greenwald, do Intercept: por que ninguém da esquerda foi hackeado? https://www.oantagonista.com/



ARMAÇÃO CONTRA MORO


PF tem provas do ataque de hacker a Moro

“A PF tem elementos de prova de que um hacker tentou se passar pelo ministro Sergio Moro e mandou mensagens para terceiros em nome do ex-juiz da Lava Jato”, diz o Estadão.
“Um dos elementos é uma mensagem enviada no dia 4 de junho a um funcionário do próprio gabinete de Moro, depois de ativar uma conta do Telegram – aplicativo de troca de mensagens via internet.” 




“Eles armaram isso, é óbvio!”

A senadora Soraya Thronicke está convicta da armação contra Sergio Moro:
“Considerando o alto nível dessas organizações criminosas, acho que demorou para acontecer uma tentativa de golpe. Demorou muito. Eles tinham que fazer alguma coisa. Eles armaram isso, é óbvio. Quem que ganha com isso?”

Para Moro, conluio é desmentido por estatísticas da Lava Jato

Um dos argumentos de Sergio Moro contra as afirmações de que houve conluio entre Ministério Público e Justiça parte do número de absolvições no âmbito da Lava Jato ser superior à média registrada nas varas criminais.
A força-tarefa da Lava Jato realizou 90 denúncias, sendo que 45 sentenças foram proferidas. Destas, o Ministério Público recorreu de 44.
“As estatísticas relacionadas à Lava Jato não mentem no sentido de que não havia qualquer espécie de combinação, conluio ou convergência entre Ministério Público e juízes e magistrados, como eu, inclusive.” 


“Não é aconselhável ao Parlamento entrar nesse jogo”, diz Marcos Rogério

Para o senador Marcos Rogério, está claro o objetivo de se “atacar investigadores, julgadores, desqualificá-los, para obter vantagens na defesa política de aliados”.

“Quando vejo alguém usando esse episódio para defender acusados, denunciados, condenados, presos, não posso concordar. Trata-se de oportunismo, de retórica vitimista.”
Segundo ele, o tipo de interlocução de juízes com procuradores é normal em todo o país. Vale o debate, mas não o ataque à Lava Jato.

“Do que li nas publicações, não vi nada que comprometa a probidade processual, mas esse fato pode ser uma oportunidade para refletirmos sobre os limites dessa relação, porque isso é algo comum no Brasil inteiro. Mas usar isso para atacar a Lava Jato é um erro, um erro político e de análise. Não é aconselhável ao Parlamento entrar nesse jogo, ao argumento de violação do decoro, sem evidência alguma de prejuízo processual. Não é correto colocar nas ruas criminosos que representam uma agressão à sociedade, que fizeram mal ao pais, que roubaram o Brasil, fraudaram, frustraram o sonho de milhões de brasileiros.”

E ainda: “Não cabe retrocesso no combate à corrupção, no enfrentamento ao crime. Não cabe retrocesso à Lava Jato. Aliás, a Lava Jato é maior que seus integrantes.” 

https://www.oantagonista.com/ 16/06/19

terça-feira, 18 de junho de 2019

STF E A MONSTRUOSIDADE JURÍDICA


Mensagens privadas roubadas podem ser consideradas como provas?

Os vazamentos têm por objetivos claros soltar Lula e condenar Moro, mas também destruir a Lava Jato e inviabilizar o pacote anticrime do Sérgio Moro em tramitação no Congresso. 

Em novo texto sobre as mensagens roubadas de Dallagnol, professor de Harvard fala no ‘incrível escândalo que encolheu’

Matthew Stephenson, professor de direito em Harvard e autoridade na pesquisa sobre corrupção e política, publicou hoje em seu blog Global Anticorruption um longo texto –cuja íntegra, em inglês, pode ser lida aqui—sob o título “O Incrível Escândalo que Encolheu? Novas Reflexões sobre o Vazamento da Lava Jato”. 


Vazamento foi trabalho de contrainteligência, diz Moro a ruralistas


No almoço que teve com integrantes da bancada ruralista, Sergio Moro disse que os investigadores do vazamento de suas mensagens descartam o “fogo amigo” de integrantes da Lava Jato, informa a Veja.
“A PF está fazendo uma investigação. Não é um adolescente com espinhas na frente de um computador que está fazendo isso. É uma coisa estruturada. Também não é um procurador traidor”, declarou o ministro da Justiça, conforme o relato da revista.
“Aquilo ali é contrainteligência. E tem um grupo criminoso organizado. Quem faz esse tipo de contrainteligência não é um bobinho, não! É pessoa preparada”, acrescentou Moro. 

https://www.oantagonista.com  

Por isso o STF pode gerar uma “monstruosidade jurídica”
O ex-advogado-geral da União Fábio Medina Osório disse que o Supremo pode criar um perigoso precedente se resolver levar em contas as mensagens roubadas de Deltan Dallagnol e Sergio Moro para julgar eventual anulação da condenação de Lula no caso do triplex.
“Pela teoria dos precedentes, o STF pode gerar uma monstruosidade jurídica. Para apurar a inocência de Lula ou a suspeição de Moro, teria que abrir uma investigação para aferir a autenticidade dos diálogos publicados pelo The Intercept”, afirmou a O Antagonista.
“Tal postura agrediria jurisprudência pacífica da Corte que impede abertura de investigação com base em provas obtidas por meios criminosos. E mais: prestigiaria metodologia investigatória de organizações criminosas contra autoridades públicas, podendo abrir perigoso caminho para invasões de equipamentos de outros agentes do Estado brasileiro.” https://www.oantagonista.com/