quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

PORQUE A CHINA DEU CERTO


As redefinições da China
por Cristovam Buarque 

Aproveitando a desaceleração na agenda no fim do mandato, estive por alguns dias na China, a convite e patrocínio total da Guangdong University of Technology para participar do Seminário Inovação nos Brics e a comunidade global com futuro compartilhado”. Aproveitei para adiantar meu estudo sobre “Porque a China deu certo”. 

A visão da China é motivo de admiração — aeroportos, estradas, trens, prédios e o desempenho econômico ainda mais. Trinta anos atrás, o PIB da China era de US$ 312 bilhões, do Brasil US$ 330 bilhões. Hoje o PIB chinês é de US$ 12.240 bilhões e do Brasil, US$ ­­­2.000 bilhões.

Em poucos anos, conseguiram inclusão de 100 milhões de pessoas na classe média, com renda per capita equivalente à média da Europa; 400 milhões atingiram a da classe média brasileira. As cidades estão ligadas por uma rede com 28.000 km de “trens-bala”, enquanto toda a Europa tem 9.300 km. O nível de desenvolvimento científico e tecnológico permite ter uma nave espacial circulando ao redor da Lua. Ao lado desses sintomas de progresso, surpreende como as cidades são metrópoles modernas, limpas, com paz, calçamentos impecáveis, sem pobreza visível.

A surpresa é maior quando entramos nas universidades e temos a chance de estudar as redefinições que o pensamento chinês está promovendo sobre ideias dos tempos atuais. Os políticos, os intelectuais e o povo estão redefinindo conceitos que não se adaptam às exigências do bom funcionamento social nos tempos da robótica, da globalização e dos limites ecológicos ao crescimento da produção material. O próprio conceito de democracia está sendo redefinido em um país onde o único partido determina a coesão no presente e o rumo do país para o futuro.

Devido à política de crescimento industrial, Pequim e outras cidades chinesas estão entre as mais poluídas do mundo. Diante disso, o governo chinês tomou medidas para controlar a poluição: taxis são obrigados a usar energia elétrica e os motoristas pagam fortunas para emplacar carros novos se movidos a combustível fóssil. Intelectuais e dirigentes chineses dizem que a população certamente não votaria a favor dessas decisões.
 

As manifestações recentes na França, contra o aumento no preço do combustível fóssil para reduzir o consumo e a poluição, são exemplo da contradição entre democracia dos eleitores de hoje e a democracia comprometida com o futuro. Os interesses imediatos do eleitor e os interesses de longo prazo do povo se chocam impedindo medidas que limitem o consumo. Na democracia chinesa, os membros do partido discutiram por anos esse assunto e decidiram reduzir a taxa de crescimento em nome do equilíbrio ecológico.



É certamente um conceito de democracia diferente do ocidental. Além disso, segundo eles, a primazia absoluta do voto individual universal impede a adoção de filtros que levem em conta o mérito de cada candidato. Disseram-me que lá a democracia não se baseia apenas no voto, mas também no mérito demonstrado por cada candidato a cargo público ao longo da carreira.

Quando perguntei sobre a liberdade pessoal de ir e vir — na China para emigrar de uma província a outra é preciso autorização do governo central — perguntaram a mim se no Rio de Janeiro e outras grandes cidades do Brasil um cidadão pode caminhar livremente nas ruas, ou se a violência impede a livre circulação. Explicaram também que lá existe planejamento de instalações educacionais e hospitalares e a migração livre desarticularia o equilíbrio entre a oferta e a demanda dos serviços.

O conceito de igualdade, que até o período revolucionário era absoluto — todos com mesma renda e consumo — passou a ser relativo. O governo chinês se propõe a erradicar a pobreza, mas tolera a desigualdade de renda e consumo que decorre do mérito do cidadão, graças ao talento, à persistência, à criatividade e ao empreendedorismo.

É cedo para saber se as redefinições em marcha na China vão levar o Ocidente a rever seus conceitos ou se o povo chinês vai preferir adotar conceitos ocidentais. Mas não se pode negar que a revolução tecnológica em marcha, simultânea à globalização e aos limites ecológicos, exige revisões de nossos conceitos. E não se pode negar que os chineses estão tentando inventar a modernidade, na prática do desenvolvimento e na teoria de conceitos.    
                                              
Senador pelo PPS-DF e professor emérito da Universidade de Brasília (UnB) Artigo publicado pelo  Jornal Correio Braziliense – 04/12/2018

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

PT DEVOLVERÁ R$ 19,4 MILHÕES GASTO COM LULA


Dodge quer que PT devolva fundo partidário gasto com ‘campanha de Lula’

PT DEVOLVERÁ R$ 19,4 MILHÕES GASTO COM LULA

O Antagonista 30.11.18:
Raquel Dodge quer que a coligação O Povo Feliz de Novo devolva ao Fundo Partidário os valores gastos para financiar a campanha de Lula.
O pedido foi feito na ação de análise das contas apresentadas ao TSE pela coligação e tem como base a Instrução Normativa nº2, editada no mês de junho pela PGE.

“O objetivo da medida é evitar que recursos públicos sejam utilizados por candidatos manifestamente inelegíveis”, diz a PGE.
A coligação informou que no período em que o ex-presidente encabeçou a chapa presidencial foram gastos R$ 19,4 milhões.

De acordo Dodge, “parte dos recursos foi utilizada indevidamente e representa gastos ilegais, uma vez que – como já havia sido condenado em segunda instância – Lula sabia que era inelegível e assumiu o risco ao requerer o registro de candidatura”.

O dinheiro deverá ser restituído com juros e correção monetária.

terça-feira, 27 de novembro de 2018

MAIS MÉDICOS: 97,2% DAS VAGAS PREENCHIDAS


MAIS MÉDICOS:                                        97,2% DAS VAGAS PREENCHIDAS

Ao contrário do que se temia, a saída dos médicos cubanos não causaram maiores danos no atendimento aos mais pobres.
O Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira (26) que 8.278 profissionais foram selecionados para o programa Mais Médicos, o que corresponde a 97,2% das vagas abertas por meio de edital lançado na última semana.
Até o momento, foram registrados 25.901 inscritos com registro (CRM) no Brasil para a nova seleção, que disponibilizou um total de 8.517 vagas em locais com escassez ou ausência de atendimento básico de saúde.
A contratação de novos profissionais foi a medida emergencial adotada pelo governo para assegurar a assistência em locais que contavam com profissionais de Cuba, após o governo cubano encerrar a cooperação no programa Mais Médicos.
Médicos com registro interessados em participar do Mais Médicos podem se inscrever até 7 de dezembro por meio do site do programa. Selecionados vão receber salário de R$ 11.865,60 por 36 meses, com possibilidade de prorrogação. Fonte: Governo do Brasil, com informações do Ministério da Saúde

Médicos cubanos falam sobre a decisão de ficar no ES: ‘mais oportunidades’

Convênio entre Cuba e o programa federal Mais Médicos foi encerrado em 14 de novembro. Na Serra, dos 30 profissionais cubanos, 12 decidiram permanecer no país.

Por Naiara Arpini e Fábio Linhares, G1 ES e TV Gazeta
Mesmo com uma passagem aérea marcada para esta segunda-feira (26), uma médica cubana que atuava na Serra, no Espírito Santo, decidiu não retornar ao país de origem. Ela faz parte do grupo de profissionais que optou por permanecer no Brasil após o fim da parceria entre os países no Programa Mais Médicos. “Aqui no Brasil temos mais oportunidades de crescer, tanto economicamente como profissionalmente”, disse.
O convênio entre Cuba e os Mais Médicos foi encerrado em 14 de novembro. Ao todo, o Espírito Santo tinha 210 médicos cubanos, segundo dados do Ministério da Saúde.
O maior número de profissionais de Cuba no estado estava no município da Serra, que contava com 30 deles. No total, 12 decidiram ficar.
Eles esperam continuar trabalhando, seja validando o diploma com o exame Revalida ou participando de novo edital do Mais Médicos, voltado para estrangeiros e que deve ser lançado na semana que vem.
“Eu não vou me apresentar no aeroporto. Desse momento, vou ser considerada como desertora e não poderei voltar mais para Cuba durante oito anos. Mesmo assim, decidi ficar aqui. Nossa família nos apoia, está do nosso lado”, disse uma médica cubana que atuava na Serra. Ela preferiu não ser identificada.
Uma outra médica, que também não quis ter a identidade revelada, trabalhou em um posto de saúde da Serra durante um ano e três meses. Ela também vai continuar no Brasil, mesmo ciente das consequências.
“Eu vim para dar um futuro melhor para minha família. Eu me apeguei demais às pessoas que tenho aqui, elas me abriram as portas do coração. Eu falei que fico, mesmo correndo risco de não entrar no meu país durante oito anos, de não poder trazer minha família”, disse.
Ela espera poder continuar exercendo a profissão, para que consiga se manter no país e trabalhar legalmente. “O que eu e os demais estamos pretendendo é continuar trabalhando dentro do programa, porque assim nos dá tempo de nos prepararmos para fazer o Revalida e não ficarmos aqui desamparados”, falou.
Uma venezuelana, que é casada com um médico cubano, disse que a família tem a esperança de que, no Brasil, possa dar um futuro melhor para os filhos.
“Decidimos permanecer por causa da qualidade de vida. A gente conseguiu aqui o que nossos países negaram: qualidade, liberdade, poder comprar. Nossos filhos precisam de um futuro melhor, e estão acostumados aqui”, disse.
Os médicos chegaram a se reunir com a prefeitura da Serra, mas a subsecretária de Saúde, Cristiane Stem, disse que a partir de agora não tem mais responsabilidade sobre os cubanos.

Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde informou que os médicos cubanos podem continuar no Programa Mais Médicos, desde que participem das seleções que o Ministério da Saúde irá fazer permanentemente até ocupar as vagas deixadas pelo fim da cooperação com a OPAS.
"No momento, temos um edital aberto para médicos com CRM Brasil ou aqueles que revalidaram o diploma no país, isso já vale para qualquer nacionalidade, inclusive para o cubano", disse o Ministério da Saúde.
Embora a cooperação com a OPAS não exista mais, o Programa Mais Médicos continua e permanecem as regras da convocação dos candidatos no editais em que médicos com CRM Brasil e que revalidaram o diploma têm prioridade. Após essa seleção, as vagas restantes são destinadas a brasileiros com registro fora do país e depois para estrangeiros.

Novos médicos

Na semana passada, o Ministério da Saúde abriu 8.517 vagas em quase 3 mil municípios e 34 distritos indígenas após Cuba anunciar a saída do programa, alegando declarações 'ameaçadoras' do presidente eleito Jair Bolsonaro.
Na tarde desta segunda-feira (26), 97,2% das vagas do novo edital do Mais Médicos já haviam sido preenchidas no país. Veja a situação dos principais municípios do Espírito Santo:
  • Serra
Na Serra, eram 30 médicos cubanos, sendo que 12 informaram à prefeitura que vão permanecer no Brasil.
A prefeitura da Serra disse que a partir desta segunda-feira (26), 29 novos profissionais do Mais Médicos, inscritos no último edital do Ministério da Saúde, começam a se apresentar.
Em paralelo, se apresentam também os 15 convocados por concurso público municipal, ampliando o número de médicos na rede da cidade.
  • Vitória
A capital tinha 5 médicos cubanos nas unidades de saúde. A Secretaria Municipal de Saúde informou que as cinco vagas pleiteadas no programa federal Mais Médicos já foram preenchidas. Os médicos têm agora até 14 de dezembro para iniciar as atividades nas unidades.
  • Cariacica
A prefeitura de Cariacica informou que as 7 vagas que antes eram ocupadas pelos médicos cubanos já foram preenchidas por médicos brasileiros que se inscreveram no edital do Mais Médicos. Seis dos sete médicos já apresentaram os documentos para formalização do contrato e a expectativa é de que todos profissionais estejam nas unidades de saúde até o fim desta semana.
Além disso, para recompor a Estratégia de Saúde da Família (ESF), a Prefeitura publicou, nesta quinta-feira (22), a convocação de novos médicos aprovados no último processo seletivo simplificado. A previsão é de que os convocados iniciem as atividades ainda na primeira quinzena de dezembro.
  • São Mateus
A Prefeitura de São Mateus disse que nenhum dos 15 médicos cubanos que atuava no município permanece nos atendimentos na cidade. A Secretaria também informou que foi elaborada uma escala especial de atendimento médico por turno.
A medida será adotada até a reposição dos profissionais pelo programa Mais Médicos, no qual as vagas disponíveis para São Mateus estão sendo preenchidas, porém estão em processo de validação dos médicos. O Edital do programa prevê o início das atividades dos novos médicos a partir de 3 de dezembro até a data-limite de 7 de dezembro.
  • Linhares
A Secretaria Municipal de Saúde informou que o Ministério da Saúde já encaminhou sete médicos para Linhares. Deste total, dois já se apresentaram. Os profissionais tem até o dia 14 de dezembro para se apresentarem.
Todos os médicos cubanos já deixaram o município e o vínculo que possuíam com a Prefeitura de Linhares.
  • Cachoeiro de Itapemirim
Em Cachoeiro de Itapemirim, todos os cubanos já deixaram os cargos. Os profissionais que se candidataram às 23 vagas disponíveis começaram a se apresentar para a entrega dos documentos nesta segunda-feira (26).
Assim que a documentação for validada pelo Ministério da Saúde, eles começam a trabalhar nas unidades básicas de saúde.  https://g1.globo.com/


domingo, 25 de novembro de 2018

PT, GOLPE DE MISERICÓRDIA SERÁ EM 2020


PT, GOLPE DE MISERICÓRDIA EM 2020
Theodiano Bastos

3º maior partido em número de prefeitos em 2012, o PT caiu para a 10º colocação em 2016. O PMDB e o PSDB dominam o ranking, seguidos por PSD, PP, PSB, PDT, PR, DEM e PTB. Entre as capitais, o PT conquistou apenas uma, Rio Branco (AC), e foi para o segundo turno em outra: Recife (PE) e perdeu. 

Araraquara (SP) foi a maior cidade do Brasil em que o PT ganhou com Edinho Silva, hoje réu da Lava - Jato.

Em 4 anos, PT perde 60% das prefeituras
Com 256 eleitos, legenda conquistou apenas uma capital. Desempenho no Nordeste, em particular na Bahia, também foi decepcionante 

O PT elegeu 256 prefeitos em 2016, 60% a menos do que em 2012
Como era esperado, o PT perdeu o comando de grande número de municípios nas eleições de 2016. Ao eleger 256 prefeitos no primeiro turno, o partido comandará no máximo 263 cidades a partir de 2017, caso vença nos sete municípios em que ainda participa da disputa, feito improvável na atual conjuntura.  

É uma queda de 60% em comparação a 2012, quando o Partido dos Trabalhadores foi bem-sucedido em 638 candidaturas. Os despojos dividiram-se por uma miríade de siglas, sobretudo do campo conservador. Entre os principais partidos, o PSDB, o PSD, o PDT e o PCdoB tiveram um resultado superior ao das eleições passadas 

A diminuição no número de eleitos foi amplificada por derrotas que simbolizaram o isolamento político e a dificuldade de articulação do partido, com destaque para a frustrada campanha de Fernando Haddad em São Paulo, onde João Dória, do PSDB, acabou eleito com 53% dos votos no primeiro turno.

Marcus Alexandre, único petista eleito no primeiro turno nas capitais, foi escolhido para mais um mandato em Rio Branco, no Acre, e recebeu 54% dos votos. No Recife, João Paulo segue na disputa com o atual prefeito Geraldo Julio, do PSB, que por pouco não foi eleito já neste domingo.

Em 2012, o PT havia eleito quatro prefeitos nas capitais: além da capital paulista, a legenda conquistou os municípios de Rio Branco, Goiânia e João Pessoa.
No Nordeste, o PT também perdeu espaço. Em 2012, a legenda conquistou 187 prefeituras na região. Neste ano, foram 116 até o momento. Na Bahia, governada pelo partido desde 2007 e um de seus redutos eleitorais mais relevantes, o PT caiu de 92 para 40 prefeituras.

Enfraquecido pela debandada de candidatos e de prefeitos eleitos e pelo queda na participação em coligações, a diminuição no controle dos municípios era esperada antes mesmo da abertura das urnas. Um em cada cinco prefeitos eleitos pelo partido em 2012 pediu desfiliação ou foi expulso e quase um quarto dos candidatos do partido concorreu sem apoio de outros partidos.                                                                 
A queda no número de eleitos foi amplificada por derrotas simbólicas, como a de Haddad em São Paulo
Na Região Sul, o partido elegeu 69 prefeitos. Raul Pont despontava com chances de ir ao segundo turno em Porto Alegre, mas acabou ficando em terceiro lugar, com 16% dos votos.


Assim como no Rio de Janeiro e São Paulo, o voto do campo progressista na capital gaúcha dividiu-se entre a candidatura do petista e a de Luciana Genro, do PSOL, que terminou em quinto lugar com 12%. Nas três capitais, o único candidato de esquerda ainda vivo na disputa é Marcelo Freixo, do PSOL.


Os resultados nos municípios paulistas também foram negativos. A legenda elegeu apenas oito prefeitos. No máximo chegará a 10: disputa o segundo turno em Mauá, representada por Donisete Braga, e em Santo André, com Carlos Grana. 


Em São Bernardo do Campo, berço político do partido e do ex-presidente Lula, o petista Tarciso Secoli, candidato à sucessão de Luis Marinho, ficou em terceiro lugar, com 22,5% dos votos. Disputarão o segundo turno Orlando Morando, do PSDB, e Alex Manente, do PPS. Antes das eleições, quase metade dos prefeitos eleitos no estado de São Paulo havia deixado o partido.


De acordo com o cientista político Cláudio Couto, professor da FGV-SP, o PT precisa passar por um processo profundo de autocrítica, o que não fez nos anos recentes. "Tem gente no partido, como o ex-governador Tarso Genro, do Rio Grande do Sul, que puxa essa discussão, mas a legenda está nas mãos de um conjunto de lideranças muito resistente a isso", afirma. "Alguém consegue imaginar o Rui Falcão liderando um processo de autocrítica do PT?".


Couto observa que o segundo mandato do governo Dilma terminou de forma dramática, não apenas pelo desfecho do impeachment, mas também pelo fracasso na condução da política econômica e pela perda de base no Congresso. O maior problema para a imagem do PT, no entanto, diz respeito aos desvios éticos de integrantes do partido, que nunca foram objeto de sincero reconhecimento. 

"Sabemos que as instituições de investigação não são tão equânimes, mas o fato de não se investigar os outros não significa que não havia problemas também no caso do PT".