quinta-feira, 13 de abril de 2017

ODEBRECHT: 78 ESECUTIVOS REVELAÇÕES DEVASTADORAS



Simplesmente devastadoras são as revelações em áudios dos 77 executivos da Odebrecht, principalmente os de Marcelo e de seu pai, Emílio Odebrecht, e não se sabe os desdobramentos e no que isso vai dar.

O Congresso está paralisado e não se sabe como as reformas essenciais podem ser aprovadas, principalmente as da Previdência, Trabalhista e política.


Temer deveria contribuir para antecipar as eleições. 
Vejam os comentários que seguem: 
A cada denúncia sobre seu papel protagonista no maior escândalo de corrupção da História, o ex-presidente Lula nega ser o ladrão que as delações revelam, reclama de “perseguição” e “vazamentos seletivos”, chama os delatores de “mentirosos” etc, mas nem sequer ameaça processá-los. Marcelo Odebrecht, o mais devastador dos delatores, revelou vários pagamentos de propina a Lula, o “Amigo” da Odebrecht.
A força-tarefa crê que Lula e Dilma não processam Marcelo Odebrecht, por exemplo, porque o empresário guarda ainda de muitos segredos.
Se mentisse ao confessar pagamentos de propina a Lula, Marcelo Odebrecht estaria sujeito a processo por crime de calúnia.
A cada depoimento, a Justiça conhece os detalhes mais sórdidos da relação promíscua de Lula e Dilma com a Odebrecht.
Dilma se diz vítima daqueles que, para se livrar de prisão, “inventam fatos” tentando envolvê-la no caso. Mas não processa os delatores.
Não há na Lista Fachin nenhuma grande surpresa, mas da relação de investigados estão políticos que sempre fizeram pose de vestais, comportando-se como freirinhas inocentes no meio de um “bordel chamado Congresso”. Entre os “santos do pau coco” estão a ex-deputada Manuel D’Ávila (PCdoB) e a não menos auto-canonizada deputada Maria do Rosário (PT-RS), ambas na folha da Odebrecht.
Vanessa Grazziotin (AM) levou R$1,5 milhão. Seu codinome, “Ela”, porque era a única mulher do PCdoB a negociar propina na Odebrecht.
Carlos Zarattini, líder do PT, é acusado de ajudar a Odebrecht a vender um shopping por R$800 milhões ao fundo Previ (Banco do Brasil).
A Odebrecht diz que Aloysio Nunes (PSDB-SP) pediu e levou R$500 mil no caixa 2. Ele ameaçou processar a coluna, que avançou a notícia.
O ex-executivo da Odebrecht Alexandrino Alencar confessou à Justiça pagamentos de R$ 150 mil para a deputada petista Maria do Rosário. Contou que ela se relaciona com a empreiteira desde 2008.
Tanto Fernando Reis, ex-presidente da Odebrecht Ambiental, quanto Alexandrino Alencar, ex-executivo do grupo, destacaram o “potencial” de Vanessa Grazziotin e Maria do Rosário para justificar a propina.
Ao delatar o senador Romero Jucá (PMDB-RR), o ex-executivo da Odebrecht Cláudio Mello Filho revelou que havia “taxa de sucesso” da corrupção. Entregado o que prometia, o político comprado levava mais.
Ao contrário do divulgado “analistas” e “especialistas”, o Congresso não ficou às moscas em consequência da Lista Fachin. É que deputados e senadores, como sempre, decidiram vazar para antecipar o “feriadão”.
O feriadão iminente e a ressaca da Lista Fachin esvaziaram a reunião da Frente Parlamentar Mista das Micro e Pequenas Empresas no Congresso. Dos 387 membros, apenas dez parlamentares apareceram.
Os arquivos digitalizados da Lista de Fachin contêm cópias dos documentos que fundamentam as ações e também os vídeos dos depoimentos. São 190 Gigabytes de inquéritos e 120 Gb de petições.
Paulo Medina foi afastado do Superior Tribunal de Justiça, acusado de corrupção, quando presidia a Associação dos Magistrados. Agora, outra entidade, a dos Juízes Federais (Ajufe), tem um ex-presidente na Lista de Fachin: Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão. Fonte: http://diariodopoder.com.br/ 13/04/17

"Seguir as leis"

O Globo, em editorial, tentou apontar o caminho de agora em diante:
"O cenário é de uma grande implosão, com escombros por todos os lados, à espera do trabalho de rescaldo e remoção. Não será fácil, mas é essencial, para que se possa começar a reconstrução em outras bases — e sem que o país pare. Era esperada uma grande repercussão da lista de Edson Fachin, ministro do Supremo que herdou de Teori Zavascki a relatoria da Lava Jato na Corte. Mas, quando se constata o número de inquéritos instaurados pelo ministro, a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e ainda as dezenas de nomes remetidos para a primeira instância, confirma-se que de fato o modelo político-eleitoral, a cultura do fisiologismo, os usos e costumes deletérios na forma de se fazer política, por todos os grandes partidos, chegaram ao limite no país. Esta, porém, é uma boa notícia, porque permite o reforma do sistema e o fortalecimento da democracia. Resta conter danos colaterais (...).
O terremoto causado pela Lista de Fachin continuará a reverberar com a divulgação da íntegra dos depoimentos e vídeos. O governo Temer e políticos com alguma consciência não têm alternativa a não ser aprovar a reforma da Previdência, essencial para garantir a estabilidade do país, e continuar a trabalhar para que os vitoriosos nas eleições de 2018 tenham condições mínimas de governabilidade.
Temer, político sem aspirações eleitorais para 2018, não está em questão. Em jogo encontra-se o país. A partir de agora, ficará exposto quem colocar o projeto pessoal acima de tudo, de maneira inconsequente. Quanto à Justiça, é essencial que tudo tramite da maneira mais rápida possível, até para que se tornem claras as nuances dos delitos de que cada um é acusado. Cedo ou tarde chegaria o momento desta purgação na política. Agora, trata-se de, como nunca, seguir leis e a Carta".

A implosão de LulaSó um golpe pode impedir a prisão de Lula. A Odebrecht mostrou exatamente quem ele é. Mas isso não é tudo. Na próxima semana, João Santana e sua mulher vão depor em Curitiba. E, em seguida, será a vez de Léo Pinheiro. Lula não vai mais poder sair às ruas. O ranking da propina

 “Os crimes que serão investigados nos 76 inquéritos da lista do ministro Edson Fachin envolvem pagamentos a políticos que chegam a 451 milhões de reais”, diz o Estadão. Isso inclui 204,9 milhões de reais em propinas para o PT, 111,7 para o PMDB e 52,2 para o PSDB. Os 300 milhões de reais em propinas para Lula, Antonio Palocci e Guido Mantega não fazem parte dessa conta, porque seus casos serão julgados em Curitiba. Fonte: http://www.oantagonista.com/ 13/04/17
Lula pediu à Odebrecht 40 milhões de dólares em propina
Em contrapartida, o então presidente liberou 1 bilhão de dólares em financiamentos do BNDES que interessavam à empreiteira
Revista VEJA, por Rodrigo Rangel, Daniel Pereira 12/04/17
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu 40 milhões de dólares à Odebrecht em troca da aprovação de um financiamento bilionário para obras de interesse da companhia em Angola. A afirmação é de Marcelo Odebrecht, o ex-presidente da empreiteira. Em depoimento ao juiz Sergio Moro, ele contou ter sido procurado entre 2009 e 2010 por Paulo Bernardo, então ministro do Planejamento, que em nome de Lula disse que o governo poderia aprovar o financiamento de 1 bilhão de dólares desde que a empresa pagasse os 40 milhões. Àquela altura, Lula era presidente da República.
“Nós tínhamos interesse, era exportação de bens e serviços, nos tínhamos fechado vários contratos em Angola e que só demandavam essa linha de crédito para fazer exportação de bens e serviços. Quando veio essa negociação, de 1 bilhão, como sempre a gente fazia, a gente tentou mostrar com embasamento técnico que ali era importante […] Nunca tinha tido uma solicitação até porque era uma coisa legítima. Já no caso específico dessa negociação, 2009 e 2010, até acho [que era] porque estava se aproximando a eleição, veio o pedido solicitado pra mim por Paulo Bernardo na época, que veio por indicação do presidente Lula, para que a gente desse uma contribuição de 40 milhões de dólares e eles estariam fazendo a aprovação de uma linha [de crédito] de 1 bilhão de dólares”, disse o ex-presidente da Odebrecht.
Como o dinheiro teria origem em negócios em Angola, Odebrecht conseguiu com a cúpula petista descontar 10% do valor, referentes ao custo da operação para transferir a cifra para o Brasil. Convertido ao câmbio da época, ao fim e ao cabo o repasse foi de 64 milhões de reais. O valor foi creditado diretamente na conta paralela que o PT mantinha junto à Odebrecht – e que era gerenciada pessoalmente por Marcelo Odebrecht. Uma parte desses recursos, como revelou o próprio empreiteiro, foi usada para pagar despesas de Lula.
É a primeira vez que vem a público um testemunho em que Marcelo Odebrecht afirma, com clareza, que o ex-presidente pediu dinheiro para abastecer a chamada conta da propina do PT – da qual ele próprio foi beneficiário, segundo o empreiteiro.
A conta registrou créditos de mais de 200 milhões de reais. Dela eram debitados repasses que a Odebrecht fazia ao partido e a seus dirigentes, de acordo com a necessidade. A Moro, Marcelo Odebrecht deixou claro que os créditos, invariavelmente, vinham de propinas negociadas com a cúpula petista.
Além do valor pago em troca da liberação do financiamento de 1 bilhão que bancaria contratos da empresa em Angola, Odebrecht conta que um outro aporte, de 50 milhões, veio de um pedido feito pessoalmente a ele pelo então ministro Guido Mantega. O valor foi liberado em troca de uma medida provisória editada pelo governo petista que beneficiou a Braskem, braço petroquímico do Grupo Odebrecht.

quarta-feira, 5 de abril de 2017

LAVA JATO PARA SINDICATOS



Uma Lava Jato para investigar os sindicatos?

Operação mergulharia nas finanças do meio sindical, para que a sociedade conheça como é usado o dinheiro dos trabalhadores


El País – por Juan Arias (*) 04/04/17 
 



Todo mundo fala na necessidade de uma lei de reforma eleitoral como antídoto contra a corrupção que se aninhou na classe política e contra a loucura que significa haver 30 partidos representados no Congresso. Seria esse mar de sindicatos o mais numeroso do mundo? E o imposto sindical obrigatório que retira um dia de salário por ano de todos os trabalhadores, sindicalizados ou não, com uma arrecadação anual de mais de 3 bilhões de reais? Com o fato adicional de que as organizações sindicais ainda gozam da prerrogativa de não ter de prestar contas dessa arrecadação bilionária a nenhuma autoridade do Estado ou do Governo, outro presente que lhes foi dado pelo ex-sindicalista Lula. Com essa montanha de sindicatos para os trabalhadores privilegiados que têm seu posto de trabalho garantido, quem se ocupa dos 14 milhões de desempregados, abandonados à sua própria sorte? Segundo alguns especialistas, a obrigatoriedade do imposto sindical para trabalhadores não sindicalizados fere a liberdade, a autonomia do trabalhador e a liberdade sindical. Além disso, hoje, os dirigentes sindicais acabam virando também políticos ou politizados, expostos aos pecados da corrupção. Quantas campanhas eleitorais não terão sido sustentadas ilegalmente com dinheiro sindical?
Há quem diga que haverá, por isso, uma nova Lava Jato que mergulharia nas entranhas financeiras do meio sindical, para que a sociedade pudesse conhecer como são usados esses bilhões provenientes dos trabalhadores. O Brasil está tentando promover uma faxina no mundo político para abrir novos caminhos legais para o financiamento das campanhas, muitas delas, pelo que se revela nos tribunais, fruto de dinheiro sujo das empresas. Por que não fazer algo semelhante no mundo das finanças sindicais? É um dever para com a sociedade como um todo e em especial com os trabalhadores. Um dever para com esses milhões de pessoas que sofrem com o peso do desemprego, que já provocou dezenas de suicídios.
Seria injusto e doloroso para esses desempregados descobrir que o dinheiro sindical, do qual lhes chegam apenas algumas migalhas, corre solto pelos atalhos da ilegalidade. Trabalhadores e desempregados têm o direito sagrado de conhecer com toda transparência como é usado esse dinheiro gerado pelo seu esforço.
(*) Juan Arias é jornalista e escritor espanhol  estudou filosofia, teologia, psicologia, línguas semíticas e jornalismo na Universidade de Roma, Itália. Na Biblioteca Vaticana, descobriu  o único códice existente escrito no dialeto de Jesus, procurado há vários séculos. Durante catorze anos, foi correspondente do jornal El País no Vaticano, acompanhando os papas Paulo VI e João Paulo II. É autor de vários livros, publicados em mais de dez idiomas: El Dios en quien no creo, Savater: El arte de vivir, José Saramago: El amor posible, entre outros. No Brasil, publicou Confissões de um Peregrino; Jesus, esse grande desconhecido; A Bíblia e seus segredos, todos pela Objetiva. Atualmente, é correspondente do El País no Brasil.