domingo, 11 de março de 2012

GERAÇÃO Y >>>Os nascidos nas décadas de 80 e 90


                                                    GERAÇÃO Y
                       Os nascidos nas décadas de 80 e 90

                                          THEODIANO BASTOS (*)

Ao contrário das gerações anteriores, quando prevalecia entre os jovens a desesperança, a Geração Y mudou muito: “Entre mudar o mundo e ganhar dinheiro, os jovens estão optando pelos dois”.


O grupo é formado por pessoas competitivas, pouco afeitas a ideologia política, focadas em ganhar dinheiro e subir na vida. Mas também preocupados com a preservação do meio ambiente, mas afeitos a saltar de um emprego para o outro e que preferem se comunicar um o outro por meio de redes sociais, não sabem como viver longe da tela do computador e dificuldade no contato pessoal.
“Os jovens informados e conectados de hoje, diz ele, sabem tantas coisas novas que mais importa ouvi-los, “não dizer a eles, mas com eles”, diz FHC no livro “A Soma e o Resto”.

COMENTÁRIOS:
Os últimos 8 anos apagaram toda a ideologia ou busca de ideais. O lema é: pagando bem que mal tem?;

Sou pai de dois casais e avô de sete netos (quatro netos e três netas) e sempre lembros a todos de que Viver é saber administrar as frustrações da vida, diz o autor do blog, Theodiano Bastos.

“Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil”...
Diz ELIANE BRUM, jornalista  escritora

Considerei, entretanto, que se justificava aproveitar este espaço da mídia impressa para mostrar algumas destas opiniões.
A imensa maioria confirmou a opinião do jovem.
@Edthe: É um sinal de como está nossa era. Juventude sem ideais é protótipo de uma pessoa fracassada no futuro;
@marlonjlima: Concordo plenamente. Os últimos 8 anos apagaram toda a ideologia ou busca de ideais. O lema é: pagando bem que mal tem?;
@andredutra12: Os poucos jovens com ideais nem sempre são ouvidos e talvez acabem deixar aquilo morrer consigo. Temos que inspirá-los!;
@DorgivalJR: Sou Qualificador Profissional do Pro-Jovem e eles falam sempre que estão “deixando a vida me levar”, mas para onde?;
@giordanobr: Triste, porém atual. Mostra como a minha geração está desnorteada, sem rumo e sem objetivos. O sonho está acabando;
Outros chamam atenção de que o problema pode não ser apenas desta geração.
@Cesaurio: Pouca gente tem ideais hoje em dia... Mas... Será que muita gente os tinha nos anos de 1960?;
@allenfranco: Não são apenas pessoas jovens que têm estes problemas, muitos de seus colegas no Senado também têm este "problema" em comum.
Alguns insistem que têm ideais e amigos idealistas, embora faltem condições para que aqueles apareçam.
@roneyb: Há um paradoxo em um jovem dizer que jovens não têm ideias. Parece-me mais a velha baixa autoestima atacando;
@lovingunme: Creio que ele não tenha os amigos ideais. A juventude não está perdida, há quem permaneça na luta, na militância;
@pjrecords: Esse cara é que não tem ideais, todo mundo tem objetivos, só que não são compreendidos. Talvez por ignorância nossa;
@luhan_amaral: Acho triste juventude sem ideais. O ideal vem do (auto) conhecimento, que vem da educação, que vem da cultura. Perdeu-se algo;
@jujubamenegaz: Esta frase não me espanta. Nossa geração é muito fraca. Quer um corpo sarado, ganhar um milhão e passar o carnaval em Salvador. E quando o ano começar, depois das festas, quem sabe poderemos mudar o mundo em um segundo;
@liviafragoso: É. Eu sinto uma imensa falta de pessoas com quem debater assuntos interessantes e olhe que eu só estou pedindo isso;
@Alexandredantas: Acho isso comum. Ninguém mais tem aqueles ideais de antigamente. Ninguém mais tem aquele desejo de mudar o mundo, é uma pena;
@josietemendes: As pessoas no geral estão com preguiça de pensar. E nos jovens vejo, além disso, eles têm preguiça de ler, pesquisar...
Outros explicam as causas da falta de idealismo.
@JOR6INHO: As pessoas abandonam seus ideais não por opção, mas pela pressão vivida numa sociedade consumista oposta a qualquer ideal;
@fabianoaas: Os pais não educam mais os filhos para almejarem melhorias em suas vidas mediante seus esforços. Vive-se por viver apenas;
@camila_XD: Às vezes é desesperador. Você olha para os cenários político e social e nada muda para melhor. Aí é de se pensar "ideais para quê?";
@senhordelicio: Quando se vive em uma sociedade em que predomina o incentivo ao consumo desenfreado, o que esperar senão a alienação?;
@FabioSA: É fácil, não existem muitos jovens com formação madura ou com opinião própria sobre assuntos importantes como: política e educação.
Importante, porém é saber que apesar de todos os erros das gerações mais velhas, de nossa incompetência para inspirar os jovens, eles ainda tomam o tempo para dialogar sobre a crise de seus ideais.
Ainda menino, o carioca Caio Braz, (Jovens- Inspiradores, http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/pense-grande-comece-pequeno-e-ande-rapido), hoje com 22 anos, alimentava o desejo de mudar, em alguma medida, o mundo. A chave para a ação, contudo, só apareceria anos depois, quando Caio topou com uma frase proferida por Guy Kawasaki, uma das mais importantes figuras do Vale do Silício, polo americano das indústrias de tecnologia: "Tente resolver um problema seu e você estará resolvendo um problema da humanidade". Imediatamente, o jovem se voltou a seus problemas.


Kahlil Gibran em O Profeta: “Seus filhos não são seus  filhos. Mas sim filhos e filhas do anseio da Vida por si mesma. Eles vêm por meio de vocês, mas não provêm de vocês. E embora estejam com vocês, não lhes pertencem. Vocês podem lhes dar seu amor, mas não seus pensamentos. Pois eles têm pensamentos próprios. Podem abrigar seus corpos, mas não suas almas. Pois as almas deles residem na morada do amanhã, que vocês não podem visitar nem mesmo em sonhos.”
                 ***
Os jovens de 18 a 30 anos não procuram o psicanalista pelo fato de reprimirem seus desejos, mas porque não sabem o que desejam. Antes procuravam porque não ousava realizar seus desejos. Hoje é a busca rápida do prazer. A idéia é aproveitar sem se envolver, o sexo sem compromisso, o prazer ocasional, sem compromisso... .Busca imediata de prazer máximo, sem freios nem restrições. O mundo virtual pela internet... Ali qualquer um pode viver uma série de vidas sucessivas sem nenhum compromisso definitivo.
As pessoas querem se distanciar da realidade, não querem um limite. NOS PERÍODOS DE CRISE MORAL, COMO O ATUAL, até a capacidade de sonhos foi destruída; é o hoje, o agora, nada de futuro...                         
Vivemos a era da incerteza, do lusco-fusco, aurora e trevas, o sol da madrugada, a era dos extremos. Os muros caíram os sonhos se desvaneceram, ideologias não exercem mais fascínio, como também um curso, um diploma que garanta mais emprego. Estudar para quê?  Perguntavam os jovens das gerações anteriores. Como dissipar a ansiedade dos jovens que não conseguem entrar no mercado de trabalho e dos desempregados que não sabem como voltar a ele?  A verdade é que vivemos em um mundo no qual a única certeza é a de que tudo muda ou pode mudar. Algum tempo atrás cada geração vivia melhor que a anterior. Agora não é bem assim. Está se desconstruindo um mundo sem construir uma coisa nova em seu lugar. Vazio existencial, falta de amparo emocional no seio da família, ausência de perspectivas de vida decorrente da falta de trabalho, enfim, caminhamos para o desconhecido. Para onde vamos? Cada vez mais homens sem rostos, que acreditam serem deuses e que elegeram o dinheiro como uma religião universal, tomam decisões nas empresas transnacionais que afetam a vida dos cidadãos em todos os cantos do mundo. O desenganjamento é a característica dos nossos tempos. As pessoas estão desiludidas politicamente, e mesmo quem não está fica desorientado. Hoje os adversários são muito mais difusos. Uma grave ameaça à democracia participativa. Estamos cada dia mais desesperados e infelizes com o estilo de vida que levamos. O estilo de vida é de uma velocidade vertiginosa, ninguém tem mais tempo para a reflexão sobre o significado da vida, a meditação ou a contemplação. Isso é enlouquecedor. Estresse, ansiedade, angústia, correria. Globalização da economia, homens e mulheres transformados em mero consumidores de coisas.
Nas condições atuais divertir-se é alienar-se.  Comprar coisas, o novo ópio.
O desemprego deixou de ser um mal econômico e social e passou a ser um bem econômico. As corporações multinacionais anunciam programa de desemprego e suas ações sobem nas bolsas, pois isso representa mais enriquecimento dos acionistas e executivos. O dinheiro, o dólar, cultuado como o “Bezerro de Ouro” Bíblico, “América, terra de ganâncias ilimitadas e esperanças traídas”.
O medo dos pobres, o crime organizado, o fundamentalismo islâmico. O desencanto com as religiões, a desilusão com o materialismo, a sede de Deus, os moços abrindo a porta do inferno com as drogas (75% homens 20% mulheres e apenas 30% se curam), a violência grassando nos quatro cantos do mundo. Crianças matando os pais, professores e colegas nas Escolas. A mídia eletrônica (TV vídeo, cinema, internet) cultuando agressividade nas crianças e contribuindo para o desenvolvimento de uma sociedade cada vez mais violenta, o surgimento dos serial killlers juvenis. “Violência é definitivamente coisa de garoto e uma tendência masculina” (90% homens, 10% mulheres). Eros e Tanatos, amor e morte, as profecias de Nostradamus prevendo a batalha de Armagedom que fica ao lado do Monte Carmel em Israel, as figuras sinistras de Gog e Magog, os quatro cavaleiros do Apocalipse: morte, fome, peste e guerra do “Livro das Revelações” das Bíblia, um texto fantástico e confuso de São João.

Agora descobrem na biblioteca Nacional de Israel manuscritos de Isaac Newton “Os segredos de Newston”, revelando que o mundo deve acabar em 2006, baseando-se no texto bíblico do Livro de Daniel. “Ele pode acabar além desta data, mas não há razão para acabar antes”, revela. Segundo ele, l.260 anos se passariam entre a refundação do santo Império Romano por Carlos Magno, no ano 800, e o final dos tempos.
Tudo isso torna confuso a cabeça dos moços, que precisam ser sacudidos para tirá-los da passividade. Muitos estão num nevoeiro, não enxergam bem o caminho, não têm projeto de vida, não têm esperança. Tão inclinados às ilusões quanto às desilusões, nos jovens o que prevalece não é a esperança de um progresso humanizado, de libertação, mas de exploração, da opressão, do poder de destruir. A realidade virtual, grandes ambições com poucos esforços”. Gostaria de vê-los mais inquietos, mais pensantes, menos centrados no próprio umbigo“, diz a escritora Fanny Abramovich,  Nunca foi tão difícil ser adolescente. Dentro das brumas do amanhecer do novo milênio, os jovens estão marcados pelo dasajustamento entre o sonho e a realidade. Sentem dificuldade de superar o real do virtual: sexo virtual, ambições virtuais ilimitadas, violência virtual, tudo superexcitante, nada satisfaz.

O Jornal do Brasil, caderno B de 31/05/98 , traz uma longa entrevista de Regina Zappa com o pesquisador alemão Jo Groebel, assessor dos Governos da Alemanha e Holanda, e da UNESCO. Em 2 anos de pesquisa visitou 23 países, inclusive o Brasil, ouviu 5000 meninos e meninas de 12 anos, cristãos e muçulmanos. É o retrato da influência da mídia eletrônica: 44% das crianças não conseguem diferenciar a realidade do que vêem na telinha. Passam 50% mais tempo vendo TV, do que fazendo qualquer outra atividade fora da Escola, como leitura, dever de casa, esporte, conversa com a família. 50% das crianças pesquisadas estão ansiosas, a maior parte do tempo.

Em cada programa de uma hora exibido na TV, há entre 5 e 10 ações violentas. A violência na TV é apresentada como coisa normal, divertida, recompensada e inevitável. “O que vemos é promoção sistemática da cultura da violência. Em detrimento da cultura pacífica”. “A violência compensa”, diz o pesquisador, que recomenda neutralizar todo esse mal com muita conversa, orientação e reflexão dentro da família e da escola, e código de conduta e ética para a mídia.
Martin Luther King, em 1964: “O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem-caráter, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons”

“Diz o psicanalista francês Charles Melman, (Veja 23/04/08 pág. 92) Assistimos hoje a um acontecimento que talvez não tenha precedente na história, que a dissolução do grupo familiar. Pela primeira vez a instituição familiar está desaparecendo, e as conseqüências são imprevisíveis”


                    

domingo, 4 de março de 2012

O ENIGMA FEMININO


           MULHER VERSUS HOMEM?                   OU O ENIGMA FEMININO
          THEODIANO BASTOS

                          


Aviso aos navegantes: tenho 9 mulheres na minha vida, a esposa (com quem sou casado há 57 anos em 2018), duas filhas, irmã, três netas e duas noras e convivo muito bem com todas elas.


                         Mulheres e homens se completam: são antagônicos — distantes um do outro — mas aspiram à união e têm como objetivo comum a felicidade, como ensina o I Ching, o famoso oráculo chinês: São “almas que se completam”, já dizia Platão. A vertigem da vida moderna e sua cultura dominada pelo hedonismo que faz do prazer a única razão de viver, tem seu preço na forma de angústia existencial. Talvez isso explique o que vem sendo observado por estudiosos: um agravamento da insatisfação feminina, principalmente. A senhora está casada há mais de quarenta anos com a mesma pessoa. Isso ajuda a entender de casamento e relacionamento amoroso, pergunta a jornalista Sandra Brasil em VEJA de 21/03/07. Responde Lídia Rosenberg Aratangy, terapeuta de casal há mais de 30 anos:
 “Eu não estou casada com a mesma pessoa e também não sou a mesma pessoa. Tanto eu como ele passamos por mudanças, evoluções e involuções. Em algumas coisas, eu era muito melhor há dez anos. Em outras, sou melhor hoje. Cada mudança traz risco, mas o congelamento do vínculo é um risco maior”
 
Casado há 55 anos com a mesma mulher, posso afirmar que a Dra. Lídia está certíssima nas suas afirmações sobre as mudanças do casal ao longo do relacionamento.
O que diferencia uma pessoa de outra, um homem de uma mulher, não é a quantidade maior ou menor de neurônios, mas a capacidade de ativar e acessar o potencial cerebral, a cognição, a programação e acima de tudo a superação dos “vírus”, os bloqueios no “inconsciente pessoal”, isto é, fruto das experiências gravadas na memória consciente, fruto da existência pessoal, como também no “inconsciente coletivo”, onde estão armazenados os conhecimentos e sabedorias de nossos ancestrais, fala C.G.Jung. Isso faz a diferença. Anelos, medos, ansiedades, defesas, ilusões, ódio, neuroses, são “vírus” que limitam e bloqueiam o uso satisfatório do cérebro humano. Consegue mais quem supera os bloqueios. Há áreas em que o cérebro masculino é insuperável e estão como provas insofismáveis as espantosas descobertas em todas as áreas do conhecimento humano, enquanto as mulheres são igualmente insuperáveis em outras áreas, por sua maior sensibilidade e intuição e, acima de tudo, sua programação biológica para a preservação da vida e da espécie humana. Na área do sentimento, na faculdade de sentir, na sensibilidade, seis áreas do cérebro feminino são ativadas, “parece uma árvore de natal” quando ativado, enquanto nos homens apenas duas áreas são ativadas. É o que comprovam estudos da fisiologia cerebral humana. As armas de destruição em massa, infelizmente, foram descobertas e aperfeiçoadas pelo homem. Vivemos nesse início de século XXI ainda em clima nebuloso e ameaçador. Continuamos num baile de máscaras, com cada um de nós escondido atrás das personas, ocultando o “eu real”, mostrando na representação da vida apenas a outra face, a do “eu idealizado”. No teatro da vida procura-se representar para os outros a máscara por trás da qual nós nos disfarçamos na existência. Daí o acirramento do conflito masculino-feminino.
                        
 

                          ANIMA E ANIMUS
                          Diz Freud que em toda relação sexual participam seis pessoas, ou seja, cada parceiro carrega consigo duas tendências, a masculina e a feminina, ligadas à identificação com a mãe e o pai de cada um dos parceiros, e Freud conclui pela bissexualidade de todos nós. O homem tem seu lado feminino, a Anima, e a mulher o Animus, o lado masculino. Se o lado feminino do homem se desequilibra ele se torna gay e se o mesmo acontece como o lado masculino da mulher, ela se torna lésbica. Segundo a noção tântrica existe o deus e a deusa dentro de cada um dos parceiros – a deusa Shakti e o deus Shiva. O Tantra abraça a noção de que cada um de nós tem dentro de si um homem e uma mulher. Quando a pessoa se une ao parceiro, se une com a outra metade de si mesmo, formando um todo. Por isso o sexo sem afeto é um sexo triste.

.                        Anna Sharp, em entrevista a revista Elle, falando de seu livro “Resgate de um casamento”, mostra a realidade vista do avesso e diz: “Todos os homens nasceram de nossas barrigas. Foram educados para serem o que são, por nós, mulheres. Somos vítimas e também algozes e erramos quando olhamos o homem como banco de provisão. “Colocamos nele nossas responsabilidades; projetamos nele nosso papai ideal”. A escritora feminista Phyllis Chesler, autora do best-seller “As mulheres e a loucura”, publica um novo estudo no qual diz que as mulheres não são vítimas tão indefesas do machismo e do patriarcado como se imaginava, mas, invertendo essa ortodoxia, são criaturas muito perversas e maquiavélicas e garante que a mulher pertence ao gênero mais maléfico da espécie, tendo como alvo principal, não os homens, mas as próprias mulheres; diz ainda a polêmica escritora americana Phyllis Chesler que as mulheres são peritas nas agressões indiretas, um método cuidadosamente elaborado, com base na fofoca, manipulação e rasteiras, ao gosto de quem prefere o combate na surdina do que o ataque de frente. As mulheres sempre temem a língua das outras mulheres, isso é sabido. Em contrapartida, diz o famoso advogado criminalista Waldir Troncoso Peres em sua entrevista ( Veja 30/11/94): “O espírito do homem é porco. Por ali passam desejos de todos os matizes, que são os mais cruéis e terríveis. O mais generoso dos homens já deve ter desejado a morte de uns 100”, e sobre as mulheres diz: “Enfim, homens e mulheres aspiram à união e ao mesmo objetivo: a felicidade. A respeito, vejam a letra de uma antiga marchinha de carnaval: “Varão, varela ou varunca/ Todo homem tem de ser/ Varão, varela ou varunca, ai, ai, ai / Pra ser vencido ou vencer/ Varão, que bom ser varão, é só ele que manda, a mulher não manda, não/ Varelela, é sempre varela, um dia manda ele, no outro manda ela/ Mas, coitado do “varunca”, aí, aí, aí, este não manda nunca” Vivamos a diferença”. Feminista para mim é o machista de sinal trocado. — a ciência biológica atesta diferenças incontornáveis entre homens e mulheres. Que aprendamos a viver a diferença.

                        O ENIGMA FEMININO
                        — “Você namorou lindas e famosas: Britney Spears, Cameron Diaz e agora Jéssica Biel. O que aprendeu sobre as mulheres? “Nada, absolutamente nada. E acho que não vou aprender nunca.”, responde Justin Timberlake, famoso ator, cantor, dançarino e produtor americano para a jornalista de Veja Anna Paula Buchalla, demonstrando a eterna dificuldade dos homens em entender as mulheres.
Sexo sem afeto não lança uma ponte sobre o abismo entre o homem e a mulher, pois o amor é a resposta ao problema da existência humana e se duas pessoas estranhas uma à outra, como todos somos, subitamente deixam ruir a parede que as separa e se sentem próximas, uma só, esse momento de unidade é uma das mais jubilosas e excitantes experiências da vida, ensina o médico e psicanalista Erich Fromm, em “A Arte de Amar”: “esse milagre de súbita intimidade é muitas vezes facilitado quando se combina, ou se inicia, com a atração sexual e sua satisfação”.
Dessa forma, o sexo sem afeto não é como prazer ou felicidade sexual legítima. É mais um desejo de reafirmação perante a si mesmo e os demais.


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Por que Lacan disse que “A Mulher não existe”? Responde o psicanalista Lucas Nápoli: "Creio que essa frase seja uma das mais polêmicas já proclamadas pelo psicanalista Jacques Lacan. Mas creio também que isso se deva ao fato de a maior parte das pessoas não entenderem porque Lacan a disse e considerá-la apenas como mais uma justificativa para o preconceito segundo o qual a Psicanálise é machista. Portanto, vamos tratar de botar os pingos nos “is”. Uma das características mais geniais de Lacan era a sua capacidade de pegar as teorias elaboradas por Freud e tirar delas algumas frases de efeito. Esse é o caso de “A Mulher não existe”. É óbvio que Lacan não está dizendo que os seres do sexo feminino (com vulva, vagina, ovários e etc.) não existam. Ele não era psicótico a esse ponto. O que ele está dizendo é que as mulheres existem, mas A Mulher não. Para entender de onde ele tirou isso, convido meus caros leitor e leitora para um exercício de imaginação. Imaginem que vocês se encontram por volta das idades de 4 ou 5 anos. Agora, se imaginem (nessa idade) vendo os corpos nus de um menino e de uma menina. Qual a primeira diferença que vocês irão notar? É óbvio: que no menino há uma coisa entre as pernas e que na menina não há uma coisa no meio das pernas. Lembrem-se: nessa época (4 a 5 anos) a gente, mesmo que tenha lido os livros de ciência, ainda não tem como certa a existência do órgão sexual feminino (a vagina). Então, o que a gente vê é que no menino há uma coisa e na menina não há uma coisa. Qual a conclusão mais óbvia a ser tirada dessa visão? A de que o menino possui aquilo que na menina falta. Então, senhoras e senhores, como vai se inscrever na cabecinha de todos nós a diferença entre os sexos, quer dizer, como é que a gente vai interpretar o que é homem e o que é mulher? A partir desse objeto que o homem tem e a mulher não tem. Portanto, na nossa cabeça (Lacan diria, na ordem simbólica) a gente tem como dar uma resposta para a pergunta “O que é o homem?”. Qual resposta? “O homem é aquele que possui o objeto”. Agora, para saber o que é a mulher a gente só tem uma definição negativa: “A mulher é aquele ser que não é homem, ou seja, que não tem o objeto”. Mas essa resposta não serve! Afinal, a gente poderia dizer: “Beleza, se a mulher não é o homem então o que ela é?” É uma pergunta para a qual não se tem a resposta porque no caso da mulher não há esse objeto que a represente. Conclui-se então que a idéia do que é a mulher, de sua essência, de seu desejo realmente não existe. Por quê? Porque diferentemente do homem ela não tem um objeto que a represente – esse objeto Freud chamou de “falo”. Então, na nossa cabeça, no mundo simbólico, a mulher não tem representação. Por isso, Lacan diz que “A Mulher (e aí a gente pode completar com: “A mulher enquanto representação do que é a mulher”) não existe”. Isso é ruim? Ao meu ver, muito pelo contrário! Meus alunos e alunas de aulas particulares conhecem muito bem o que penso a respeito disso. Se a mulher não tem uma representação de si mesma, isso significa que ela pode inventar sua essência! É por isso, por exemplo, que nenhuma mulher gosta de encontrar numa festa outra mulher com o mesmo vestido dela. Mulher gosta de se sentir única, singular, exatamente porque ela não tem uma definição padrão do que é ser mulher. Já homem não. Homem gosta do mesmo, do padrão. Numa festa de gala, estão todos de terno. São raríssimas exceções os que querem se diferenciar – e não são vistos com bons olhos. Por isso, minha cara leitora, quando ouvir por aí um lacaniano dizer que “A Mulher não existe”, dê graças a Deus, pois ao “não existir” ela precisa “se fazer existir”, cada uma a seu modo…”, completa o professor Lucas Nápoli.