Prigozhin, O único russo que fala o que que, faz previsões catastróficas sobre rumos da guerra.
Chefe mercenário, diz que pode haver revolução na Rússia por causa das perdas na invasão da Ucrânia e comandantes militares serão punidos.
Ievgueni Prigozhin é um mistério: ao contrário de
todos os outros russos, fala o que lhe vem na cabeça, culpa a elite militar
pelos maus resultados de uma guerra em que, no “pior cenário”, a Ucrânia restaura
os territórios que tinha em 2014 e até insinua que seu patrono, Vladimir Putin,
é o responsável pelo fiasco de dimensões nada menos que existenciais.
Uma amostra da espantosa entrevista:
“Anunciamos a desnazificação da Ucrânia e o que
aconteceu? Transformamos a Ucrânia numa nação conhecida em todo o planeta. Hoje
eles são como os gregos antigos ou os romanos no auge”.
“No começo, eles tinham 500 tanques, agora têm cinco
mil. Se tinham 20 mil homens habilitados ao combate, hoje têm 400 mil. Então, o
que foi que desmilitarizamos?”.
“Acho que os ucranianos hoje têm um dos exércitos
mais fortes do mundo. Têm alto nível de organização, treinamento, inteligência
militar. Têm diferentes tipos de munição e são capazes de trocar de sistemas —
soviético, Otan, o que for — com sucesso”.
“Tirei 50 mil presos da cadeia; 20% deles morreram”,
disse o chefe do Grupo Wagner, que age na Síria e em países africanos e também
tem um “exército” digital para campanhas mundiais de desinformação.
Ele afirma que, de seus homens, morreram em Bakhmut
10 mil prisioneiros anistiados em troca de seis meses no fronte e 10 mil
voluntários “normais”. A Ucrânia, em troca, perdeu 50 mil
homens.
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