RICHARD BRANSON: AO INFINITO... E ALÉM Theodiano Bastos
RICHARD
BRANSON, 69 anos, é o criador do conglomerado
Virgin Group, com mais de 400 empresas e quer pôr turistas em órbita já no
próximo ano e ressuscitar os aviões supersônicos em voos transcontinental. Vale
a pena ler na íntegra sua entrevista na revista VEJA de 04/12/19, páginas
amarelas.
O
magnata britânico Richard Branson, abandonou a escola aos 16 anos por puro
tédio. Disléxico, ele tinha dificuldade em acompanhar as aulas. O Virgin Group tem um faturamento estimado em
20 bilhões de dólares por ano. Foi condecorado com o título de Cavaleiro Real no
palácio de Buckingham. Ele veio ao Brasil para promover o início dos voos de
sua companhia aérea no país, onde estreia a rota São Paulo – Londres em 29 de
março próximo e é otimista com o Brasil e diz que o mundo está bagunça no
momento, não só o Brasil e que vai instalar outras empresas por aqui.
O
Virgin Group autua, além da Inglaterra, na Índia, Austrália e agora no Brasil
Já há
uma data para o primeiro voo comercial ao espaço? Pergunta Felipe Carneiro de
VEJA
VIRGIN GALACTIC E VIRGIN HYPERLOOP
“Fizemos
um voo com cinco pilotos de teste há alguns meses. Deu tudo certo, e temos
outros planejados. Assim que que estivermos prontos, serei o primeiro não
tripulante a fazer viagem espacial na Virgin Galactic. Estou excitadíssimo.
Espero há muito tempo por isso. Desde que o homem pisou na Lua, para ser
honesto”. Vai ser fantásticos.
“Eu
treino para a vida. Sou um grande entusiasta da vida ativa e saudável. Treino
normalmente para kitsurf, para surfe, jogo tênis, ando de bicicleta. São
esportes que sinto prazer em praticar. E aqui e ali faço um teste de
centrifugação para acostumar o corpo às condições do voo espacial”, diz
Com a
Virgin Hyperloop temos nosso primeiro projeto na Índia, entre Mumbai e Pune, de
180 quilômetros, que começaremos a construir ainda este ano.
A Virgin Hyperloop
opera veículos sobre trilhos
eletromagnéticos, e acredito que será uma excelente solução para viagens. Uma
capsula vai levitar sobre ele graças à energia eletromagnética. Teremos painéis solares por todo o percurso
para abastecer os equipamentos, então a energia é 100% limpa.
PORTO ESPACIAL NO BRASIL
Se tudo ocorrer como nós esperamos, poderemos, sim,
abrir um porto espacial no Brasil
“A União Europeia foi criada porque todas as
gerações até 1950 guerrearam entre si. A ideia era garantir que, em vez de nos
matarmos, pudéssemos viajar e trabalhar juntos”
“Fizemos
um voo com cinco pilotos de teste há alguns meses. Deu tudo certo, e temos
outros planejados. Assim que que estivermos prontos, serei o primeiro não
tripulante a fazer viagem espacial na Virgin Galactic. Estou excitadíssimo. Espero
há muito tempo por isso. Desde que o homem pisou na Lua, para ser honesto”. Vai
ser fantásticos.
“Eu
treino para a vida. Sou um grande entusiasta da vida ativa e saudável. Treino
normalmente para kitsurf, para surfe, jogo tênis, ando de bicicleta. São
esportes que sinto prazer em praticar. E aqui e ali faço um teste de centrifugação
para acostumar o corpo às condições do voo espacial”, diz
VALE tem centro de
distribuição e unidade de pelotização no complexo industrial do Porto de Sohar
no Sultonato de Omã e é uma multinacional que orgulha o Brasil, tem
73.595 empregados e é uma mineradora multinacional brasileira e
uma das maiores operadoras de logística do país. É uma das maiores empresas de
mineração do mundo e também a maior produtora de minério de ferro, de pelotas e
de níquel.
Todavia
pesa contra esta empresa muitas mágoas entre os que foram demitidos, queixando-se
de que ela pratica um capitalismo cruel, dando o ouro mas tirando o couro e
quando o empregado fica doente e passa a sofrer problemas de saúde, fazendo o
trabalho de muitos, é demitida, embora pague todos os direitos. Uma delas
desabafou: “Essa empresa é cruel e desumana. Não merece o texto que o senhor
escreveu”.
Também há muitas mágoas entre as famílias que
perderam a vida no rompimento da barragem de Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019, com 253 mortos e 17
desaparecidos. vejam o que segue:
Com investimentos de US$ 1,36 bilhão, a VALE tem um centro de distribuição e unidade de pelotização no Complexo
Industrial do Porto de Sohar, no Sultanato de Omã, inaugurado em 2012.
Aproximidade com os centros internacionais
de Dubai e Abu Dabi, atrai muito turismo, que é muito forte na região. Cerca de 50% da população vive em Mascate, a capital de Oman e a planície costeira de Batina, no
noroeste da capital; cerca de 200 000 habitantes.
A unidade de pelotizadora está pronta para operar
com capacidade máxima de produção, de 9 milhões de toneladas métricas anuais de
pelotas de redução direta.
Conforme a Vale, a pelotizadora e o centro de distribuição, que permite
o armazenamento de grandes quantidades de minério bruto, atenderão a crescente
demanda por produtos de minério de ferro no Oriente Médio, Norte da África e
Ásia, incluindo Índia.
O complexo industrial da Vale é formado por duas unidades de
pelotização, cada uma com capacidade nominal de 4,5 milhões de toneladas
métricas anuais de pelotas de redução direta, e o centro de distribuição, com
capacidade de movimentação anual de 40 milhões de toneladas métricas por ano. Fontes: http://www.vale.com/brasil/ e https://exame.abril.com.br/
Por conta disso interessei-me em conhecer Oriente Médio: Sultonato de
Oman, com suas belezas belezas naturais, as cidades de Muscat, Salalah, Falaj
Al Sham, Al Amarat, Seeb e Rusayl, onde vagam rebanhos enormes de dromedários, parecendo
o Nordeste Brasileiro, com muitos coqueiros e bananeiras e barracas cobertas de
palha ao lado das excelentes estradas com frutas produzidas na região, como
coco, banana, melancia e outras através do YouTube do Google conhecemos toda a
região por vídeos documentários, Tours e fotos de drones. E aí também fomos conhecer os
Emirados Árabes e a belíssima Dubai e Abu Dabi. Povo muito simpático, alegre e acolhedor. Ler neste blog o texto O CAPITALISMO DE RAPINA
Caro leitor, Há
meses, reportagens da Crusoé vêm
alertando seus leitores para a existência de movimentos dentro do Judiciário
que tentam conter a Lava Jato, em particular, e o combate à corrupção, em
geral.
O objetivo parece ser
deixar tudo como sempre foi.
O
que essas reportagens revelaram é que togados de peso, a partir das altas
cortes de Brasília, alimentaram e/ou coordenaram a ofensiva para enfraquecer
órgãos de investigação e mecanismos de punição.
Parecia que esses
magistrados não podiam ser questionados. Parecia que suas decisões não podiam
ser contestadas. Eis que, a partir de Porto
Alegre, veio a contestação, na forma da aplicação da lei. Sim, os magistrados de Porto
Alegre disseram “não” ao STF de Dias Toffoli: Leia um trecho da reportagem exclusiva sobre o assunto que acaba de ser
publicada. A reportagem mostra como os
magistrados do TRF-4, de Porto Alegre, criticaram e questionaram a recente
decisão do STF que abriu brecha para a anulação de sentenças da Lava Jato: “O
Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o TRF-4, não apenas confirmou a segunda
condenação de Lula e elevou sua pena de 12 para 17 anos de prisão, como
resistiu a ser curvar ao recente entendimento produzido pelo STF de que réus
delatados, como o ex-presidente petista, devem ser ouvidos depois dos réus
colaboradores, como o empresário Marcelo Odebrecht, na fase das alegações
finais…”
Com seu voto, o
desembargador João Pedro Gebran Neto, do TRF-4, disse que não era possível
seguir a decisão do STF que já resultou, por exemplo, na anulação da condenação
que Sergio Moro impôs ao ex-presidente da Petrobras dos tempos de Dilma — e do
petrolão. Mas, afinal, quais podem
ser as consequências dessa insurgência contra o STF no combate à corrupção? E
para os corruptos? Veja o que diz a apuração
exclusiva: “No momento em que a Lava
Jato está na berlinda, acossada por uma série de derrotas impostas pelo
Supremo, o TRF-4 montou uma trincheira contra o revisionismo jurídico de
ocasião, afastou qualquer suspeita sobre a isenção dos juízes de Curitiba e
conferiu sobrevida à maior operação de combate à corrupção já deflagrada no
país…”
Com
a decisão do TRF-4, se o plano do ‘Lula Livre’ vingou no Supremo a partir da
revogação da prisão em segunda instância, os projetos ‘Lula Inocente’ e ‘Lula
Presidente’ ganharam novos obstáculos…”
O UOL perguntou ao general Maynard Santa Rosa, que se demitiu da
Secretaria de Assuntos Estratégicos, se ele tinha acesso a Jair Bolsonaro.
Ele respondeu:
“No início, sim. Depois foi ficando mais
difícil, porque o presidente se cercou de um grupo de garotos que têm entre 25
e 32 anos que fazem uma espécie de cordão magnético em torno e filtram o
acesso.” Ele explicou quem são os
garotos: “É
o Filipe Martins e essa turminha que controla as redes sociais. Tem mais
outros. Eles não alegam nada, simplesmente protegem e não chega na agenda do
presidente.”
Felipe
Martin é
assessor especial, “contratado para o aconselhamento do chefe de Estado sobre
temas internacionais e hoje um dos mais influentes do grupo que
gravita em torno dos presidente.”
Ele
montou o esquema na sala 315 do Palácio do Planalto, denominado um “gabinete do
ódio”, segundo reportagem intitulada “O Professor do Chanceler” de Veja de
06/11/19.
“Graças
à sua teia de relações com blogueiros, youtubers e editores de sites prontos
para o tiroteio nas redes sociais, ele cumpre a função extra de manter viva a
cruzada conservadora entre a militância de extrema direita, que é quase uma
seita de fanáticos”, conclui a jornalista Denise Chrispim Marin, autora da
reportagem.
“Se economia não reagir, esse governo não consegue se sustentar”
Em sua entrevista à Folha, a senadora
Simone Tebet disse acreditar que as declarações de Jair Bolsonaro e de seus
filhos podem pôr em risco a continuidade do governo.
“Só posso dizer que isso contamina e
atrapalha o próprio governo. Enquanto a gente avança com a pauta econômica,
muitas vezes vem uma fala infeliz ou atravessada do governo e paralisa os
trabalhos do Congresso Nacional.
Se a economia não reagir até o ano que
vem, se nós continuarmos com esse PIB pífio e não voltarmos a gerar emprego e
renda, se continuamos tendo esses números vergonhosos de desemprego, se
voltarmos a ver pessoas voltando para as ruas porque não têm um teto para
morar, esse governo não consegue se sustentar.”
Joice diz que 1,4 milhão de robôs seguem Bolsonaro
Na CPMI das Fake News, Joice Hasselmann
disse que, segundo peritos acionados por ela, 1,4 milhão dos seguidores de Jair
Bolsonaro no Twitter são robôs. De acordo com o mesmo levantamento, 468
mil robôs seguem Eduardo Bolsonaro. Vídeo: “Vinte mil por disparo”Joice
Hasselmann afirmou, em sua exposição na CPMI das
Fake News, que cada disparo realizado por robôs custa, em média, 20 mil reais,
e como ela mesma já havia dito, “há infelizmente dinheiro público por trás dos ataques
virtuais”.Usando
o caso recente das declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre um suposto financiamento do ator Leonardo DiCaprio à
organizações brasileiras que teriam provocado queimadas criminosas na Amazônia,
a deputada federal identificou 30 mil interações nas últimas 24 horas sobre o
tema. O ANTAGONISTA 04/12/19
Ex-aliado de
Bolsonaro desabafa: “Todo mundo vira traidor”
O
Antagonista, 02.12.19
Em entrevista ao Pânico, da Jovem Pan, o deputado federal Julian
Lemos, do PSL da Paraíba, disse que Jair Bolsonaro e seu entorno agem para destruir
reputações e classificam como inimigos todos aqueles que fazem alguma crítica
ao presidente ou aos seus filhos.
“Há um trabalho para destruir várias pessoas que eles compreendem
como desafetos, destruindo reputações mesmo”, disse Lemos. “Acho o presidente
um cara honesto, mas ele tem umas situações de ingratidão que machucam. Ele sai
destruindo a reputação, todo mundo vira traidor. […] Os deputados do PSL são
mal tratados. Tem deputado lá que não tem valor de nada.”
TEODIANO BASTOS FILHO pesquisa na Johns Hopkins
University, Baltimore/USA e na Ryerson University em Toronto/Canadá.
Ficará 30 dias na Johns Hopkins University,
Baltimore/USA, para uma estadia de pesquisa sobre Bioinformática e 60 dias na
universidade de Toronto/ Canadá, onde pesquisará sobre Engenharia Biomédica.
A Johns Hopkins University é dividida em nove
escolas, cinco das quais atendem estudantes de graduação e pós-graduação. Os
programas de pós-graduação de Hopkins incluem a Escola de Saúde Pública
Bloomberg, bem classificada e a Escola de Educação , Escola de Engenharia
Whiting , Escola de Medicina e o conceituado Instituto Peabody de música e
dança.
O Homewood Campus, um dos quatro campus da universidade em Baltimore e
arredores, é o principal campus para estudantes de graduação. Calouros e alunos
do segundo ano devem morar no campus. Mais de 1.400 estudantes participam da
comunidade grega. Hopkins também possui campi adicionais para sua Escola de
Estudos Internacionais Avançados em Washington, DC; Bolonha, Itália; e Nanjing,
China.
A
universidade expandiu-se substancialmente nos últimos anos com novos edifícios,
como o Mattamy Athletic Center, na histórica arena de Maple Leaf Gardens ,
antiga casa do Toronto Maple Leafs.
Os
serviços de administração da universidade também estão alojados em 1 Dundas e
495 Yonge Street.A universidade é composta por
mais de 39.000 estudantes de graduação, 2.600 estudantes de pós-graduação e
12.000 estudantes de educação continuada.Ryerson ocupa o 4º lugar em
Ontário e o 10º no Canadá por matrícula de estudantes.
A
Ryerson University abriga a maior escola de administração de empresas do
Canadá, a Ted
Rogers School of Management , e a terceira maior escola de
engenharia do Canadá, a Faculdade de Engenharia e Ciência da Arquitetura, bem
como a Faculdade de Artes, Faculdade de Comunicação e Design. , Faculdade de
Serviços Comunitários e Faculdade de Ciências.
Em
2017, a universidade foi aprovada pela Federação das Sociedades de Direito do
Canadá para começar a trabalhar no sentido de estabelecer uma escola de direito
focada em justiça social e inovação.A escola marcará a terceira faculdade de direito em Toronto após o
programa Osgoode de York e o diploma em direito da Universidade de Toronto.
Estamos
vivenciando a “A era dos extremos”, um desafio enorme para se construir uma
terceira via em meio à polarização entre Lula e Bolsonaro.
100% Moro
O PSL tenta atrair Sergio Moro para 2022.
Joice Hasselmann disse à Folha de S. Paulo que “o PSL raiz é o
único de fato que defende 100% a agenda do Moro. O governo por diversas vezes
boicotou a agenda do ministro, como no caso do Coaf”.
Até agora, segundo ela, Sergio Moro não manifestou interesse em se
filiar a um partido, mas “o PSL estará de braços abertos se ele decidir trilhar
esse caminho”.
Júnior Bozzella concordou:
“Se
o país tivesse possibilidade de ver o Moro filiado a algum partido político,
com certeza a gente faria todo esforço do mundo para que fosse neste PSL, que
sempre sinalizou e fez gestos em direção aos ideais e pautas que ele sustenta.”
https://www.oantagonista.com/ 25/11/19
Na
última eleição municipal de 2016, pela primeira vez, o PT ficou sem prefeituras
no Grande ABCD, o tal do cinturão vermelho e não venceu em nenhuma das grandes
capitais, apenas em Rio Branco no Acre.
O PT despencou para o décimo-quinto
lugar entre os partidos com mais prefeitos nas grandes cidades do país. Perdeu
do PHS, mas empatou com o PMN.
Em
busca do centro perdido
“Há espaço para o centro com Bolsonaro
e Lula dominando a cena política?” A pergunta foi feita por O Globo a Fernando
Henrique Cardoso, Rodrigo Maia, Mauro Paulino, Paulo Hartung e Carlos
Melo. IDADE
Mauro Paulino, do Datafolha, opinou: “O
clima de polarização divide o eleitorado brasileiro em três terços diante das
duas principais lideranças políticas: os pró-Lula, os pró-Bolsonaro e os
eleitores-pêndulo, que não são tão fiéis a esses personagens quanto seus
entusiastas, mas também não os rejeitam como seus detratores.” O pêndulo, por
enquanto, só tem de escolher entre pró-presidiário e anti-presidiário; e o
centro, na maioria das vezes, é pró-presidiário, porque foi cúmplice dele.
É preciso um rosto que deixe muito claro a que veio. Apenas
abraçar uma agenda reformista não transformará um candidato em um nome de
centro.”
Para superar os DEVOTOS DE LULA X DEVOTOS DE BOLSONARO
Em sua entrevista ao Correio
Braziliense, Joice Hasselmann foi questionada se vê risco de o governo de Jair
Bolsonaro se desfazer. Ela respondeu:
“Claramente, sim. Quantas vezes estive
no Palácio e o Paulo Guedes me falou: ‘Não aguento mais. Vou embora’. Ou o
presidente faz o reequilíbrio emocional urgente ou as pessoas vão embora. O
ministro mais novo que chegou, o Luiz Eduardo Ramos (da Secretaria-Geral da
Presidência da República), falou ‘Joice, eu perdi o brilho nos olhos’. Ele
acabou de chegar. Ninguém consegue aplicar aquilo que pode para ajudar o
presidente. Só o Paulo Guedes e o Sergio Moro têm essa possibilidade porque sem
eles há grandes chances de o governo sucumbir.”
Leiam a íntegra da entrevista ao
Correio Brazileiense:
Joice Hasselmann dispara: ''Bolsonaro age como vereador''
Após deixar a liderança do governo, deputada do
PSL critica a postura mercurial do presidente e o núcleo duro do Planalto
Correio Braziense, Bernardo Bittar - 24/11/2019
Rompida com Jair Bolsonaro há cerca de um mês, a deputada
de primeiro mandato Joice Hasselmann (PSL-SP) e ex-líder do governo no
Congresso, agora, descreve o presidente da República que tanto defendeu como
alguém que não está à altura do cargo que ocupa. “Ele é o homem mais importante
do país. Mas, às vezes, tem agido como se fosse um vereador. Quando pega o
telefone para dizer ao deputado: ‘vem aqui que vou te dar um carguinho para
você votar no meu filho na lista de líderes’. Caramba! É para negociar o cargo
de líder de um partido, uma coisa pequena quando se compara com um presidente
da República eleito com 57 milhões de votos”.
Alvo de ataques nas redes sociais após a família presidencial levar a público
brigas que antes ficavam restritas aos bastidores do primeiro escalão, ela tem
o também deputado Eduardo Bolsonaro (SP), que ainda não pôde deixar o PSL para
não perder o mandato, como um dos principais desafetos. “Nunca tive carinho ou
amizade pelo Eduardo, nunca houve essa aproximação. Prezo pelo diálogo e
descobri muito cedo que ele não cumpre a palavra. Não consigo respeitar alguém
que não cumpre a palavra”.
Às vésperas do fim do ano, Joice não faz mistério sobre sua meta para 2020 —
quer comandar a principal cidade do país e se coloca como pré-candidata do PSL
à prefeitura da capital paulista. Mulher mais bem votada de São Paulo, diz ter
sofrido provocações machistas e trabalha para se livrar do estigma de elitista.
“Quero vencer a eleição com a ajuda de todos. Não vou ser a prefeita de elite,
aquela que fica preocupada com as mazelas da classe A. A prefeita, ou pensa no
município como um todo, ou não está preparada”.
Com
as articulações do Aliança Pelo Brasil, o PSL é quem mais perde aliados. A
senhora fica no partido, mas como vai ser daqui pra frente?
Para nós, o PSL é dividido em Nutella e raiz. Os Nutella não concordam com
divergência, não gostam muito do processo democrático, mas gostam da imposição.
O grupo que é PSL de verdade optou pela democracia. Não pode haver uma ditadura
interna dentro do partido, que é o que se tentou fazer, inclusive com a troca
do líder (referindo-se à retirada do Delegado Waldir (GO), que foi substituído
por Eduardo Bolsonaro, eleito por São Paulo). Para o PSL raiz, seria uma bênção
que alguns saíssem. Há pessoas fazendo campanha para outro partido dentro do
PSL. O próprio líder, o deputado Eduardo Bolsonaro, faz campanha. Isso é uma
indignidade. Se está descontente, vá embora. Dizem que o problema é a regra
eleitoral e, sim, ela existe porque o país é uma democracia. Senão, vira
ditadura. Não há que se falar em “onda Bolsonaro”. Eu tive mais de um milhão de
votos. Os outros também tiveram seus votos. Nós ajudamos o presidente a se
eleger.
Ficou
algum ressentimento depois das mudanças? A senhora saiu da liderança do
governo, houve desavenças com o Eduardo Bolsonaro...
A gente só tem ressentimento com quem tem sentimento. Nunca tive carinho ou amizade
pelo Eduardo. Prezo pelo diálogo e descobri muito cedo que ele não cumpre a
palavra. Não consigo respeitar alguém que não cumpre a palavra. Aliás, essa
questão de não cumprir palavra é uma marca deles (referindo-se aos filhos de
Bolsonaro). Isso recai sobre o
presidente?
Com o presidente eu não fiquei ressentida, fiquei triste. Ele afastou todas as
pessoas que realmente gostavam dele, quem trabalhava pelo Brasil de verdade,
pessoas que largaram suas vidas para fazer campanhas para ele. Todo mundo que
se dedicou foi limado. Especialmente os que tinham capacidade de discordar. Não
nasci Bolsonaro. Quando comecei a apoiar essa ideia, ele foi à minha casa,
pediu para eu entrar no partido dele. Não existe uma dependência, não tenho
cordão umbilical com ele.
O
posicionamento de olhar para frente envolve a disputa pela prefeitura de São
Paulo?
O projeto inicial do partido é “Joice prefeita de São Paulo”. Mas há uma série
de pleitos legítimos para fazer prefeitos, governadores e, quiçá, um presidente
da República em 2022. A gente precisa entregar ao Brasil o que prometemos: um
presidente liberal, com diálogo, que ouvisse todos, ainda que discorde de
alguns; e não foi bem isso que a gente entregou. Houve um curto-circuito do que
prometemos e do que entregamos. Espero que a coisa se corrija nos próximos três
anos.
O PSL tem mais dinheiro em caixa. Vai receber R$ 1 bilhão de Fundo
Partidário e Fundo Eleitoral. Na eleição passada, vocês tinham o orçamento mais
enxuto...
Foi enxutíssimo. Minha campanha e a do Major Olímpio (senador do PSL de São
Paulo) foram as mais baratas do Brasil. Pouco dinheiro, coisa de centavinho.
Pensava: gente, se eu com R$ 100 mil faço uma campanha forte, imagina esse povo
com R$ 2 milhões, R$ 3 milhões. Gastei R$ 100 mil do Fundo Partidário, mas teve
gente que doou trabalho e eu coloquei um pouquinho de dinheiro, mas nem
precisei usar.
A
senhora acha que o PSL se desvirtuou? Temos as candidaturas laranja, o
presidente da República deixando o partido, confusões pelos cargos...
É uma estupidez dividir o único partido 100% fechado com o presidente. E quem
dividiu? O presidente e o filho. O Planalto tinha 53 votos cativos na Câmara.
Se o presidente falasse que vermelho era azul, todos ali votariam a favor. Por
uma vaidade, porque o menino não ia conseguir uma embaixada (Eduardo Bolsonaro
foi indicado pelo pai como embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Mas a
iniciativa não foi adiante), eles conseguiram rachar o partido. Quantos
políticos entrariam numa guerra para ter 53 deputados alinhados? A única base
que o governo tinha acabou. Mas o PSL não se desvirtuou. Quem se desvirtuou foi
o PSL Nutella, que está de saída rumo ao partido da fakelândia.
Insisto
nas candidaturas laranjas. Isso recai sobre o partido?
Em mim, não recai absolutamente nada. Sou a prova viva de que a mulher pode
fazer um grande volume de votos. Não acredito na teoria de candidaturas
laranjas. Mas supondo que realmente isso tenha existido, precisamos perguntar
quem foi a laranja, de onde saiu o dinheiro e a quem beneficiou. Siga o rastro
do dinheiro. A investigação precisa acontecer e, se aconteceu, as pessoas têm
de ser punidas. Acho incoerente o Marcelo Álvaro (ministro do Turismo) ser
denunciado por isso e permanecer ministro. É incoerente o presidente falar
desse assunto (em ataques ao PSL depois das brigas internas no partido) quando
o denunciado é ministro dele. Essa conta não fecha. O PSL vai mostrar que sem a
turma da tarja-preta, que queria criar uma ditadura interna, será o partido
mais transparente do Brasil.
A
senhora fala de tarja-preta, ditadura, em um contexto que envolve o presidente
e seus filhos. Bolsonaro tem atitudes autoritárias?
Muitas. Esse é um ponto de conflito entre nós. Sempre tive a liberdade de falar
tudo o que eu queria com o presidente. Conheci o Jair quando ele ia às
manifestações em que a gente lotava ruas em São Paulo, contra a Dilma, e ele
chegava de chinelão Rider e bermuda. Ficava lá embaixo e ninguém sabia quem ele
era. Eu tinha a liberdade de dizer: está errado. Cheguei a dizer que, se ele
continuasse seguindo esse caminho, ele acabaria como o Fernando Collor
(ex-presidente da República cujo fim do mandato ocorreu após um processo de
impeachment). Isso foi gravado. Falei: cara, me ajuda a te ajudar. E isso no
segundo mês de governo, quando começou aquela confusão do Gustavo Bebianno
(ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República). Mandei uma
mensagem dizendo: se você não sabe fazer essas coisas, deixa que eu faço. Nunca
escondi do presidente que ele tem atitudes impróprias. Às vezes o presidente
mandava piadinhas de outros políticos, memes, coisas que eu achava de mau
gosto. Eu respondia: amigo, vamos lá, cresce. Chegou ao ponto de a gente se
bloquear no WhatsApp. Ele é muito turrão.
Alguém
incentiva esse posicionamento?
Todo mundo ao redor dele, dos filhos aos assessores. Especialmente os
assessores colocados pelos filhos, o que é chamado por aí de gabinete do ódio.
São pessoas com acesso ao presidente que despacham diretamente com ele.
Acompanham reuniões, ficam ali o tempo todo sugerindo informações, disparam
coisas na lista de transmissão do presidente, às vezes atacam políticos. O
presidente tem uma mania de distorcer informações e fica zangado quando alguém
pensa diferente.
Sobre
listas de transmissão, ataques a adversários e fake news, há quem culpe o
partido...
A campanha do presidente teve dois núcleos para tratar das redes sociais. Um,
feito com as redes do PSL com a ajuda de quem tinha perfis com muitos
seguidores. O outro, coordenado pelo Carlos Bolsonaro (vereador do Rio de
Janeiro), ninguém chegava perto. O Carlos tinha senhas, comandava o núcleo e
conversava com as pessoas envolvidas lá.
Os
ataques do partido e dos filhos do presidente alcançaram a senhora. Como isso a
afetou?
Havia um desejo enorme de tentar me agredir, mas ninguém conseguia, porque eu
entregava tudo o que o governo precisava. A estratégia adotada foi tentar,
depois da campanha, colar em mim a pecha de que eu trocaria o Bolsonaro pelo
Doria. Mas fiz a campanha do Doria autorizada pelo Bolsonaro. “Entre de
cabeça”, ele disse, aproveitando para xingar o senador (Major Olímpio), que
estava apoiando o adversário do Doria, o Márcio França (PSB). O presidente da
República, que ainda era candidato, me autorizou. Querem queimar todo mundo que
pode ser uma pedra no sapato dele. O Sérgio Moro (ministro da Justiça) é um
exemplo. A população gostaria de vê-lo presidente e, agora, ele está deixado de
lado. O Doria falou “quem sabe, um dia”, e tornou-se inimigo mortal do clã. Criou-se
uma narrativa que foi se intensificando. Quando aconteceu de eu deixar a
liderança do governo, abriram a porteira: espalharam um dossiê falso, colocaram
minha cabeça em uma foto com o corpo de uma prostituta. Retribuíram tudo o que
eu fiz pelo governo desse jeito. O que me assombra é o presidente não ter pulso
para colocar ordem nisso ou compactuar. As duas coisas são assustadoras.
O
presidente não tem pulso?
Ele é o homem mais importante do país. Mas, às vezes, tem agido como se fosse
um vereador. Quando pega o telefone para dizer ao deputado “vem aqui que vou te
dar um carguinho para você votar no meu filho na lista de líderes”, apequena o
cargo. Caramba! Negociar o cargo de líder de um partido, uma coisa pequena para
um presidente da República eleito com 57 milhões de votos. Quando essa pequenez
acontece, fico entristecida. Se Bolsonaro não consegue botar ordem nos filhos,
é um problema. Se compactua, o problema é maior ainda.
A
senhora foi uma das mulheres mais poderosas do Congresso. Enxergava machismo?
O primeiro ataque de machismo partiu da família Bolsonaro. Logo comigo, que
sempre disse que os movimentos feministas são um exagero. Nunca sofri machismo
no Congresso. Cheguei lá com um bando de marmanjo, gente que está na política
há décadas, e ninguém ousou. Um líder poderoso no Congresso chegou a falar, em
uma entrevista, que as pessoas tinham medo de mim. Aí, justamente pelas mãos do
homem que eu defendi, disse para as mulheres: “eles não são machistas, eles são
machões. É outra coisa”. Mas eu me enganei nesse quesito. Espero que ainda haja
correção, pelo bem do Brasil. Quero que esse governo dê certo.